sábado, 3 de março de 2012

Sob a chancela de Edgar Morin


Não são poucos os autores que tratam os habitantes da Terra como vermes; como criaturas insignificantes diante do imenso universo, com o propósito de atingir dois pontos, naturalmente, ao fazerem uma relação nem sempre justa entre tamanho e significado.

Não deixa de existir aí uma particular relação, afinal é possível fazer, a partir dessa observação, uma alusão onde este raciocinar, embora singular, seja também compartilhado, no entanto, e talvez até por isso, não é necessariamente, ou de todo, mal. Trata-se apenas de uma constatação - e já observada como bastante distinta. E embora remeta ao jocoso, ou uma espécie de sarcasmo pejorativo, é modificada significativamente por mencionar a observação, onde, quando tomada por prática inadvertida, prematura, há, é verdade, algo ruim, nocivo; natural então que gere certo constrangimento, muito embora dentro de uma analogia mais apurada o verme existe para algum fim; existem propósitos bem definidos que envolvem o riquíssimo mundo dos invertebrados.

Independente desta ou daquela interpretação; como deveria ser observada a questão de que deve o nosso planeta hoje, despender o tratamento de um item de suma importância para o universo, um habitat que ainda pode ser considerado de convívio humano social e gerador de energia, a ponto de despertar interesse ou capaz de levantar opiniões relevantes sob estes aspectos dos Senhores do Universo, ou, de continuar existindo não apenas como um avolumar-se constante de mentes que consideram o quadrimotor, ciência, técnica, indústria, lucro, esse moto propulsor que se tornou único e exclusivo não só da necessária evolução/progresso como de sustentação pura e simples da sociedade, parecendo não demonstrar nada além de uma clara visão, a de: quão míope são todos aqueles que nesta política acreditam, e mais, onde outros tantos apostam seriamente, imaginando que investimentos (ou seriam gastos/desperdícios), sem propósito, tais como, por exemplo, aqueles empregados na corrida espacial, possam nos trazer também a dominação das galáxias, enaltecendo sobremaneira a total insensatez humana: Então; que energia está sendo gerada aqui?

Utilizando esta mesma base de apoio, com relação aos investimentos exorbitantes em projetos espaciais, a que muitas pessoas foram atacadas em suas próprias economias; quem garante não haver outras intenções que não apenas pesquisas de cunho benéfico; que garantia há de que estes trabalhos, que tomaram até agora investimentos de incalculável monta das economias mundiais, (Mars, Hubble, Gemini, Appolo, Discovery) trar-nos-ão benefícios que justifique tão questionável paga?

A URSS ou mesmo a nova Rússia ou União Soviética ou coisa que o valha, jamais poderá ser comparada com um modelo na política social, - lá ou cá – no entanto quanto gastou em projetos como o Sputnik, por exemplo, - e, se me permitem um aparte - é impossível que um único ser pensante concorde com tudo o que vem acontecendo naquele país nos últimos três séculos ao menos, se for analisado atitude dos governantes/modo de vida da população.

Existe em todo esse contexto, realmente, algum tipo de sentido, que não a humilhante ilusão de alguns poucos firmar-se como comandantes de uma potência no assunto - não deveria aí existir uma preocupação mais séria?

Seria muitíssimo improvável prever a possibilidade que, de uma hora para outra de tanto escarafunchar o universo (o desconhecido) ao invés de alcançar o sonho de todo o expedicionário nos deparássemos com o pesadelo do colonizado, como já afirmaram algumas cabeças!?! Definitivamente não sabemos com o que estamos lidando. Justifica-se todo este montante queimado no espaço quando milhares sucumbem por falta de necessidades básicas.

Mesmo que se tratassem essas engenhosas naves, de armas poderosíssimas que, ao se depararem com algum ser extraterreno, que por ventura entrasse em sua freqüência, apresentasse todo um poderio bélico jamais imaginado, numa clara demonstração, particularmente humana, de quem é que manda no universo, e então a mídia finalmente convencer-nos-ia a todos de que a galáxia fora também conquistada, ainda assim o risco não valeria a pena, pois, definitivamente, não sabemos com o que estamos lidando, é uma incógnita total, principalmente para os burocratas ou aqueles que buscam perpetuar sua raça, de com o que poderão se deparar pelo caminho.

O termo quadrimotor foi tomado por empréstimo dos textos do livro de Edgar Morin “Rumo ao Abismo?”, onde se lê mais uma vez sob sua ótica, que nossos mandatários deveriam preocupar-se com a formação séria de uma política mundial, ocupando-se então, com o que ele chama de “Sociedade-Mundo Civilizada”.

Tomando também emprestado, a preocupação de Morin; seria este planeta então um planeta a ser salvo ou, neste momento, na atual conjuntura, trata-se apenas de um planeta descarte, um planeta lixão que em alguns milhares de anos se transformaria em um planeta aterro, para a especulação imobiliária intergaláctica – de outros mundos é claro, afinal a Terra já não mais participaria como uma concorrente expedicionária, mas sim, apenas como um imóvel a ser apropriado por outras raças.

Sanat Kumara, um dos maiores representantes dos Sagrados Ascencionados, se disporia a largar tudo nestes tempos, se observada a indefinição macro vigente, e vir novamente até aqui salvar o Planeta Terra!

