sábado, 31 de março de 2012

A Verdadeira Inteligência de luto



"Se os seus princípios são rígidos e inabaláveis, você, pessoalmente, já não precisa ser tanto."



Millôr Fernandes

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Não tínhamos ainda vinte anos quando este raro ser começou a exercer forte influência em nossa visão crítica, e também, mudando a forma de observar-mos a arte da escrita; que existiam outras linhas, bastante diferente da não aprendida na escola.


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Free Tibet XXXIV


Todo aquele que negligencia a má ação em andamento, em detrimento de um bem, de um interesse próprio, está a avalizar a covardia cometida, e contribuindo com uma parcela maior ou menor dessa crueldade. 

Anônimo

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Notícia veiculada na rede em 27/03/2012

Tibetano ateia fogo no corpo contra visita de presidente chinês à Índia
Janphel Yeshi foi levado para um hospital local.

Segundo agência, ele teve 85% do corpo queimado e seu estado é crítico.
Da France Presse e Reuters

Um exilado tibetano ateou fogo ao corpo nesta segunda-feira (26) em Nova Délhi durante uma manifestação de protesto contra a visita que o presidente chinês, Hu Jintao, fará em breve à Índia. O protesto ocorre dias antes da Quarta Cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que ocorrerá entre 28 e 29 de março, em Nova Délhi, e terá a presença da presidente Dilma Rousseff.


O homem, de 27 anos, identificado como Janphel Yeshi, colocou fogo no corpo em pleno centro da capital indiana, segundo fontes policiais. Ele foi levado para um hospital e, segundo a agência de notícias Associated Press, teve 85% do corpo queimado e seu estado é crítico. Ao menos 30 tibetanos já atearam fogo contra o corpo no último ano contra o controle chinês na região do Tibete e pela volta do Dalai Lama à região - 20 deles morreram.


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Desistência duplamente sentida


A vantagem que a pessoa voltada a um pensar aberto, complexo cujo caminhar já alcançou alguns níveis diferenciados da análise comum é o de que cada vez mais atinge a razão da insignificância que reside em provar ou asseverar aos seus próximos as escassas, porém nobres maravilhas conquistadas; as descobertas inacessíveis, intangíveis, normalmente tidas como ridículas ou mesmo mirabolantes. Fruto de razões - quando observadas por agentes externos ainda rudes - baseadas em esquisitices que beiram o imoderado estrambótico.

Existentes; possíveis, ainda limitadas ao conhecimento científico e mais aos seus algozes de vitupérios, pois, à medida que a conversa distende para um pensar denso e complexo, tem seu juízo assemelhado então, mais a de um louco, pouco digno de crédito, e alvo dos mais toscos e até severos preconceitos, germe de uma mente ainda pura para o novo, ao que há de ser ainda a ela.

Este julgar menos magoa que causa dó, por entender que calar-se é o único caminho para continuar; ou seja, quando não há outra solução, calar-se ainda é, sabiamente, a única opção.

Contribuição da Minha Bem Amada



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Legado

Alguns autores lembram-nos dos 
riscos que correm aqueles homens
responsáveis, de moral ilibada,
que muito fizeram para construir
um legado que o transformaram
em seres merecidamente dignos
de serem lembrados por seus próximos, e também, àqueles
beneficiados; com uma passagem
verdadeiramente histórica, ao
deixar  um posto orgulhosamente
conquistado e bravamente
defendido com base nos mais
puros princípios de honra e honestidade a um filho ou um  indicado de confiança.

Estes autores fazem estas observações buscando atingir não apenas aquele que entrega o cargo, mas, principalmente, ao indicado, a fim de observar os cuidados que o primeiro deve ter na escolha, e o segundo; no orgulho e responsabilidade de ser o escolhido, afinal, este terá a dificílima tarefa de continuar carregando a bandeira de seu antecessor, no mínimo, respeitando a confiança depositada e com o mesmo afinco assistida no seu indicador até então, em algumas situações seria digno de aplauso, àquele que desvestido de ganância entendesse que não podendo responder a altura o cargo que lhe foi dignado, não o aceitasse, antes de ter seu nome atrelado a algum mau feito que ferisse não apenas seu caráter como e principalmente o histórico daquele que o nomeou.



