domingo, 26 de fevereiro de 2012

Sociólogo “esnucado” II



O dólar nosso de cada dia

Informações dão conta que quase um bilhão de pessoas vive abaixo do que chamam linha de pobreza, pessoas que sobrevivem com menos de um dólar por dia.

O desafio dos governantes mundiais em conjunto com a ONU e outras organizações é diminuir esta estatística, porém, segundo alguns sociólogos também preocupados com o social, com os valores adquiridos após ultrapassada esta barreira ou mesmo com aqueles que nem mesmo sabem que ela existe, é com o modus vivendi desse enorme contingente, afinal, segundo alguns profissionais:

Transformar a perspectiva de um bilhão de pessoas que recebe até 1 dólar por dia é relativamente fácil, economicamente falando, se comparado a dificuldade de transformar a mente das outras 5 bilhões para mudarem o foco de que mesmo com 100 dólares/dia muito pouco se resolverá, socialmente falando.

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terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Sociólogo “esnucado”


Ao falar sobre a situação nada promissora do homo socialis, nosso estudioso erudito suspirou cansado e exclamou:

“Afinal, após a constatação de que nada há que ser feito; o que há a se fazer!”

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sábado, 18 de fevereiro de 2012

Ecos esparsos



Parte do texto “Além do Iluminismo” de Edgar Morin

(...)

Tudo isso nos conduz à ideia de que é necessário ultrapassar o Iluminismo. É preciso buscar algo além do Iluminismo. Quando digo “ultrapassar’, entendo essa palavra no sentido hegeliano de aufheben, que significa integrar o que foi ultrapassado, integrar o que há de válido no Iluminismo, mas acrescido de muitas outras coisas. O que significa esse ir mais além no Iluminismo? A princípio, significa que é preciso reexaminar a razão, ultrapassar a racionalidade abstrata, o primado do cálculo e o primado da lógica abstrata. É necessário desembaraçar-se da razão provincializada. É preciso tomar consciência das patologias da razão. É preciso ultrapassar a razão instrumental de que fala Adorno, que se encontra a serviço dos piores empreendimentos criminosos. É necessário ultrapassar mesmo a ideia de razão pura, pois a razão pura não existe, não há racionalidade sem afetividade. É preciso uma dialógica entre racionalidade e afetividade, uma razão mestiçada pela afetividade, uma racionalidade aberta. É preciso dar força a essa corrente minoritária nesse mundo ocidental ou europeu, o da racionalidade autocrítica que, de Montaigne a Lévi-Strauss, reconhece seus próprios limites e comporta a autocrítica do Ocidente. Dito de outra forma, precisamos de uma racionalidade complexa que enfrente as contradições e a incerteza sem afixá-las ou desintegrá-las. Isso implica uma revolução epistemológica, uma revolução no conhecimento, Precisamos tentar repudiar a inteligência cega que nada vê além de fragmentos separados e que é incapaz de ligar as partes e o todo, o elemento e seu contexto; que é incapaz de conceber a era planetária e de aprender o problema ecológico. Pode-se afirmar que a tragédia ecológica que começou é a primeira catástrofe planetária provocada pela carência fundamental de nosso modo de conhecimentos e pela ignorância que esse modo de conhecimento comporta. Trata-se, então, do colapso da concepção luminosa da racionalidade (ou seja, aquela que traz uma luz brilhante e dissipa as sombras com ideias claras e distintas, com a lógica do determinismo) que em si mesma ignora a desordem e o acaso. Precisamos conceber uma realidade complexa, formada por um coquetel sempre variável de ordem, de desordem e de organização. É necessário saber que há um princípio de organização, mas também de desorganização no Universo, com o segundo princípio da termodinâmica. É preciso compreender que o universo é complexo e que, para nossa mente, incluirá sempre incerteza e contradição. É preciso compreender que “a própria fonte da qual se origina nossa luz é obscura”, como dizia João da Cruz. É preciso compreender que o imprevisível e o improvável acontecem com muita frequência. É necessário substituir o progresso determinista, o progresso necessário em tudo, ou seja, na concepção da vida, na concepção da história, na concepção do universo.

(...)

