“Algumas
questões nasceram de
nossa
ignorância
e
permanecem devido à derivação da humanidade
para
a idiotia.”
*
Todas as nossas
conversas são em torno de agrupamentos. Querendo ou não vivemos a demonstrar
uma espécie de insegurança; sim é isso, quando não conseguimos dissertar ou
formatar uma continuidade solitária, tem-se a impressão de que isto não é
espírito de companheirismo, ou nem sempre é... a idéia mal formada de
compartilhamento... nada, quanto é um e quanto é outra!?!
Quanto é somente
insegurança? Ou simplesmente porque aprendemos ou trazemos implícito ou gravado
em nosso psicológico, como uma espécie de consciência coletiva onde as palavras
igualdade, juntos, solidariedade... compartilham; se mostram, forçosamente ou
não evidentes, até que algo novo surja daquela sociedade, daquela formação,
daquele grupo. E o sujeito é elencado a um patamar superior onde não necessita
mais dos velhos companheiros; e ainda que vire as costas para a comunidade que o
apoiou, provavelmente, auto-convencido, entenda que ascendeu a outra superior e
por isso a velha plataforma já não serve mais; a utilidade dela era somente
para aquele fim, ainda que não imaginasse tanto.
E porque nunca se está só quando a idéia maior
é a busca para voltar-se ao interior?
Porque não nos
libertamos desta maldita ânsia de que alguém sempre está a nos dever algo
devido ao passado em comum?
Estamos sempre a
cobrar posturas convenientes quando somos tão iguais quanto os miseráveis acuados.
Devemos buscar a nossa libertação liberando quem quer que seja.
Ninguém nos deve
favor algum, se assim pensarmos não devemos também nada a ninguém.
Ok, ok! Existirão,
ou sempre existirão aqueles cuja pequenez faz com que tardemos sobremaneira
nossa liberdade e conseqüentemente a atrasemos ou a arrastemos para um tempo
ultra tardio. Aqui era preciso que nos desvencilhássemos da nossa pequenez
abandonando o pequeno que se quer assim; que se compraz na mesquinhez que
agrega. Porém; quanto de nós aprecia a dependência alheia sentindo-se útil? Por
sua vez é preciso um mínimo de fé somado a uma cota razoável de discernimento
para compreender que em algumas situações não há nada a fazer a não ser fingir
para nós mesmos que estamos a fazer algo ainda que um terceiro, ou que o
terceiro nada entenda e nada veja em você mais que uma enorme sequóia que o
sustenta por acreditar que você vive bem assim – ou oportunamente, finja.
Com aquele que ignora não é possível que a
argumentação seja outra que não a sua; por sua vez a falta de discernimento
adiará para sempre o abandono. Cabe então a você perceber que o ficar fora; apartando-se
desse quadro hipnótico, fará com que o buraco negro do tempo não trague os dois
quando, se fosses atento, pudesses aproveitar um pouco mais teu vigor sem os
tentáculos finos, porém mal intencionados de aproveitadores que não conseguem
pensar uma forma de sobreviver sós, quando, de suas ignorâncias retiram a única
esperteza que conseguem alienando-o à uma prisão, ou a sua prisão; você que
transformou sua compaixão na âncora mais pesada, tornada, de um valor, em um
castigo para ambos; quem é o mais fraco, o mais covarde: aquele que segura, ou
aquele que fica.
Alguns
de nós aprendemos sobre o luxo do retorno ao próprio interior - O Caminhar Só. Ainda
que se perceba mais carregado que a comitiva de um califa com seus mil camelos
a vagar nômade pelo deserto. E todos; uma ou ainda que várias vezes: foi
tentado ao caminho da solidão; mas este não é um trilhar para tantos.
Coincidentemente, o caminho da solidão agrega pouquíssimos caminhantes, porquanto,
que entendam isso aqui posto, se neste instante fossem atacados pelo insight
mais violento e claro, e belo, do caminhar só; ainda assim, passado determinado
tempo, até mesmo o insight seria esquecido... e dele... seriam desviados.
Há
pouco descobri que a consciência é pouco... é preciso mais. É preciso maturar a
consciência com muito aprendizado, muita busca e pesquisas, aí então, somada a
inteligência – eis aqui uma parva redundância – são necessários anos de mistura
e cozimento para que uma boa escolha se concretize.
Estou
falando apenas de escolha, não de acontecimento. Por exemplo, ao lermos sobre
as divisões infinitesimais ou mais das moléculas mais insignificantes, é
possível entender o quão significantes são, e ainda, que podem ser o resultado
de alguma insignificância maior. Disso, ao imaginarmos um vivente em uma
galáxia afastada do nosso sistema solar por uma fração de anos que é preciso
ter o segundo grau em álgebra apenas para contar zeros a partir do 1, que
analise em seu super telescópio aquele grão infinito que chamamos Terra, não
imagina que ali possa existir o mundo como nós conhecemos. Dependendo da falta
de conhecimento dele, ficaria espantado, “como! Daquele grão insignificante!?!”.
Se
alguns de nós podemos conceber isso, porque a dificuldade, ou, onde esta a impossibilidade
de uma centena de nós ampliarmos suas mentes para o além, não de espaço, mas do
nosso espaço até então aceito?
As
questões que nos restaram, não permanecem vivas por demonstrar todo o valor de
nossa inteligência, - ao serem formuladas há milênios - levando em consideração
que não puderam ser respondias; isto, definitivamente, não procede - antes
devemos considerar o fato de que, se continuassem fazendo sentido: nós mesmos
conseguiríamos responder. Se não o fizemos, devemos aceitar as nossas
limitações procurando demonstrar inteligência ao menos aí. Mas nada! Elas ao
final demonstram tanto o quão ignorante, e algumas vezes idiotas somos, que:
não que não deveriam ter sido propostas, e sim, terem sido há muito,
abandonadas - a todo instante estamos a criar urgências que deveríamos resolver
na mesma proporção, sem ficar perdendo tempo demonstrando o quanto podemos ser,
apenas esnobes, por não darmos cabo do básico; perdendo tempo com o que
pensamos nos fazer superiores.
067.g cqe