sábado, 8 de abril de 2017

Ode ao Acaso










Ainda que prestássemos atenção à ideia do Acaso; abandonamos pelos caminhos os valores que poderiam: se não suplanta-la, moldá-la minimamente ao nosso entendimento. Ao contrário, gostamos de encolhê-lo – reduzi-lo por conta da poderosa falta de coragem humana para o reconhecimento, que obrigatoriamente nos posiciona nas vias da sempre repousante, vontade egóica - como algo menor a ser logo decifrado; ainda que este “logo” atue tão conveniente quanto descuidadamente, como manobra de autoconvencimento.

Quando o fazemos por pura imodéstia.

E, de fato, se o posicionarmos de acordo, veremos que o Acaso se situa como superior a tudo. A lógica, por si só, corrobora esta superioridade.

Como algo patente pode ser contestado?

Se estamos, conforme algumas filosofias, em um universo onde tudo está, apesar de não parecer, arranjado; o Acaso, - singular e importantíssimo -  sobressai-se como “não obediente” a comando algum, independentemente das leis que regem o Todo.

É incontestável que esta particularidade confira ao Acaso status de superioridade. Algo muito além de qualquer observação egocêntrica que nossa pretensa superioridade humana intente promulgar.

Da série; dos mistérios que devem assim permanecer





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