Poder-se-ia dizer que é muita
pretensão nossa; afirmar posses ou direito sobre a matéria, se não fosse desconhecimento.
Reivindicar quereres na Terra; porque deveríamos - ainda o Hedonismo? Ou não
somos mais que isso!
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Tentei dizer acima que, por não
sermos a matéria, porque nossa essência não é a material, não devemos insistir
na valorização pura e simples do homem sobre a matéria. Somos alma e espírito. Este
momento presente, este estado presente; o estado espírito/invólucro corporal
(material) nada mais é que um salvo conduto, uma autorização, uma condição
exigida para que possamos sobreviver e experienciar o meio. Como ilustração, é
como, por exemplo, se o nosso corpo fizesse às vezes do capacete; da roupa do
astronauta. Eles, estes instrumentos, são o que darão condições de
sobrevivência em um ambiente hostil a nossa forma atual. Sem esta indumentária,
sem estes aparelhos os viajantes espaciais não sobreviveriam. Assim como no
nosso caso não conseguiríamos realizar nossas experiências no planeta se não
estivéssemos vestido de um corpo, então, o capacete e a roupa para os astronautas
nada são que meros instrumentos, ainda que essenciais a sua estada no espaço, –
por isso o cuidado com essa estrutura física tão preciosa - porém eles não são
estes aparelhos; suas essências não são e não estão ligadas a roupa e ao
capacete além do necessário para sua sobrevivência naquele ambiente pré
determinado, ainda que sejam essenciais a eles. Eles são mais que isso, e assim
somos nós no planeta.
Se entendemos a matéria como
essência; se a elegemos como prioridade a nossa existência, estamos abandonando
a essência real, que é a alma, o espírito, a inegociável existência de um
porvir imaterial e então sim, este sim, essencial e definitivo.
Buscar, almejar, lutar e conquistar
representações de destaque neste plano será sempre respeitável, porém ao alcançá-los;
ao final, não pode se ter esquecido da fugacidade quando um século de matéria é
quimera, é um lapso diante da existência onde ela inexiste.
079.h
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