O conhecimento liberta. Alguém, com certeza, deve ter pronunciado esta frase antes de hoje, ou melhor, centenas de conhecedores já devem ter pensado esta afirmação, e, independente de algumas prisões impostas naturalmente àquele que sabe, - digo natural apenas por me encontrar neste plano – ele sobrevive muito melhor quando entende os mecanismos da vida.
O Plano Terra não apenas é singular por se tratar de um estágio evolutivo dos mais interessantes onde os mistérios do existir não são revelados para praticamente nenhum habitante, porém, temos, em contra partida, uma pseudo segurança, (é preciso salientar que esse pseudo é uma particularidade minha, da minha forma de construir a idéia, afinal todos estão seguros do que estão fazendo, de como tudo funciona) de que em se conquistado alguns níveis de superioridade social é suficiente para que seu nome seja respeitado e tenha valido a pena sobreviver neste lugar por oitenta anos.
Li, certa vez, que um grande pensador e escritor austríaco do século passado, não me recordo o nome, carregava uma dúvida/paradoxo, dizia ele: “Quando não se tem o conhecimento, é muito fácil constituir uma família, praticar uma religião qualquer e levar uma vida profissional até sua aposentadoria, ou constituir um empreendimento e nele sentir-se realizado bem como chegar feliz ao fim dos dias com a sensação do dever cumprido, por sua vez quando adquirimos conhecimento descobrimos também as quimeras ou que toda a construção humana não passa de um lampejo diante da grandeza da alma e do existir atemporal e, após concluir esta tese emaranhada, o sábio, a quem muito já foi revelado, por entender ou ter desvendado alguns intrincados meandros do existir, tem o seu único momento de melancolia, onde percebe que o feliz humano, por desconhecimento, está muito distante da felicidade plena e então este, devido a esta percepção mais apurada, fica por alguns instantes; triste”, e conclui ele questionando, “se conheço os ditames das Leis Verdadeiras por que ainda, mesmo que por um momento, me incomodo, com a forma conformista humana de existir?”.
Da minha parte entendo que, se apenas por um momento tivéssemos, ou melhor, pudéssemos vislumbrar a amplidão gerada pelo conhecimento, jamais desperdiçaríamos um níquel sequer com assuntos que não nos levasse a liberdade do conhecimento, mesmo incorrendo na mesma preocupação paradoxal do filósofo austríaco de vez por outra sofrer, mesmo observando quão radiante está seu vizinho.
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