Do meu lado entendo que mediante tal privilégio, tal sorte, tal honra o mínimo que se tem a fazer e dignar-se a estudar seu padrinho nos mais íntimos detalhes e fazer ainda o impossível, a fim de lapidar, de moldar o germe criado, envolto em alguns dos elementos amalgamados de maior dureza, de melhor liga, perpetuando com dignidade a confiança depositada.

Trilhando então, um caminho honrado, devo buscar que meus antepassados, onde quer que ouçam falar a meu respeito, não se escondam ao ouvir meu nome, depurando, quando possível, ainda mais o puro sangue legado, ao premiar com os maiores valores os princípios há muito defendidos, dignificando todo o caráter e a confiança em mim depositada.

Não é sem propósito encaixar aqui, e lembrar ainda mais uma vez a voz do profeta Nietzsche quando ensina que: antes de cometer algum ato que nos leve a pensar se está contido dentro de um coração que se digna a justeza, imagine que próximo a você, durante o ato, esteja presente a pessoa que você mais admira; se ainda assim este ato deve ser consumado: comete-o.


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domingo, 25 de março de 2012

Tarde demais



51.Os provincianos e os tolos estão sempre prontos a zangar-se e a acreditar que os outros riem deles e os desprezam: Nunca devemos arriscar um gracejo, mesmo o mais simples e inocente, a não ser entre pessoas educadas e inteligentes.

Jean de La Bruyère

Do Livro CARACTERES, p.88, de Jean de La Bruyère, editora Escala.

Entendo que li tarde demais esta observação.



Da série: Não à alegria próximo àqueles que ignoram.

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A arte que provêm da vaidade


Ao assistir um grupo muitíssimo afinado de sapateado, olhando as expressões dos dançarinos me vem à mente a soberba, o orgulho, a satisfação de se estar executando verdadeira obra de arte. O conjunto, a harmonia; sem dúvida, um trabalho admirável, então entendo também quão importante é a vaidade, me parece que este germe tão desprezível e que remonta a opiniões por demais abjetas, é o responsável maior, - em muitas situações - por assistirmos; por sermos brindados a grandes atuações, destas que não apenas nos enchem os olhos, mas tocam nossas almas. Tenho comigo que muitos artistas foram movidos mais por terem sido aplaudidos; pelo volume de aplausos recebidos ao longo da escala evolutiva de sua arte, e menos por seus cuidados em elevar a arte em si; é claro que não podemos descartar que em muitos deles, senão na maioria, (principalmente aqueles de real destaque) tiveram assim, ao longo de seu caminhar, não somente despertado, como franqueado o germe da verdadeira arte, e a partir de então, a vaidade provavelmente desapareceu ou foi exilada ao plano que lhe é devido.

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Churumelas


Reclamação; exercite a ação de eliminá-la.

Não reclame, tudo muda a todo instante, e além do mais, pouco conhecemos dos desígnios do universo, e, a qualquer instante, qualquer um pode ser surpreendido com o que entende ser uma ótima notícia, a felicidade pode ser melhor aproveitada quando não precedida de uma ladainha nauseabunda, que com certeza ofuscará o brilho do novo presente.

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Nasça pobre


Logo você irá morrer, então, escolha nascer pobre na sua próxima existência, ao menos, a vida de seus pais, os quereres, as vontades de seus pais não irás precisar viver; partindo do princípio que muitos pais, quando proprietário de invejáveis posses, preferem direcionar a vida dos filhos, abortando assim, em algumas situações, um caminho voltado a arte, a ciência, a um legado positivo às futuras gerações, afinal, quando pobre, devido às escassas alternativas; o melhor que se tem a fazer é abandonar o lar a procura de não ser mais um peso na vida da família, e não raro, de alguma forma prover os pais após ter se arrumado quando longe, e a partir de então, a possibilidade de trilhar um caminho único e seu é muitíssimo maior.

