sábado, 8 de março de 2014

Questões idiotas



“Algumas questões nasceram de

nossa ignorância

e permanecem devido à derivação da humanidade

para a idiotia.”

*

Todas as nossas conversas são em torno de agrupamentos. Querendo ou não vivemos a demonstrar uma espécie de insegurança; sim é isso, quando não conseguimos dissertar ou formatar uma continuidade solitária, tem-se a impressão de que isto não é espírito de companheirismo, ou nem sempre é... a idéia mal formada de compartilhamento... nada, quanto é um e quanto é outra!?!

Quanto é somente insegurança? Ou simplesmente porque aprendemos ou trazemos implícito ou gravado em nosso psicológico, como uma espécie de consciência coletiva onde as palavras igualdade, juntos, solidariedade... compartilham; se mostram, forçosamente ou não evidentes, até que algo novo surja daquela sociedade, daquela formação, daquele grupo. E o sujeito é elencado a um patamar superior onde não necessita mais dos velhos companheiros; e ainda que vire as costas para a comunidade que o apoiou, provavelmente, auto-convencido, entenda que ascendeu a outra superior e por isso a velha plataforma já não serve mais; a utilidade dela era somente para aquele fim, ainda que não imaginasse tanto.

 E porque nunca se está só quando a idéia maior é a busca para voltar-se ao interior?

Porque não nos libertamos desta maldita ânsia de que alguém sempre está a nos dever algo devido ao passado em comum?

Estamos sempre a cobrar posturas convenientes quando somos tão iguais quanto os miseráveis acuados. Devemos buscar a nossa libertação liberando quem quer que seja.

Ninguém nos deve favor algum, se assim pensarmos não devemos também nada a ninguém.

Ok, ok! Existirão, ou sempre existirão aqueles cuja pequenez faz com que tardemos sobremaneira nossa liberdade e conseqüentemente a atrasemos ou a arrastemos para um tempo ultra tardio. Aqui era preciso que nos desvencilhássemos da nossa pequenez abandonando o pequeno que se quer assim; que se compraz na mesquinhez que agrega. Porém; quanto de nós aprecia a dependência alheia sentindo-se útil? Por sua vez é preciso um mínimo de fé somado a uma cota razoável de discernimento para compreender que em algumas situações não há nada a fazer a não ser fingir para nós mesmos que estamos a fazer algo ainda que um terceiro, ou que o terceiro nada entenda e nada veja em você mais que uma enorme sequóia que o sustenta por acreditar que você vive bem assim – ou oportunamente, finja.

 Com aquele que ignora não é possível que a argumentação seja outra que não a sua; por sua vez a falta de discernimento adiará para sempre o abandono. Cabe então a você perceber que o ficar fora; apartando-se desse quadro hipnótico, fará com que o buraco negro do tempo não trague os dois quando, se fosses atento, pudesses aproveitar um pouco mais teu vigor sem os tentáculos finos, porém mal intencionados de aproveitadores que não conseguem pensar uma forma de sobreviver sós, quando, de suas ignorâncias retiram a única esperteza que conseguem alienando-o à uma prisão, ou a sua prisão; você que transformou sua compaixão na âncora mais pesada, tornada, de um valor, em um castigo para ambos; quem é o mais fraco, o mais covarde: aquele que segura, ou aquele que fica.

        Alguns de nós aprendemos sobre o luxo do retorno ao próprio interior - O Caminhar Só. Ainda que se perceba mais carregado que a comitiva de um califa com seus mil camelos a vagar nômade pelo deserto. E todos; uma ou ainda que várias vezes: foi tentado ao caminho da solidão; mas este não é um trilhar para tantos. Coincidentemente, o caminho da solidão agrega pouquíssimos caminhantes, porquanto, que entendam isso aqui posto, se neste instante fossem atacados pelo insight mais violento e claro, e belo, do caminhar só; ainda assim, passado determinado tempo, até mesmo o insight seria esquecido... e dele... seriam desviados.

        Há pouco descobri que a consciência é pouco... é preciso mais. É preciso maturar a consciência com muito aprendizado, muita busca e pesquisas, aí então, somada a inteligência – eis aqui uma parva redundância – são necessários anos de mistura e cozimento para que uma boa escolha se concretize.

        Estou falando apenas de escolha, não de acontecimento. Por exemplo, ao lermos sobre as divisões infinitesimais ou mais das moléculas mais insignificantes, é possível entender o quão significantes são, e ainda, que podem ser o resultado de alguma insignificância maior. Disso, ao imaginarmos um vivente em uma galáxia afastada do nosso sistema solar por uma fração de anos que é preciso ter o segundo grau em álgebra apenas para contar zeros a partir do 1, que analise em seu super telescópio aquele grão infinito que chamamos Terra, não imagina que ali possa existir o mundo como nós conhecemos. Dependendo da falta de conhecimento dele, ficaria espantado, “como! Daquele grão insignificante!?!”.

        Se alguns de nós podemos conceber isso, porque a dificuldade, ou, onde esta a impossibilidade de uma centena de nós ampliarmos suas mentes para o além, não de espaço, mas do nosso espaço até então aceito?

        As questões que nos restaram, não permanecem vivas por demonstrar todo o valor de nossa inteligência, - ao serem formuladas há milênios - levando em consideração que não puderam ser respondias; isto, definitivamente, não procede - antes devemos considerar o fato de que, se continuassem fazendo sentido: nós mesmos conseguiríamos responder. Se não o fizemos, devemos aceitar as nossas limitações procurando demonstrar inteligência ao menos aí. Mas nada! Elas ao final demonstram tanto o quão ignorante, e algumas vezes idiotas somos, que: não que não deveriam ter sido propostas, e sim, terem sido há muito, abandonadas - a todo instante estamos a criar urgências que deveríamos resolver na mesma proporção, sem ficar perdendo tempo demonstrando o quanto podemos ser, apenas esnobes, por não darmos cabo do básico; perdendo tempo com o que pensamos nos fazer superiores.

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