Cristo disse:
você pode o que Eu posso e pode
ainda mais.
Confinamento
Terra - Tenho me perguntado nos últimos tempos; e se alguém me perguntar: por
que não dá certo; o que responderei?
É claro que
não há uma fórmula para responder essa questão e nem mesmo compilei algo ainda
nesse sentido, porém ao ler a chamada de um importante semanário, tanto despertou
atenção que resolvi tomar como exemplo ao assunto, uma frase de determinado colunista,
ao criticar o filme Jurassic World; provocando pensamentos sobre o fato, ou
sobre o fardo enorme que cabe aos bons e velhos intelectuais da vez, resgatar e
expurgar sandices ditas por “especialistas” na juventude (inclusive dele,
porque não? Se se tratar de alguém sério realmente) – uma missão quase
impossível devido a variáveis de nuances envolvidas.
De pronto,
ao observar a frase - não li o artigo, também não sei se era totalmente contra
o filme, e não vem ao caso agora; afinal esse não é o ponto aqui. A resenha
chamava a atenção para algo em excesso na produção ou coisa que o valha; nem mesmo
vou usar este espaço para defender a marca Jurassic Park, particularmente só
apreciei de fato a primeira película; ali contava mais a idade; então, a partir
do entendimento particular de tratar-se o autor de alguém que não detém qualquer
conhecimento mais abrangente que resolveu escrever por saber que uma série de
outros que pensa igual leem, mudei de página. Do meu lado, acredito que quando
o quesito envolve entretenimento, o que vale é o sucesso que está fazendo e não
se um ou outro detalhe técnico avançou o sinal.
Aconteceu
então; ao ler a oração, houve uma daquelas explosões insight’s, onde percebi a
extensão do “problema“ – analisando materialmente, observando apenas do ângulo
homem-matéria -, onde nascemos; tornamo-nos adolescentes e então jovens, e
passamos à adultos sem que um único momento desse processo seja por nós questionado
realmente; ou altercada nossa forma de pensar. Portanto, quando maduros, percebemos o quanto estivemos enganados, ou não
temos energia para lutar por uma mudança. Ou se ainda possuímos gana, não seremos
ouvidos por se tratar nós, de velhos que já não detém mais poder na sociedade.
No momento recebi uma espécie de bafejo, qual um
flash de inspiração tivesse clareado meu discernimento a respeito de o quanto
as nossas vidas são expostas a nós mesmos enquanto desapercebidamente erramos alheios
em meio a mistérios e dúvidas até pueris quando nos queremos senhores do
universo. Destarte, não observamos nosso maior erro; nossa real insignificância:
de a que nível não passamos de meros autodidatas à vida! Significando o que? Que
estamos; que continuamos em um processo – ainda muitíssimo atrasado - de
construção social; em busca de qual seria a melhor forma – exata, impossível,
salvadora - de coabitarmos em um nível socialmente aceitável, onde, apesar dos
milhares de anos que nossa história permite se classificar qualificando nosso
existir social: continuamos inegavelmente em pleno século XXI e por quantas
gerações mais, como símbolo; representante máximo de fracasso no quesito
respeito e justiça. Dois pilares únicos e inegociáveis; justo a nós, que
precisamos conviver; coexistir; coabitar esse confinamento Terra; valores tão principais
quanto primordiais a ser entendido como tal antes de qualquer prosseguimento ao
próximo capítulo. No entanto, dada à dificuldade da tarefa continuamos como
sempre, tendenciosos à separação em nichos tanto para a exclusão quanto para a
reclusão. Em feudos, - e quando possível em cápsulas individuais - digo feudos
porque apenas progredimos como ser material, afinal, diante do caos de um golpe
– palavra que não mais deveria existir no nosso dicionário (ou ser conjugado no
tempo presente) caso tivéssemos evoluído – ou de uma catástrofe, mesmo nos
feudos mais desenvolvidos; é a animalidade da espécie, mais em uma menos em outras,
porém ainda patente em todos, que ditará as regras onde mulheres, crianças e aqueles
de recursos escassos, elos frágeis da corrente, sofrerão o impacto maior por
consequência das tragédias – sejam elas naturais ou daí originadas.
Trocando em
miúdos, o que temos aqui, é que nosso sistema de evolução continua observando a
cartilha individualista que prega: na eminência do colapso salvemos ao menos os
nossos; que tenhamos, diante do pior cenário, garantida a sobrevivência da
nossa casta – é inegável o fato de que agimos como se nos preparássemos,
enquanto devastamos o planeta, para resguardar intacta essa via de segurança;
ou seja, depredamos observando sempre o limite de segurança cada vez maior, ou pretensamente
calculado, na proporção do estrago que nós mesmos (não) sabemos causar.