“Rumo ao Abismo?” de Edgar Morin, texto: Além do Iluminismo, pg 42/44, editora Bertrand Brasil/RJ

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domingo, 12 de fevereiro de 2012

cqé +


Às vezes penso


que não deveria demonstrar tanto


o quanto gosto de Você


mas não consigo


minhas lágrimas me denunciam.




O sentimento é o nosso sentido mais revelador

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sábado, 4 de fevereiro de 2012

Vôo exíguo


O caminho do pensamento comum é o retorno a vala comum após exíguo vôo, já o pensamento complexo não atinge o vale; como então religar as partes se a maior parte insiste por conveniência no aceite de quão dispendioso é fazer a contextualização do entorno, mas principalmente, se o segundo grupo tem consciência plena da dificuldade daqueles em aceitar como normal os paradoxos, entendendo também que pouco pode ser feito, pois tem ciência de que esse grupo incontável, de posse do padrão arraigado estabelecido, sempre desprovido de qualquer análise positiva, acabará, conseqüentemente, padecendo agarrado ao velho e já consolidado estado aceito dos paradigmas!?!

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Da Iluminação, da ciência e do ignorar



Já relatei nestas páginas nada virtuais o que certa vez disse Minha Sempre Bem Amada a respeito da, digamos assim, “Iluminação” – esclarecimento pleno - do homem na Terra, onde, somente são possíveis em algumas situações raras, períodos estes significativos de muito preparo, de metamorfose invisível que remonta a um tempo considerável, a uma seqüência razoável de gerações, portanto, é mais comum que se passe um espaço de um sem número de anos sem que um único homem tome consciência verdadeira; consiga acessar a consciência plena, certa compreensão que o faça vislumbrar uma pequena janela, uma mísera mostra de entendimento de mundo; compreensão do Todo. Para ilustrar o significado de algo de natureza tão distinta, é preciso que trabalhemos com símbolos de intensidade que lembrem as estruturas mais densas do universo, uma verdadeira gota extraída; como se pudesse existir, como se fosse possível extrair algum néctar da mais pura essência de todos os oceanos concentrados, algo totalmente impossível para simples mortais se observado a partir de analogias baseadas na razão ordinária.

Trocando em miúdos, como se dizia antigamente, partindo do princípio, levando em consideração o fator que nos é tão apreciado aqui, tempo, a conscientização de um único ser que habite nosso planeta e que busque verdadeiramente um sentido, mesmo que se trate de um mísero lapso de sentido de existir univérsico, onde finalmente entender-se-á como Um, é lentíssimo, se dá em uma escassez jamais imaginada por um homem comum, um acontecimento desse nível poderíamos acertadamente sinalizar como nulo dado a sua raridade. Não se trata esta conscientização de um desalento, afinal não é preciso aprofundar-se muito em leituras que remontem a transcendência para entender que há vários caminhos para amenizar a espera ou abreviar a volta ao que é conhecido como o retorno a um estado de contemplação.

Como disse, este é assunto posto.

Para dar uma mostra da impossibilidade de nós homens, conseguirmos, ou nos atentarmos para observações que indique mínima abertura para o entendimento, tome como exemplo a exposição sobre a Índia que está acontecendo em São Paulo ("ÍNDIA" São Paulo, 02/2012). Ali o visitante tem a oportunidade de fazer contato com uma cultura verdadeiramente milenar, onde palavras incorporadas de forças aparentemente a nós imperceptíveis, Signos de Real Valor, estão ao alcance de simples mortais. Sinais latentes deveriam levar todos a despertar para mundos nada imaginários de deuses e entidades tão ou mais reais que quaisquer outros das demais doutrinas, e também, a questões tais e de igual peso quanto à pertinente a introdução desta escrita; a transcendência.

A questão então permanece: diante de tudo isso, de Símbolos Sagrados como Sidarta, Bagavadguitá, Upanishads, Mahabharata, ninguém, um ao menos é tocado. Tudo é olhado apenas com admiração, e a maioria, como fantasia, muitos nem mesmo se dão conta de que estão diante do Sagrado; olham - no mais das vezes se existe alguém mais ousado a falar do assunto - com desconfiança e falam que chamou a atenção as cores e o brilho das vestimentas, um único é despertado para a Verdadeira Realidade ou realizações já alcançadas, de o porquê este universo hindu, este Verdadeiro Poema existe, ou como, ou mesmo porque foi criado.

