quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Catástrofes como salvação da humanidade


Durante o período em que passo as minhas mais que corriqueiras horas de trabalho, se não tenho uma evolução no quesito profissional, o tenho no pensar, lucubrar, imaginar, enfim, viajar com a mente.

E, por se tratar de um local onde a segurança pessoal é um ponto primordial, usando a palavra do próprio meio – estamos falando de uma indústria de laminação de aço – estamos, constantemente, em contato com um farto material que visa a conscientização pessoal, primeiramente, de quão importante é estarmos atentos durante a execução dos trabalhos.

Passamos varias horas por dia em contato com ações que nos remetem antes de tudo, antes de qualquer atividade, à segurança, aos eventuais; potencias; eminentes e proporcionais riscos que podem vir a afetar nossas vidas, se durante os trabalhos estes não forem amplamente contemplados, e conseqüentemente; tomadas as precauções devidas.

Percebi, não faz muito, que as terríveis situações inomináveis por quais passaram alguns de meus colegas operários que há séculos vieram desempenhando o papel quase macabro - se observarmos o histórico de mortes – não apenas da laminação do aço; muito antes de realmente se preocuparem com suas ações, quase sempre involuntárias – soube que algumas foram voluntárias – que resultaram tanto em seqüelas para toda a vida, como ceifaram muitas delas, até que leis finalmente ajustadas começassem a ferir o bolso de industriais que nem de longe se aproximavam do potencial risco provocado aos seus funcionários, e acabaram finalmente, servindo de referências para que muitas medidas fossem adotadas, resultando então, em detrimento disto, que agora, nós operários, trabalhamos muito mais seguros.

É bom lembrar então que centenas de milhares tiveram que morrer para que houvesse uma conscientização generalizada para o assunto; segurança no trabalho. É fácil fazer uma idéia se observarmos os operários que ainda hoje, trabalham nas minas de carvão na china, por exemplo.
Há pouco, ao comentar com um chegado meu, sobre o problema sem solução que enfrentamos atualmente sobre o clima, aquecimento global, colapso eminente ou coisa parecida, saiu-se ele, não sei se por estar nervoso, fruto de estresse, ou é realmente sua opinião, com a máxima: “Isto na verdade, é bom para a humanidade. A humanidade cresce com isso, muitas coisas serão melhoradas a partir desta preocupação”, ou coisa que o valha.

Concordo em “GNG” como diz a Minha Amada. – Gênero Número e Grau. “but”...

Mas acontece que ele fechou a questão e aí entra a minha preocupação e o motivo de estar eu aqui no dia 30 de dezembro um calor “duca”, tentando expressar a minha opinião que casa com a dele, porém, há que se pontuar a meu ver, as sempre proporções recomendadas; deu pra entender?

Ao fecharmos questão sem um debate amplo, ou ao menos uma reflexão mais apurada, principalmente quando todo mundo, a despeito da falácia envolvida em seu entorno, e mesmo que nem sempre carregue um tom preocupante, por estar estes mais envolvidos com qualquer outro interesse que não o ponto em si, demonstrarem comodismo; e esta falta de interesse, ao emitirmos alguma opinião desatenta, o máximo que conseguimos com nossa indiferença é demonstrar também, que não estamos envolvidos ou ao par suficientemente do que realmente está acontecendo, e que podemos de um momento para outro sofrer as conseqüências desta desatenção, quando não raro, passamos por desinformados, e ao sermos apanhado dando uma opinião superficial sobre o fato nem sempre é possível disfarçar que na verdade o recado que estamos dando é, não estou interado do assunto e nem mesmo estou preocupado em fazê-lo, embora tenha vergonha de admiti-lo.

É certo que foram devido a inúmeros momentos de flagelos pelos quais passamos que até então nos levaram a algum tipo de excelência, não apenas no ponto segurança, também no quesito resgate, agilidade no salvamento de vidas após os sinistros e como frisado no início desta, à sanção de leis – inclusive entre países - culminando num todo mais eficiente quando deparados com ações indigestas independente das causas que as provocaram.

Buscar um existir melhor através de acontecimentos desastrosos no nosso histórico é sinal de que somos inteligentes, adaptáveis e prezamos nosso instinto de sociedade, agora, dormitar na idéia de que é assim que funciona e não mostrar preocupação quando catástrofes são previstas: é continuar pendurado como um fardo aos milhares de seres que atrapalham o andamento da evolução simplesmente porque ainda não sabem que nasceram egoístas.

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Acredito que os demais esperam também que, aqueles, donos desse raciocínio individualista; saibam ou entendam, talvez até acreditem: que devamos continuar sobrevivendo seja através da ressurreição, ou nascer em outra vida; outro plano, após nossa partida. É claro que de preferência bem longe daqui, se possível, pensaria eu, embora não esteja bem certo disso com relação ao que venho assistindo nos últimos anos, e imaginando possa existir realmente a lei de causa e efeito.

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