Doutrinas, escritos, registros poucos conhecidos revelam que existem níveis diferentes de planos, mesmo de planetas Terras, onde ou são mais evoluídos ou, mesmo parecendo impossível, até menos. Nestas declarações, pessoas que tiveram acesso a informações privilegiadas registraram que existe uma terra, um lugar que está sendo preparado para receber os espíritos daqueles que não conseguem se adequar minimamente a um comportamento razoável, que não é possível que aqui sejam “corrigidas”, não se adaptam a um mínimo convívio em sociedade e, em contra partida, abusam da força que possuem, de seu poder: para subjugar e mesmo assassinar ou cometer as maiores atrocidades contra os seres vivos que com eles coabitam. Hoje, - isto foi declarado há muitos anos – assistindo, prestando atenção na derrocada, na queda humana com relação ao social, com relação ao “meu”, ao individualismo, tem-se a nítida impressão de que a história contada está se materializando aqui mesmo; agora. É a nossa terra que parece ter sido desviada de sua rota evolutiva e está sendo transformada em um umbral de sofrimento. Sob este ponto de vista é provável que o planeta jamais seja extinto, será a morada eterna daqueles que amam a “sua” vida, lutam para “salvar-se”, estes talvez realmente sejam “salvos”; salvos no “umbral terra” do sofrimento expiatório.

Assim, sob a analogia, ou melhor, baseado nos princípios onde algumas doutrinas pregam que este planeta não passa de um “planeta estação”, quem sabe não tenham estes visionários razão em parte do enredo. Talvez não tenham conseguido decodificar direito os anúncios espirituais, e então seria do próprio planeta Terra a que estavam a se referir, onde, devido à energia aqui gerada, fizeram com que seu caminhar fosse desviado, condenando esta morada, para sempre, no único habitat merecido pelo homem. Quem, com conhecimento de causa, - se observarmos este ano que é símbolo de mudança, ou seja, ampliando nosso foco de percepção - poderia negar que o universo esteja, ou evolua “socialmente”, visando os sentidos, os valores, o sentimento, em um ritmo muitíssimo superior a nós seres humanos que, contaminados com o germe do individualismo, da visão míope do “meu”, caminhamos orgulhosos de nossas conquistas eletrônicas e de produções em massa jamais vistas, distraídos pelo fator consumo e esquecidos de observar que sentido há nisto tudo!

Ao olharmos para o nosso evoluir hoje, é fácil notar um craquele social, uma desordem planetária jamais imaginada. Um turbilhão varre a Europa, o império americano as voltas com seu retorno ao posto que todos entendiam como sacramentado ou ao menos lutando para assim permanecer.
Todos sempre falaram em uma nova ordem, é fácil argumentar no nada, porém é bastante possível que o Planeta, esteja, ou vá tomar um rumo diferente no que diz respeito às energias que o regem, isto é bastante possível, é preciso levar em consideração, ter a atenção despertada, é bom frisar, com relação ao simbolismo deste ano, isto é bastante significativo.

Retornando a leitura proporcionada por Morin; temos a África lutando por palmos de um nada sem fim em eternas disputas tanto de grupos tribais quanto políticos – a busca deles é tão importante quanto à conquista do espaço para seus iguais ricos. Por sua vez na região da República Árabe; ao longo do último ano, vimos detonado outro caldeirão de pólvora com a derrubada do poder ou a busca deste, de déspotas decanos; líderes de verdadeiros clãs que vinham folgando-se em uma perpetuação do poder como se ainda vivêssemos em tempos onde este pensar fosse possível; é certo que alguns países estão mais ou menos acomodados, porém muito disto é uma camada fina, uma massa corrida inconsistente de cal; verniz social na medida exata para uma apresentação aceitável. A China por sua vez está destruindo toda uma cultura, - destruindo no sentido de apagá-la, relegá-la a um passado esquecido - camuflando-a, enterrando-a, pois foi também, inoculada do veneno sem antídoto do consumo desmedido, desenfreado ou ao menos do que estas possibilidades proporcionam.

Após um período secular de cultura interna singular socialista, embora prejudicial ao povo, riquíssima à cultura, a China foi finalmente vencida por um dos males da exposição ao planeta-consumo, a possibilidade de figurar ou voltar a figurar como império mundialmente respeitado agora também da produção e conseqüentemente, da riqueza econômica, - a que custo pouco importa - outra clara demonstração de como será impossível vencer este monstro estéril porém ativo que tem no lucro seu único alimento.

Fica cada vez mais forte o adeus ao que era, ao que foi. O que vale é o que é vislumbrado e pode ser transformado rapidamente em estatísticas que aumentem os valores. O mesmo Edgar Morin cita que não criamos antídotos contra os venenos que inventamos, ou não foram cercadas todas, ou mesmo minimamente, as possibilidades de algo sair errado. Não imaginamos, ou nos esquecemos, que, quando de uma demonstração de força no histórico do universo, inexoravelmente é registrado que, incontestavelmente algo exatamente oposto; uma força contrária é gerada, porém ninguém está se preocupando com isto.

Em alguma parte da escrita o autor de “Rumo ao Abismo?”, demonstra que talvez consigamos manter ainda por uma eternidade este caminhar desprovido de sentidos, do nosso lado compactuamos com ele; e como já afirmamos, começamos a pensar que o homem é capaz, e provavelmente não caminhamos mais para uma autodestruição, e caso vençamos também as catástrofes naturais anunciadas; possivelmente não seremos destruidos, apenas ficará cada vez mais sem graça viver aqui, porém não parece mais que caminhamos para uma auto aniquilação.

Não é possível que estejamos forjando ou mesmo que possamos ainda sonhar em forjar uma sociedade. Uma Sociedade-Mundo Civilizada, como entende ser necessária Morin, não passa de um excelente tema de escrita. Se existe a piada pronta; existe o texto pronto.

-0-

Talvez não mais precisemos sair daqui para sofrermos
as voltas de nossas atrocidades cometidas,
quem sabe o mais triste, conforme a Lei do Retorno,
é admitir que o pior que pode nos acontecer
após uma vida toda de luta aqui,
é ser condenados à aqui retornarmos.

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