Sempre prático, tenho observado ao longo dos meus anos, como estes observadores do externo, mesmo o mais acovardado, quando permite que suas apagadas ousadias acendam, por pouco que seja o quase inexistente ímpeto ainda que sufocado, ao deixar-se, invariavelmente, ser derrotado pela curiosidade. - esta outra vergonha da humanidade quando não apenas serve para o conhecimento legítimo.
Surpreendentemente superam até o não menos vergonhoso medo arraigado do desconhecido; aguardam, esperam, espreitam, anseiam por um momento apenas que possam romper a blindagem que em vão gostaria o alvo, manter ativa contra tais; e inúmeros outros tipos de mexeriqueiros, e então, descobrir o que não conseguiram ainda aqueles que mesmo por décadas ao meu lado lograram êxito ou sucesso.
Percebo então, entre estes longos quinze ou – com sorte de principiante - cinqüenta minutos de olhares e ouvidos aguçados sobre minha atuação, ao terem uma brecha qualquer com o propósito de amainar contumaz bisbilhotice – é claro que isto jamais aconteceu - que, munido de um arsenal de disfarces, tão diversos quanto o engambelar natural utilizado pela lula durante a fuga, pois mal sabe ele que serei um a cada instante do possível diálogo; sempre lendo muito mais meu intrometido companheiro – naturalmente – desatento, ao fornecer informação tão diversa quanto o número de frases que estão a ser pronunciadas, e que, invariavelmente, serei eu apenas a ter mais uma vez confirmada minhas teses pragmáticas.
Dias depois vejo o mesmo individuo já não mais me observando, pelo menos não com os mesmos olhos; agora, vestido de toda a sua sabedoria que julga ser muito superior a daqueles que comigo vivem, lança seu olhar no mínimo de desdém após ter finalmente seu veredicto concluído:
- Não passa ele apenas de mais um, seu exotismo externo não é mais que uma caricatura para se fazer passar por diferente e então ser notado.
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