sábado, 30 de março de 2013
domingo, 24 de março de 2013
Não egoísmo
Ele
voltava daquela que fora a sua mais importante jornada até então. Extenuado; por
ter se mostrado ela de difícil conclusão.
Não
a finalizou, contou, sem o maior sofrimento já assistido. Mas seu semblante
nunca irradiara felicidade igual.
Feliz
como todos devem estar após qualquer conquista. E com os Mestres não é
diferente.
E
suas primeiras palavras após breve descanso foram: ”Não sou egoísta. Talvez
pudesse privar um a um de vocês de algum sofrimento qualquer em particular.
Alguns até bastante sério; que ao final quereriam excomungar-me e me escorraçar
de suas vidas por um bom par de séculos por tê-los deixado à míngua. Mas em
algum instante tudo voltaria ao normal, e então eu também estaria feliz por saber
que não os privei de sofrimento algum”.
028.f cqe
domingo, 17 de março de 2013
Tao; a origem
O Tao é
como um recipiente oco
Quanto mais produz, mais
difícil é de esgotar
Parece o manancial de
todas as coisas
E em suas profundezas
permanece inalterado, eternamente
Suavizando suas asperezas
Ordenando seus meandros
Moderando seu resplendor
Abafando seu próprio
estrondo
Obscuro como as águas
profundas, parece continuar ignorando de onde provém
Assemelha-se ao Ancestral
de tudo
Tao te king – Lao Tse
Ed. Hemus/5a. edição
-0-
O
Tao
Sobre o
Não início
O não meio e
O não fim
Sobre
o que não foi
E
o que não será
E
sim
Sobre
o é eterno
A
permanência do é eterno.
027.f cqe
O nosso Tao
Tudo
provém da origem
Tudo
retorna a origem
A saída é
agitada e curiosa
É sinalizada pela
balburdia, pela luta
E assim mantêm-se
O retorno
é palmilhado pelo aceitar sincero
É
serenidade, conforto e aceite
O que vai
não entende o que vem
O que vem
entende o que vai
Pois tudo retorna a
origem.
026.f cqe
No princípio não era modismo
(Isto sim que é exemplo de Low
profile ou mais é menos...!?! ou o que o valha)
Não
às pontes entre mim e você
Então
o Mestre aconselhou o discípulo que eufórico, vinha anunciado a quem quer que
encontrasse, a medida que despertava para a realidade de seu tutor. Sobre a
singularidade do velho erudito, se comparado ao que assistiu ao longo do
caminho até então trilhado:
“Não
busco que convençam outros de quem sou realmente, caso entendam isto ser de
alguma valia. Deixem que o façam por si só. Se não procuro eu isto, por
entender ser pura falta de tempo, afinal o convencimento jamais será um bom
argumento, por que procuraria ou deveria entender como boa, a oportunidade de
lançar mão de pontes para essa dificílima tarefa?”
E
alinhavou
“Se
não é possível que te sintam, não é de bom tom que outros façam isto por você...
e ainda menos por mim.”
025.f cqe
domingo, 10 de março de 2013
Máquina de triturar matéria
Embora a tenhamos como
sagrada, a morte não passa de uma máquina trituradora de matéria.
Um ponto estático
(estático?) ou uma ponte entre a matéria e a não matéria.
Em algumas situações me
pego pensando em como esta máquina irá me encontrar quando for cumprir seu
inexorável papel de trucidar a todos?
022.f cqe
Longevidade II
Viver
muito é ótimo, desde que se viva bem, mas por enquanto, e há tempos, vivemos
nos preocupando somente com o, viver mais.
Nem mesmo os inventores,
os criadores de tempo – cientistas que aventam aumentar a sobrevida humana -,
nossos homenageados de hoje, conseguem o prodígio do bem viver.
021.f cqe
Não me adicione
Outra
vantagem de quando se é dono de caráter dúbio, (ou algum) em figurar nas redes sociais
é que, por ser próprio dos tempos atuais não assumir a personalidade por
necessidade do meio ou por medo de ser excluído, é poder então, ainda mais,
escamotear suas falsetas de quando se está frente-a-frente com os seus – tarefa
que à medida que o tempo avança se mostra tão escassa quanto constrangedora.
A
desvantagem, diria o psicanalista especialista que detivesse algum conhecimento
e coragem: reside no fato deste indivíduo social virtual levar um tempo maior
para entender que o que faz ali é exatamente acreditar no perfil que auto impôs-se.
Mesmo que este esconda ainda mais a mentira que sempre foi. Na net ou fora dela.
Este
instrumento; acaba aumentando naturalmente o distanciamento do encontro do
personagem falso, daquele real, que se mantêm escondido.
020.f cqe
domingo, 3 de março de 2013
Ainda duvidas?
Ainda que as palavras do Mestre parecessem um pouco
ríspidas, todos o conheciam, e sabiam que apenas e justamente o ouvinte
principal ainda as entenderia estranhas:
“Que
tenhas dúvida é possível que entendamos.
Que
duvidas;
só
demonstra que ainda não está pronto
nem
mesmo para teres dúvidas.”
017.e cqe
Do limite que possibilita o avanço
Geralmente
após as guerras ou grandes catástrofes, as pessoas se juntam e levantam suas
casas suas cidades, mas em determinado ponto se descobrem, ao observarem os
resultados, muito mais fortes do que pensavam ser, do que se imaginavam. E continuam,
mas continuam sabendo agora que não conheciam, não sabiam que seus limites eram
negligenciados por eles mesmos por lhes serem totalmente desconhecidos. E o mote
inicial: voltar com um país nos eixos, concertar o orgulho ferido; já foi
superado, já foi alcançado, porém a força interior desconhecida, a revelia de
todo o processo, também foi despertada, agora elas descobriam que podem mais, e,
dificilmente irão parar. Eles querem mais, eles querem continuar.
Podem,
quem sabe, superar ainda uma cidade ou um povo vizinho, ou até um país vizinho
e se tornar um ou o maior exemplo do pós-guerra.
Sim,
fomos ligados. Alguém conseguiu acionar alguns pontos dentro de todo um
conjunto de pessoas que estavam adormecidas a não mais reconhecer alguns
limites.
Porém
isto é tudo muito complexo, e de alguma forma deveríamos ter um dispositivo a
ser acionado onde pudesse ocorrer o que aconteceu com o Forrest Gump no filme,
por exemplo.
Ele
iniciou uma corrida ao longo de lotes vizinhos ao seu, um trajeto ainda menor
do que o alcance de suas vistas, e continuou até o final da rua e até o final
da cidade, e então decidiu atravessar o estado, o país. Foi de um oceano ao
outro e ainda assim não parou. Até que um dia o faz. Pára, estático, e diz, já
é o bastante.
Quando
cada um dirá para si, ou se perguntará se pode ou não, se está livre ou não
para dizer para si mesmo: já é o bastante.
Quando
um governo poderá dizer para um país inteiro, podemos agora diminuir nossa
agressividade com relação à superação econômica, bélica, industrial, mecânica
ou coisa que o valha?
016.f cqe
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