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OBS.:

É claro que estamos a falar de forma metafórica, a família é e sempre será um porto seguro que garantirá o futuro não apenas da prole como de uma sociedade que se digne descente, porém devemos entender que em muitas situações o querer dos pais acaba por tolher vontades de filhos que, se observadas dentro do conjunto seriedade, inteligência, dom, habilidades, somada a sensatez, é muitíssimo mais importante trocar uma vida de lucros, quando vencedora no mercado profissional de um continuar comercial, de um ampliar fortunas e heranças, por outra, onde o indivíduo possa realizar com liberdade toda a plasticidade de um espírito sábio e livre, antes de ser corrompido, ou ter o magnífico e nato embrião da singularidade, abafado por interesses menores, porém extremamente sufocantes.

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sábado, 17 de março de 2012

Porém... como saber quando...



... alguns se perguntarão


Parte de um dos diálogos do livro
“Quando Nietzsche Chorou”,
de Irvin D. Yalom,
entre Nietzsche e o Dr. Breuer.


(...)

- Pergunte a si mesmo, Josef: Você consumiu sua vida?

- Você responde a perguntas com perguntas, Friedrich.

-Você faz perguntas cujas respostas conhece – revidou Nietzsche.

- Se soubesse a resposta, por que faria a pergunta?

- Para evitar conhecer sua própria resposta.

Breuer pausou. Sabia que Nietzsche estava certo. Parou de resistir e voltou sua atenção para dentro:

- Terei consumido minha vida? Alcancei muitas coisas, mais do que qualquer um esperaria de mim: sucesso material, avanço científico, família, filhos... mas já passamos por tudo isso antes.

- Apesar disso, Josef, você evita minha pergunta. Você viveu sua vida? Ou foi vivido por ela? Escolheu-a? Amou-a? Ou a lamentou? Eis o que quero dizer quando pergunto se você consumiu sua vida. Você a esgotou?

Lembra-se do sonho em que seu pai presencia, impotente, rezando, alguma calamidade acometer sua família? Você não será como ele: impotente, lamentando a vida que nunca viveu?

Breuer sentiu a pressão aumentar. As perguntas de Nietzsche mexiam com ele; não tinha defesa contra elas. Mal conseguia respirar. Seu tórax parecia prestes a explodir. Interrompeu a caminhada por um momento e respirou profundamente três vezes antes de responder.

- Essas perguntas... você sabe a resposta. Não, não escolhi! Não, não vivi a vida que queria! Vivi a vida atribuída a mim. Eu, o verdadeiro eu, fui encaixado em minha vida.

- E isto, Josef, é, estou convencido, a principal fonte de sua angústia. Aquela pressão precordial... é porque seu tórax está explodindo de vida não vivida. O tique-taque de seu coração marca o tempo que se esvai. A avidez do tempo é eterna. O tempo devora e devora, sem dar nada de volta. Que terrível ouvi-lo dizer que viveu a vida que lhe foi atribuída! E que terrível encarar a morte sem jamais ter reivindicado a liberdade, mesmo em todo o seu perigo!

Nietzsche estava firme em seu púlpito, sua voz de profeta ressoando. Uma onda de desapontamento varreu Breuer; sabia agora que seu caso era insolúvel.

(...)

Trecho do livro de Irvin D. Yalom; QUANDO NIETZSCHE CHOROU, ediouro, 1992, p. 296/297.


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Faça realmente o que quiseres, com relação a estudos, carreira, trabalho, arte, lutas, etc. De uma forma ou de outra você sobreviverá.

Arrisque-se. Pague o preço. Pague pra ver. Mas com inteligência.

Pode apostar que o preço que irás pagar, por ter tido a ideia de chegar ao fim da vida, onde pelo menos os seus sonhos altruístas tenham sido tentados, é muito mais barato que aquele pago, por todos aqueles que não o fizeram, que nem ao menos tentaram. Com o único intuito de evitar seu próprio incomodo, não incomodando assim os seus iguais, a fim de conviverem em harmonia, em um meio onde (não) escolheu, ou escolheram por ele, e como prêmio: viver “amarrado”, confinado, sem liberdade, observando algo que com certeza não é seu.