Falta,
também aqui, a conscientização de que, em caso de catástrofe, é condição sine qua non o auxiliar mútuo, e finalmente,
em se tratando de nossa vontade social externa – aparente - tornada interna –
real -, descontinuar o desenvolvimento do pensar egoísta, ainda que não se
possa mensurar o quanto tarde estamos para reverter a cultura disseminada do: enquanto
gero um estado de caos prejudicial aos demais, paralelamente busco criar também,
alguma blindagem que me permita ficar auto imune a irrefletida condição criada,
e então, uma vez dono do antídoto, posso alardear ao mundo a sua mais nova
necessidade que me fará milionário e que pode ser, desde uma pá para cavar
trincheiras, o monopólio na construção de um bunker, uma vacina que se mostrará indispensável ou até uma nave
espacial, quanto mais proporciono segurança a população mais distancio-me de
suas necessidades – resultante de outros tantos indivíduos de pensamentos
iguais aos meus.
Portanto, gerar
a necessidade a partir do desequilíbrio do próprio autor daquela. O desarrumar;
a desorganização gerada pelo próprio homem, ou por ele aumentada quando
descobre ser daí possível construir uma base sólida de sustentação apenas ao
explorador (descobridor) ou grupo fechado.
Essa
conscientização – proposta - diz respeito que, em caso de uma hecatombe ou
qualquer terremoto local, não existirão aqueles que, diante de uma chuva-arrasa-quarteirão,
pondo parte dos telhados abaixo, por exemplo; sem um mínimo de compaixão,
aumentarão significativamente os preços das telhas que serão vendidas aos seus
próprios vizinhos necessitados. Eliminando um princípio que se tornou lugar
comum – como se estivéssemos absorvendo uma nova cultura abjeta, que prima à
desonestidade – quando, ao invés de questionarmos a injustiça da situação, é criado
um efeito contrário onde apoiamos veladamente o absurdo, ou mais, ao ouvirmos a
conivência do ato escuso na frase “se eu ou um de nós estivéssemos no lugar
dele faríamos igual”. O final absurdo dessa série é a continuidade de um
processo que será esquecido por conveniência: alguns poucos e por pouco tempo
se ajudarão, outros rezarão; outros tantos se espelharão em centenas de mais
necessitados, mesmo do outro lado do planeta que se encontra em condições ainda
piores, e uma parte irá se agarrar apenas ao orgulho de conseguir sobreviver
sem a ajuda dos outros; às próprias custas.
E a Torre
de Babel? Durante o “brainstorming”,
o insight particular citado a pouco, veio a mente a história da Torre de Babel,
particularmente não acredito muito nela, no fato de pessoas construírem uma
torre que às levasse à Deus, porém, se imaginar as sandices que ainda
praticamos – muitas avalizadas no próprio texto - entendo ser ela bastante
possível ou racional para à época. A questão é se: a partir da Torre tudo se
deu como agora é; esse total desentendimento? – que ao final é falta de
conhecimento. Como seria se o fenômeno Torre de Babel não tivesse existido; ou
ela apenas diz respeito àquele momento, ou seria aquele um divisor de águas
para a humanidade com um propósito maior do Altíssimo?
Até onde
posso divisar não é de todo errado afirmar, partindo do princípio da existência
do fenômeno Torre, que o processo – confuso - ramificou-se de tal maneira,
fazendo com que muitos de nós o entendêssemos como conveniente a própria
sobrevivência; isso, quando não o aprovamos em proveito próprio avançando com o
imbróglio mesmo extrapolando as margens da ética, da moral, do bem social, para
angariar fundos extras, ainda que sem o devido conhecimento se essa deveria ou
não ser uma prática possível na sua totalidade!
O que não
posso imaginar é uma forma de o jovem descobrir ou acreditar e por em prática a
vontade do velho consciente, afinal, como posto acima, quando se sabe aos
oitenta o que poderia ter melhorado aos trinta é tarde demais. O poder sempre
estará na mão dos mais novos, e até os cinquenta – sendo otimista - não é possível
que tenhamos uma ideia de nossas ainda atitudes vencedoras, porém, de uma forma
ou de outra a ponte se rompe a partir dos sessenta, e mesmo que seja construída
uma passagem através do tempo que permita que se entenda o que o velho quer
dizer, ainda que ele deixe materialmente registrado; ainda assim o povo dos
quarenta que busca a qualquer custo se manter no poder não tem ainda formada a
mente para romper barreiras que agora, na idade plena, desestabilize tudo de
alguma maneira – agora sim - construtiva e dê início a algum tipo de reforma,
porque, vivemos agora o agravante de não ser um grupo de comandantes que decide
o que será bom para o futuro, mas todo um universo de mentes novas havidas para
serem reconhecidas já durante o seu breve período de poder.
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