Este mesmo contingente, - mais de meio milhão visitará a exposição da grande metrópole, porém, pode incluir na contextualização destas linhas todos os visitantes dos últimos cem anos a Índia, - findada a visita, - à exposição ou à Índia - não saem, não ficam muito mais tocados ou tão tocados quanto se fossem às compras em Miami, a Nova York, a Disney World ou a Paris, mesmo porque toda essa multidão, este universo de gente citado: ou provavelmente tenha visitado antes estes outros lugares ou mesmo os preferiu ao Sagrado que pode ser encontrado na Índia.

Apenas para alinhavar a conversa, - não deixando uma dúvida sequer sobre a raridade do que se está a ser pensado - separemos uma ínfima parte desses visitantes todos, desses viajantes que respeitam a história sagrada ali presente; quantos o fazem exclusivamente levando em consideração este alvo histórico, fechando-se para todo o universo sagrado que existe no planeta, ignorando covardemente todas as outras crenças que trabalham com seriedade a evolução humana, e, partindo ainda um pouco mais esta já diminuta fatia restante de pessoas: quantos destas dezenas levam em consideração, respeitam as mais diversas doutrinas sérias do Planeta, mas, se mantém firmes em pré-julgamentos arraigados e orgulhosos, ou ainda olham com desdém para alguns poucos estudiosos que lutaram para que esta fatia verdadeiramente se elevasse, ou mesmo desprezam então o papel da ciência ou não entendem e não aceitam sua ou tantas outras presenças polêmicas, mas essencialmente necessárias deste plano.

Uma conscientização plena exige uma aceitação total de entrega a tudo o que envolve a evolução não apenas de mundo, isto está diretamente ligado ao universo e não é só através do conhecimento, mas sim de uma compreensão de mundo talvez até mesmo de universo disposto a todo aquele que busca realmente.

Nossa escrita é, antes de tudo, um chamado a contextualização, onde devemos entender que as mazelas humanas são parte de uma vivência humana apenas no plano Terra, ou seja, enquanto humanos, porém como ou melhor qual a melhor forma de vivenciar isto; o que todo este contexto social desencadeia, o que é e o que não é, do que se trata o essencial, onde poderemos encontrá-lo.

Temos que desvestir, definitivamente, o argumento perigoso de que não por isso, não pelo fato de que podemos aqui sofrer é que devemos buscar; provocar o sofrimento - algum tipo de autopunição. Por outro lado, o que inevitavelmente acontece quando desatentos, é que ao tentarmos desviá-los, - devido às formas buscadas para o não sofrimento - provocamos situações contrarias que fatalmente a eles somos levados, porém são desprovidos de sentido os dogmas que apregoam que os sofrimentos devem pura e simplesmente ser aceitos ou mesmo provocados apenas porque a doutrina escolhida isso proclama, sem nem mesmo atentar se esta afirmação faz sentido; fazendo disto mais um comodismo retrogrado que uma aceitação consciente que se atravessa no caminho único que então se mostra pouco resoluto rumo ao sagrado.

Levando em consideração esta última observação e voltando aos nossos visitantes desatentos: quantos sobraram então, talvez de uma população de mais de um bilhão de seres, e estamos apenas falando de pessoas cultas que viajam; que buscam entendimento, ou entender novas culturas.

...

Esta semana lendo “Rumo ao Abismo?”, de Edgar Morin, deparamo-nos com uma questão simples em meio a centenas de questões postas na sua escrita onde indaga ao nada (como fazem a maioria daqueles que pensam com seriedade esse planeta) sobre de o porquê a ciência ainda não ter conseguido sua revolução. De pronto veio o cientista como resposta, o próprio cientista.

