sábado, 25 de junho de 2011

Emoção mecânica


A morte; justifica-se por si só.

A emoção, o consternar-se com a ação da morte é um ato que deve ser praticado com pureza, sempre. Ao menos neste momento da vida devemos buscar qualquer resquício de ética tentando encontrar o que verdadeiramente somos; afinal estamos diante da morte, ainda é uma morte alheia, mas é um momento único, raro e oportuno, sejamos então honestos em respeito a esta dama inequívoca.

Justificar-se, praticando atos comoventes, que revelam emoções mecânicas diante de um quadro de luto quando poderia muito bem fazer ou permanecer como o foi em vida, estático, só irá demonstrar (comprovar) que o estado de letargia exaustivamente demonstrado, justamente, não passa de falta de sentimento.

Aquele que sabe, no mais das vezes mantém-se inerte, em silêncio diante de um desastre, de uma catástrofe, de um momento de comoção, pois antes de tudo, entende que justificar o injustificável não cabe ao homem e, diante de um quadro irreversível o que sobra, o que conta é contar com a continuidade, esta sim o mantém atento e acordado do que parece, aos aéreos, tratar-se apenas de apatia cruel.

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