Referindo-se
ao sol, chamou atenção a expressão, “prisioneiro desamarrado”, em determinado
texto aleatório em algum resumo sem maior relevância. Como de costume em se
tratando de achados originais, abrangi esse pensar aludindo para a situação da
experiência material humana. Afinal, indistintamente, somos prisioneiros
desamarrados de um estado de obrigatoriedade orbitável ao universo que cada
indivíduo torna habitável, sempre, com algum tipo de adaptação – por conta do
social, da tradição, dogmas e também, físicas. E mesmo em regiões hostis a
mínima parte precisa criar formas e instrumentos muito além do comum para
sobreviver por conta dos mais variados interesses. Locais realmente inóspitos e
inapropriados e para uma série de nós: sem razões sãs para tais escolhas, no
entanto, a questão persiste. Medidos os esforços; esquadrinhadas as dificuldades
das condições adversas de ali coexistirem ou empreender projetos razoáveis com
histórias vitoriosas ou superadas após inimagináveis complexidades também ao
mais preparado dos homens - como é possível? Daí, retornamos a questão maior:
em que instância cerebral, nervosa ou sensitiva reside em nós, humores
responsáveis por não entendermos unanimemente e definitivamente o já provado
por nossa razão: que é somente na compreensão das diversidades que conseguimos
avançar em qualquer empreendimento posto em prática(?)
Gostaríamos
de afirmar que a partir de então é fácil observar que somos partes de um
conjunto de obrigações, independentemente de ele ser humano ou universal; que
sofremos ações externas, as mais diversas a nos manter também como “prisioneiros
desamarrados”, no entanto se adquiríssemos maturidade suficiente para assumir
esta nossa condição inegociável - de dependência -, estaríamos dando um largo
passo em direção a um universo existencial coabitável muito próximo da
perfeição.
Em essa
condição assumida, parece ser mais prático, observando um que outro indivíduo
que já o fez: coexistir pragmaticamente onde quer que esteja; orbitar os meios
todos, mesmo os inóspitos, ou de difícil adaptação.
*
O universo
é experienciado em situações alheias ao entendimento humano. Quase na sua
totalidade. Simplesmente por permitir combinações que nossas limitadas
perspectivas jamais apreenderão enquanto presos ao espaço tempo matéria. E
estas diversidades somente são possíveis porque, obviamente, se adaptaram a um
sistema formado “previamente” e que pode ser explorado a revelia e elevado
sempre a esta condição a todo aquele que se assanhe às explorações. Entender
isso ou chegar ao ponto de possuir consciência autônoma suficiente para tanto
se inicia no clarear da compressão
de que a liberdade pode ser atingida à medida que nos tornamos lúcidos então para uma nova “prisão”; a do Conhecimento.