Nossa convivência extremamente voltada para o social faz com que desde cedo criemos uma dependência do meio externo, esse estado de dependência varia de uma pessoa para outra logicamente, bem como dos humores de cada um, quanto mais estes humores nos tornam arredios mais restringimos nosso círculo social, existe também uma situação de dependência pura que envolve outra série de situações particulares e singulares a cada individuo, desde problemas físicos e psíquicos a paixões ou mesmo preguiça; ou ainda, situações onde devido ao fato da baixa auto estima por exemplo, necessita-se de algum confortar alheio regular ou mesmo uma cota diária, ou também regular de elogio, caracterizando assim que se está sendo aprovado, bem quisto, querido, ou coisa que o valha.
Do meu lado enfrento uma situação quase única no que diz respeito à dependência, onde comparo-me àqueles espécimes com respiração pulmonar, porém que desenvolveram a habilidade, ou adaptação, como preferir, de viver um período bastante longo, se comparado ao nosso, sem respirar, como é o caso das baleias, golfinhos e tartarugas por exemplo, embora ainda dependam de um suplemento extra de ar, uma lufada de ar da atmosfera que não do seu habitat natural para sobreviver; de forma análoga assim também acontece comigo. Dependo totalmente de um ser que há muito escolhi para sobreviver ao lado, sobrevivo se Ela vive, porque é somente Ela que pode suprir-me com seu estar presente e manter-me ativo. Longe de ser um acontecimento mecânico, é, porém, tão importante quanto o exemplo anexo, é um estado consciente de dependência, tão consciente quanto este momento em que construo, finalizo e arremato este pensar.
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