Trecho do Livro de Amal Scheleschthing; CONVERSA!, todaletra, 2010, p. 103.



“Em alguma situação posso ser questionado sobre este trecho, entendo que de posse da mais sincera humildade posso também, me valer do trecho anterior para explicá-lo.”
Amal



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A propósito...


... e se fosse agora?

Satisfaça-se com a não conquista. O que te circunda te é comum, e se tens vontades pode ser tornado possível, mesmo que difícil, então a sensação fastidiosa da ânsia natural humana é saciada, um estado tornado enfadonho devido à natureza sem sentido dada a circunstância estacionária de eterna insatisfação do ser humano que aflora uma vez mais, a cada obstáculo vencido neste caminhar então de conquistas de muitos nadas intercalando satisfações fugazes entremeados com a cantilena do seguir sempre a esmo. O melhor seria optar, buscar por algo que não lhe é visível; incomum; não ordinário; é bem melhor tentar o incomum impossível; viver a jornada exclusiva a obter o que lhe é visível antes do véu, sem jamais se satisfazer; ao menos foi trilhado um caminho único.

Da série: inventando novas maneiras de suportar o insuportável.

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Passado insistente


Não a toa que o passado, - a despeito de muitos detratores desarrazoados do que foi, insistam em contestar - ou está sempre presente ou temos que analisá-lo para avançar ao que está para acontecer se quisermos ter um mínimo de acerto neste avanço. E engana-se aquele que pensa ser este um processo natural, que faz parte apenas deste jogo que novo, continua a cada dia. Muito desse retornar se dá apenas porque não soubemos decodificar o presente/passado e passamos rápido demais por ele, é por isso que, como uma espécie de castigo, mesmo sofrendo de soberbo orgulho ou tendo sofrido perdas irreparáveis, teremos sempre que voltar a esse rico pretérito.

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Da dificuldade de manter-se anônimo



Em alguns grupos de estudos, é questionado um período de ausência, um hiato na vida de Cristo; de sua adolescência até seus dias de pregação, o que segundo alguns poucos, Ele simplesmente responde que sua inteligência manteve-se de todos escondida, justamente no fato de que assim mostrou-se um igual.

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sábado, 10 de março de 2012

A arte única da escrita



“A verdade, espécie de erro que tem a seu favor o fato de não poder ser refutada, sem dúvida porque o longo cozimento da história a tornou inalterável.”

Nietzsche

Retirado do livro “Microfísica do Poder”,
de Michel Foucault, Ed. Graal, p.19.


Em algumas situações, mais em sujeitos que muito ignora, como eu, a arte de Nietzsche se faz notar em uma frase habilmente construída, e o é de tal modo, que mesmo nós, sujeitos de atraso também verbal, apesar de não saber exatamente onde encaixá-las, temos plena convicção – um consolo ao menos - que isto não faz diferença alguma; já é um deleite estar apenas a lê-la.

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Prontidão



Nem sempre será possível ou se tem a oportunidade de por em prática os verdadeiros conhecimentos; os conhecimentos mais nobres que em situações corriqueiras preferimos ocultá-los, porém, morre-se muito mais feliz os tendo e não os tendo aplicado do que vivenciar a ocasião e nada ter a aplicar.

Da série: Nós podemos mais.

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“Falha no upgrade”, ou . . .


... não há mais peça de reposição.


Tenho comigo que para alguns poucos velhos mais antenados,
porém cultos,
por mais que tentem atualizar conceitos,
sempre estão a declarar que é difícil acompanhar o atraso da juventude.