Acreditamos no humano, na capacidade humana, porém entendemos perfeitamente a parte que o humano vivencia o competir, onde um não permite, ou não quer saber que outro o represente, e estamos a falar de uma classe tão desunida quanto, extremamente egocêntrica (dionisíaca), onde também a vaidade de entender-se como respeitável cientista não aceita o fato, a possibilidade de juntar um grupo unido, coeso, formador de algo que extrapole os limites de seu sagrado, porém limitado campo de entendimento, unindo então forças jamais imaginadas comum apenas aos homens comuns, ou seja, só os fracos se amontoam, os fortes são vaidosos demais para isso, os fracos juntam-se até tornarem-se fortes e então abandonam o grupo, não apenas por isso que a ciência jamais conseguirá sua revolução. Por outro lado temos o fato de este plano ser apenas um útero gerador de corpos, sim porque a vida não é gerada aqui, da importância de sermos um homem instrumento; um gerador vivo de energia.

Estes corpos recebem esta vida e partem para uma vida de aventuras, está aí uma afirmação que jamais os cientistas assinarão em baixo, da mesma forma que nem todos que estão no grupo de viajantes que, se vão à Índia, compactuam com aquele pensar e talvez ainda menos com o nosso. Nesta existência estes corpos perambulam pelo planeta, errando de lugar em lugar, construindo, fazendo arte, fumando, amando, planejando, pensando, destruindo, passeando, são tantas as possibilidades de combinações para se fazer aqui.

Indiferente a tudo isso – as distrações importantes de pertencer ao grupo “homo evolutivus” - muito está sendo gerado, existem acontecimentos que realmente são apartados dessa massa disforme do existir, invisível a todos, percebida por poucos, conscientizada por uma ínfima minoria. Nisto tudo é possível comparar o cientista, inseri-lo, fazendo uma analogia totalmente particular dos seus experimentos como um momento daqueles onde as pessoas na Ásia principalmente, fumavam ópio. Desta seção “opiótica”, por algum tempo o viciado ou não, alguns poucos o fazem conscientemente, sabidamente, entram em um torpor único, e este torpor é semelhante às boas conquistas reveladas pela ciência, a essência de seu trabalho, o causal, a única diferença é que deste torpor conseguido no ambiente da droga quase que na sua totalidade trata-se apenas de um encontro nocivo ou no máximo fugaz, embora de valor impagável ao consumidor, ao contrário, a descoberta singular do cientista; de sua luta; de seu trabalho persistirá eternamente ou até que alguma nova descoberta, alguma nova droga incorpore-se a esta energia acumulada formando um ambiente, um volume plásmico com força e poderes jamais vistos, porém é certo afirmar que o cientista dentro deste universo invisível criado, não participará mais; muito, devido a sua ânsia de despreparo humano, ele fixar-se-á não raro na notoriedade que seus estudos lhe proporcionaram, ou empreenderá novas buscas e pesquisas, porém nem sempre apenas visando o profissionalismo, muitas vezes o seu moto condutor maior é o reconhecimento ou um achado jamais imaginado por ninguém outro, a partir deste ambicionar, não passa ele de mais um instrumento do mundo da ciência, devido a este contato apenas superficial, negligenciando o invisível ele jamais fará parte do “êxtase” do resultado alcançado por sua luta, simplesmente porque é ignorante a isso, seu conhecimento é limitado a matéria e no máximo, devido a alguns outros estudiosos, consegue conectar, ligar que seus estudos desencadeiam ações benéficas ou totalmente estranhas somente agora conseguidas, e é isto que o distrai, e eis seu pecado maior, embora saibamos o quanto se esforçou, é por isso tudo que o cientista não passa de uma erva, não é mais que o próprio ópio a ser queimado que se transforma em cinza, ele nem mesmo participa das sensações boas, inexplicáveis pra nos e para ele, causadas por seu experimento; suas descobertas, simplesmente porque, antes de tudo, não passa ele de um homem.

“Uma vez aqui, o saber do cientista sempre será limitado no homem.”

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Um pouco mais de inconveniência


Sob um ponto de vista muito específico, uma perspectiva toda particular; é possível admitir que os soberbos sejam os verdadeiros não soberbos, afinal sua soberba mais o afasta que os aproxima, (quem pode negar que haja aí um mecanismo, uma artimanha velada da psique do ser chato, afinal, quem é que os suporta) quando ao contrário, o não soberbo atrai pelo interesse natural à curiosidade, em contrapartida, dessa atração, pode dar-se o elogio que é o laurear máximo à soberba, invertendo-se assim os papéis, transformando o não soberbo em soberbo.

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