A submissão consciente, estudada, trabalhada, passa a ser resignação, porém, mesmo neste estado são poucos aqueles que realmente podem assim classificar; como objeto alcançado. Existe um grupo logo abaixo destes que busca esclarecer as nuances; os rumos da existência humana, que, com certo grau de proporção observa o ser submisso – ou a sua condição submissa - com alguma ciência, ou seja, é entendida a sua existência; sua presença, mas sua classificação, em algum nível, diferentemente do estágio anterior, é tida apenas como necessária, onde, alguns deste grupo, - aqueles mais atentos - a aceita de forma passiva, observando a urgência momentânea da vida, já a numerosa parcela restante não o faz embora participe da mesma consciência do grupo, e caminham revoltados, é o que chamo de “Aceitação Ativa”. É um aceitar obrigado, sem alternativas outras que possam ser estudadas, que, se existem, compreendeu: escolhê-las é ainda pior que o tocar em frente sentindo um descontentamento, um estado desconfortável ainda maior, conseqüentemente estes, vivem atentos a possíveis mudanças, para quando possível, ou, o mais rápido possível, mudar esta condição de insatisfação. Posto isso, toda esta gama de indivíduos que de alguma forma tem seus perfis encaixados nas condições citadas, embora distintos, têm também, em comum, o fato de saberem em que estado sobrevivem; para estes então, está claro, diga se de passagem, que esta é a condição principal, ou até primeira, para que todo o indivíduo dado a razão e necessitado do convívio social, a este plano submetido, precisa entender, aceitar e até trabalhar esta circunstância imposta por tal convivência, entendendo que isto nada mais é que uma espécie de abono, um aval, capaz de amenizar, mesmo que minimamente, sua estada por entre os seus. Alguns estudiosos insistem em conversas intermináveis sobre o abismo existente entre aqueles que tomaram ciência de que a submissão pode ser apenas um estado de sobrevivência ou mesmo um estágio ou até um período de transformação, de passagem, uma costura, um remendo, até uma ponte, consoladamente aceito ou não, e o outro lado da moeda, um grupo indizível de seres que sobrevivem arrastando-se por entre as mazelas diárias sem fazer deste expediente, sem transformar a ferramenta da submissão, sem olhá-la de forma positiva. Quebram a cabeça eles, - estes que pouco tem a fazer além de gastarem seu tempo imaginando - tentando descobrir o porquê de tamanha distinção entre os tidos como iguais, questionam-se a exaustão, imaginando onde reside, o como acessar fisicamente, - através de ensinamento e estudos não foi possível - o muro que separa a percepção, sim porque isto não tem nada a ver com estudo ou inteligência, é uma questão de percepção, afinal se você olha para o lado e entende que aquele que aceita o estado vigente, e deste, acaba até mesmo se safando, aceitando ou dando um chega pra lá nas mazelas infindáveis a que outros abastados dominadores nem mesmo tem a noção de como sobreviveriam ali, alguns, em condição até superior, insistem em malhar o ferro frio, como dizem, não prestando atenção que seu desgraçado “modus operandi” eterno, continuará sendo um peso, para si e para os seus próximos, e não para aqueles que podem. Parece ser um contra senso, porém seus iguais próximos, aqueles que romperam o tal muro invisível e já aprenderam a lição, acabam sofrendo o ônus de continuar convivendo e mesmo auxiliando todos que insistem em olhar para o lado e apenas copiar aquilo que para nada lhes serve, numa obra infindável em que pesa ainda mais o fardo do então assumido aceitar cioso.
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