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sábado, 3 de março de 2012

Para a negação de pseudos artistas e intelectualóides



Neste país, perde-se algumas vezes ao buscar reconhecimento do seu trabalho artístico, primeiro porque mesmo o que lhe parece ser reconhecimento após longas buscas, é mais fruto de esforço da própria busca do que do trabalho propriamente dito, dando a impressão falsa ao artífice, de que já amadureceu, ao deleitar-se com opiniões de intelectualóides que nada têm de melhor a fazer, e as outras perdas irreparáveis são a de ter parado de praticar sua arte enquanto procurava, e também, às paradas que não cessarão nesta segunda fase (tida como de reconhecimento) demonstrando; explicando seu trabalho, e então, relaxando: em um estado satisfatório de conquistas e miserável em produção.

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Sob a chancela de Edgar Morin


Não são poucos os autores que tratam os habitantes da Terra como vermes; como criaturas insignificantes diante do imenso universo, com o propósito de atingir dois pontos, naturalmente, ao fazerem uma relação nem sempre justa entre tamanho e significado.

Não deixa de existir aí uma particular relação, afinal é possível fazer, a partir dessa observação, uma alusão onde este raciocinar, embora singular, seja também compartilhado, no entanto, e talvez até por isso, não é necessariamente, ou de todo, mal. Trata-se apenas de uma constatação - e já observada como bastante distinta. E embora remeta ao jocoso, ou uma espécie de sarcasmo pejorativo, é modificada significativamente por mencionar a observação, onde, quando tomada por prática inadvertida, prematura, há, é verdade, algo ruim, nocivo; natural então que gere certo constrangimento, muito embora dentro de uma analogia mais apurada o verme existe para algum fim; existem propósitos bem definidos que envolvem o riquíssimo mundo dos invertebrados.

Independente desta ou daquela interpretação; como deveria ser observada a questão de que deve o nosso planeta hoje, despender o tratamento de um item de suma importância para o universo, um habitat que ainda pode ser considerado de convívio humano social e gerador de energia, a ponto de despertar interesse ou capaz de levantar opiniões relevantes sob estes aspectos dos Senhores do Universo, ou, de continuar existindo não apenas como um avolumar-se constante de mentes que consideram o quadrimotor, ciência, técnica, indústria, lucro, esse moto propulsor que se tornou único e exclusivo não só da necessária evolução/progresso como de sustentação pura e simples da sociedade, parecendo não demonstrar nada além de uma clara visão, a de: quão míope são todos aqueles que nesta política acreditam, e mais, onde outros tantos apostam seriamente, imaginando que investimentos (ou seriam gastos/desperdícios), sem propósito, tais como, por exemplo, aqueles empregados na corrida espacial, possam nos trazer também a dominação das galáxias, enaltecendo sobremaneira a total insensatez humana: Então; que energia está sendo gerada aqui?

Utilizando esta mesma base de apoio, com relação aos investimentos exorbitantes em projetos espaciais, a que muitas pessoas foram atacadas em suas próprias economias; quem garante não haver outras intenções que não apenas pesquisas de cunho benéfico; que garantia há de que estes trabalhos, que tomaram até agora investimentos de incalculável monta das economias mundiais, (Mars, Hubble, Gemini, Appolo, Discovery) trar-nos-ão benefícios que justifique tão questionável paga?

A URSS ou mesmo a nova Rússia ou União Soviética ou coisa que o valha, jamais poderá ser comparada com um modelo na política social, - lá ou cá – no entanto quanto gastou em projetos como o Sputnik, por exemplo, - e, se me permitem um aparte - é impossível que um único ser pensante concorde com tudo o que vem acontecendo naquele país nos últimos três séculos ao menos, se for analisado atitude dos governantes/modo de vida da população.

Existe em todo esse contexto, realmente, algum tipo de sentido, que não a humilhante ilusão de alguns poucos firmar-se como comandantes de uma potência no assunto - não deveria aí existir uma preocupação mais séria?

Seria muitíssimo improvável prever a possibilidade que, de uma hora para outra de tanto escarafunchar o universo (o desconhecido) ao invés de alcançar o sonho de todo o expedicionário nos deparássemos com o pesadelo do colonizado, como já afirmaram algumas cabeças!?! Definitivamente não sabemos com o que estamos lidando. Justifica-se todo este montante queimado no espaço quando milhares sucumbem por falta de necessidades básicas.

