Como
bonecos mal formados erramos entre planos. Conforme navegamos entre as esferas;
observações e atenções particulares burilam nossas personalidades com
picaretas, talhadeiras, formões, cinzéis ou flanela. Não há retorno, como não
há termo à jornada no momento que é dada a partida. Desesperança a um, motivo
de alegria a outro. Assim seguimos existindo e coabitando espaços comuns. Mas
se a menor brisa trouxer a cisma de que só há o ir, esse pode ser o toque; o
sopro que falta para o despertar... a partir do instante mágico que se dá o
entendimento.
*
Deus
faz os esboços; retira minimamente as partes grosseiras, sobras e arestas de
cada indivíduo; deixando a cada um de nós, artistas natos, as pinceladas finais
- o burilamento confiado á vontade desperta. É nosso o toque final.
088.M
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