sábado, 1 de maio de 2010

Silente


“Deixe, abra um caderno, ponha diante dele uma folha em branco e espere.” A poesia nunca, jamais esteve presa, ela apenas precisava da chave. A chave que não liberta. Privada não estava; sim estava... ausente. Ausente para aqueles que não a entendiam. Nem toda a chave liberta. Quem entende-se preso; o está. Quem entende-se livre; mesmo em masmorras ri da triste sina do carcereiro carrasco. A prisão do liberto. Silêncio, lágrimas e gritos. A liberdade faz parte da poesia. Sinos dobrarão e a harmonia perfeita atravessará não apenas surdas distâncias. Ondas propagarão tempos e planos. Até que se entenda o não-tempo. Até que não mais precisemos entender. Até que apenas sintamos. 

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