Mesmo que se tratassem essas engenhosas naves, de armas poderosíssimas que, ao se depararem com algum ser extraterreno, que por ventura entrasse em sua freqüência, apresentasse todo um poderio bélico jamais imaginado, numa clara demonstração, particularmente humana, de quem é que manda no universo, e então a mídia finalmente convencer-nos-ia a todos de que a galáxia fora também conquistada, ainda assim o risco não valeria a pena, pois, definitivamente, não sabemos com o que estamos lidando, é uma incógnita total, principalmente para os burocratas ou aqueles que buscam perpetuar sua raça, de com o que poderão se deparar pelo caminho.

O termo quadrimotor foi tomado por empréstimo dos textos do livro de Edgar Morin “Rumo ao Abismo?”, onde se lê mais uma vez sob sua ótica, que nossos mandatários deveriam preocupar-se com a formação séria de uma política mundial, ocupando-se então, com o que ele chama de “Sociedade-Mundo Civilizada”.

Tomando também emprestado, a preocupação de Morin; seria este planeta então um planeta a ser salvo ou, neste momento, na atual conjuntura, trata-se apenas de um planeta descarte, um planeta lixão que em alguns milhares de anos se transformaria em um planeta aterro, para a especulação imobiliária intergaláctica – de outros mundos é claro, afinal a Terra já não mais participaria como uma concorrente expedicionária, mas sim, apenas como um imóvel a ser apropriado por outras raças.

Sanat Kumara, um dos maiores representantes dos Sagrados Ascencionados, se disporia a largar tudo nestes tempos, se observada a indefinição macro vigente, e vir novamente até aqui salvar o Planeta Terra!

Doutrinas, escritos, registros poucos conhecidos revelam que existem níveis diferentes de planos, mesmo de planetas Terras, onde ou são mais evoluídos ou, mesmo parecendo impossível, até menos. Nestas declarações, pessoas que tiveram acesso a informações privilegiadas registraram que existe uma terra, um lugar que está sendo preparado para receber os espíritos daqueles que não conseguem se adequar minimamente a um comportamento razoável, que não é possível que aqui sejam “corrigidas”, não se adaptam a um mínimo convívio em sociedade e, em contra partida, abusam da força que possuem, de seu poder: para subjugar e mesmo assassinar ou cometer as maiores atrocidades contra os seres vivos que com eles coabitam. Hoje, - isto foi declarado há muitos anos – assistindo, prestando atenção na derrocada, na queda humana com relação ao social, com relação ao “meu”, ao individualismo, tem-se a nítida impressão de que a história contada está se materializando aqui mesmo; agora. É a nossa terra que parece ter sido desviada de sua rota evolutiva e está sendo transformada em um umbral de sofrimento. Sob este ponto de vista é provável que o planeta jamais seja extinto, será a morada eterna daqueles que amam a “sua” vida, lutam para “salvar-se”, estes talvez realmente sejam “salvos”; salvos no “umbral terra” do sofrimento expiatório.

Assim, sob a analogia, ou melhor, baseado nos princípios onde algumas doutrinas pregam que este planeta não passa de um “planeta estação”, quem sabe não tenham estes visionários razão em parte do enredo. Talvez não tenham conseguido decodificar direito os anúncios espirituais, e então seria do próprio planeta Terra a que estavam a se referir, onde, devido à energia aqui gerada, fizeram com que seu caminhar fosse desviado, condenando esta morada, para sempre, no único habitat merecido pelo homem. Quem, com conhecimento de causa, - se observarmos este ano que é símbolo de mudança, ou seja, ampliando nosso foco de percepção - poderia negar que o universo esteja, ou evolua “socialmente”, visando os sentidos, os valores, o sentimento, em um ritmo muitíssimo superior a nós seres humanos que, contaminados com o germe do individualismo, da visão míope do “meu”, caminhamos orgulhosos de nossas conquistas eletrônicas e de produções em massa jamais vistas, distraídos pelo fator consumo e esquecidos de observar que sentido há nisto tudo!

