A evolução nos direcionou ao
trabalho sob ordens, parcamente remunerado, necessário e praticamente obrigado
à grande maioria dos homens, e paulatinamente vem direcionando as mulheres para
este redemoinho sui generis.
Definitivamente, não vou me
estender neste exercício além de um viés particular recentemente observado
mesclando-o a uma declaração tão oportuna quanto coincidente que encontrei
ontem; um vídeo do Noam Chomsky.
Primeiro o ícone. Com palavras duras e de difícil aceitação ao desavisado, entendi, ainda que não saiba em que condições ele o fez, a realidade clara e brutal de sua síntese - não o conheço além de suas frases e citações. Diz ele o que é. Ao conectá-lo com nossa veia entusiasta imagino o que deveríamos fazer para sairmos dessa realidade tão triste em que situamos uma das maiores descobertas, dos maiores feitos do homem; O Trabalho.
É certo que tudo o que é
obrigado não pode ser realizado sob os auspícios do prazer, da boa vontade e
com alegria, ainda que, pontualmente, alguns de nós parecem conseguir esta
proeza, até por longos períodos, porém o ideal macro jamais será conseguido. Os
percalços, as disputas e todo o tipo de dissabor ou pecados se tornam sementes
maduras em terreno fértil.
Voltando para nosso pequeno universo particular; anotei esta semana; “no seu ofício, se tuas obrigações negociadas exigem certas responsabilidades, execute-as dentro de um padrão profissional mínimo contratado, pois é muito melhor executá-las antes, apenas dentro destas obrigações, do que depois de ser chamado a atenção por negligencia-las e então, pressionado, efetiva-las acrescido de ódio e da dor que a vaidade faz pesar em nossas mentes. ”
Pegando carona no enunciado do Chomsky, da prisão do trabalho, da tirania de sua obrigatoriedade inescapável ao que não conseguiu empreender, muito embora o pequeno empreendimento nos remeta a outras obrigações ainda mais austeras. Fato é que nem sempre nossos caminhos, nosso preparo, leva a empregos maravilhosos, ou se o fazem, a ânsia exaure nossa paciência ou, incontáveis acontecimentos somados ao despreparo à vida complexa, ao existir intrincado, faz com que a lua de mel das novas relações se mostre desgastada, opaca já nos primeiros meses, então nos tornamos negligentes, ou ainda com humores não admissíveis no ambiente, que nem sempre podem ser destilados.
Daí as tarefas se tornam um
martírio e não raro entendemos que a vida não está sendo justa. Dessa
incompreensão cresce a revolta contra o que se obrigou e a cada dia mais,
deixamos a desejar.
Somos dados a comportamentos
estranhos, onde nos entendemos vitimados, pois nos tornamos juiz e executor,
quando possível, fundamentados sobre uma falsa liberdade, até que a realidade
se mostre, em algumas situações, implacável, vestida com uma balaclava de
carrasco, justamente quando estamos de pés e mãos atados.
Nosso comprometimento
precisa ser levado a sério até o último segundo ainda que trilhemos um caminho
hostil às vontades que eclodem em profusão; do contrário o calvário não se
finda quando finalizada a trilha.
*
Noam
Chomsky
https://www.youtube.com/watch?v=iR1jzExZ9T0
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