Ao olharmos para o nosso evoluir hoje, é fácil notar um craquele social, uma desordem planetária jamais imaginada. Um turbilhão varre a Europa, o império americano as voltas com seu retorno ao posto que todos entendiam como sacramentado ou ao menos lutando para assim permanecer.
Todos sempre falaram em uma nova ordem, é fácil argumentar no nada, porém é bastante possível que o Planeta, esteja, ou vá tomar um rumo diferente no que diz respeito às energias que o regem, isto é bastante possível, é preciso levar em consideração, ter a atenção despertada, é bom frisar, com relação ao simbolismo deste ano, isto é bastante significativo.

Retornando a leitura proporcionada por Morin; temos a África lutando por palmos de um nada sem fim em eternas disputas tanto de grupos tribais quanto políticos – a busca deles é tão importante quanto à conquista do espaço para seus iguais ricos. Por sua vez na região da República Árabe; ao longo do último ano, vimos detonado outro caldeirão de pólvora com a derrubada do poder ou a busca deste, de déspotas decanos; líderes de verdadeiros clãs que vinham folgando-se em uma perpetuação do poder como se ainda vivêssemos em tempos onde este pensar fosse possível; é certo que alguns países estão mais ou menos acomodados, porém muito disto é uma camada fina, uma massa corrida inconsistente de cal; verniz social na medida exata para uma apresentação aceitável. A China por sua vez está destruindo toda uma cultura, - destruindo no sentido de apagá-la, relegá-la a um passado esquecido - camuflando-a, enterrando-a, pois foi também, inoculada do veneno sem antídoto do consumo desmedido, desenfreado ou ao menos do que estas possibilidades proporcionam.

Após um período secular de cultura interna singular socialista, embora prejudicial ao povo, riquíssima à cultura, a China foi finalmente vencida por um dos males da exposição ao planeta-consumo, a possibilidade de figurar ou voltar a figurar como império mundialmente respeitado agora também da produção e conseqüentemente, da riqueza econômica, - a que custo pouco importa - outra clara demonstração de como será impossível vencer este monstro estéril porém ativo que tem no lucro seu único alimento.

Fica cada vez mais forte o adeus ao que era, ao que foi. O que vale é o que é vislumbrado e pode ser transformado rapidamente em estatísticas que aumentem os valores. O mesmo Edgar Morin cita que não criamos antídotos contra os venenos que inventamos, ou não foram cercadas todas, ou mesmo minimamente, as possibilidades de algo sair errado. Não imaginamos, ou nos esquecemos, que, quando de uma demonstração de força no histórico do universo, inexoravelmente é registrado que, incontestavelmente algo exatamente oposto; uma força contrária é gerada, porém ninguém está se preocupando com isto.

Em alguma parte da escrita o autor de “Rumo ao Abismo?”, demonstra que talvez consigamos manter ainda por uma eternidade este caminhar desprovido de sentidos, do nosso lado compactuamos com ele; e como já afirmamos, começamos a pensar que o homem é capaz, e provavelmente não caminhamos mais para uma autodestruição, e caso vençamos também as catástrofes naturais anunciadas; possivelmente não seremos destruidos, apenas ficará cada vez mais sem graça viver aqui, porém não parece mais que caminhamos para uma auto aniquilação.

Não é possível que estejamos forjando ou mesmo que possamos ainda sonhar em forjar uma sociedade. Uma Sociedade-Mundo Civilizada, como entende ser necessária Morin, não passa de um excelente tema de escrita. Se existe a piada pronta; existe o texto pronto.

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Talvez não mais precisemos sair daqui para sofrermos
as voltas de nossas atrocidades cometidas,
quem sabe o mais triste, conforme a Lei do Retorno,
é admitir que o pior que pode nos acontecer
após uma vida toda de luta aqui,
é ser condenados à aqui retornarmos.

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