sábado, 20 de março de 2021

Aos recorrentes covardes preguiçosos

 



Se observo que determinadas atitudes não correspondem ao lugar comum, ao que dita a sociedade, agridem ou invadem espaços ou até mesmo a vida de terceiros prejudicando-os - em algum instante é inegável que isso se dê ou sou avisado -; tenho o dever de corrigir ou procurar ajuda para me adequar ao sistema social com um mínimo de convivência sadia.




Em exercícios anteriores apontei que precisamos nos valer de lapsos; aproveitar instantes infinitesimais de lucidez para terminantemente, buscar ajuda. Durante os ataques que nosso psicológico desiquilibrado domina é até questão de justiça não julgar os atos, porém é certo que se há algum juízo; alguma corte que pratique a verdadeira justiça; esta levaria em conta também a covardia, a preguiça, a negligência de todo aquele que comete abuso ao não ter procurado enquadrar-se antes de prejudicar crianças, animais, mulheres e talvez uma família ou mesmo sociedades inteiras.







Semana passada a justiça deste país corrigiu uma aberração que deixava ainda mais evidente a nódoa no histórico de todos aqueles que participaram dos remendos da última constituição; porém o que foi decidido não deve ser comemorado e sim refletido sobre quanto tempo a sociedade demora; quão lerda é nossa ocupação em reparar leis decretadas por homens que se dizem da lei quando essa, especificamente, não deveria nem mesmo ter entrado em discussão antes de ser execrada – porém o que se viu foi um arrasto de meses até que todos os personagens encontrassem uma brecha para figurar nas notícias nacionais do dia.






Que observe-se aqui a natureza da questão; isto é: se algo abominável que até então fazia parte de um recurso hediondo utilizado para permitir que um assassino cruel continuasse socialmente ativo esgueirando-se nas vielas gerou este arrasto, perguntamos: e quanto as leis que não possuem essa veemência de náusea, essa explicitude asquerosa,-  e as temos às milhares – a que nível de distanciamento estamos de estes juízes midiáticos e todo esse teatro governamentista aventar algum conserto razoável? 





Em suma, o que ficou decidido a partir de agora é que o homem não pode matar uma mulher e se proteger nas asas negras da lei alegando que estava “lavando a honra”. Que honra; o homem de hoje lá tem honra? Já não tinha à época – início do século passado -, hoje então!?! Enfim; que seja!







Ontem uma frase do Demócrito chamou atenção “Guarde-se do mau para que ele não aproveite uma ocasião propícia”. Deveria ser fácil à época para Demócrito conseguir isso; porém hoje! Quando o mau é saudado nas televisões e mídias sociais como herói, mito, salvador; quando ao nosso lado qualquer “zé ruela” ladino encontra meios de enganar e safar-se, não é fácil guardar-se desses tipos.






Esta semana estava pensando em toda essa mixórdia e me veio uma pequena chave para amenizar o processo: humor.





Não trabalhei meu pensar sobre qualquer outro ponto, concentrei as ideias para este ponto em comum. Não é o caso também, de salvar a lavoura, mas completar o exercício de hoje, portanto, é certo que o humor é apenas um dos sinais às vítimas para detectar os riscos de se manter a mercê de seus algozes covardes; antes, porém, é preciso classificar o humor.




Há humor e há humor; assim como o Demócrito lança no ar que “precisamos nos guardar do mau”, acredito que precisamos nos atentar ao tipo de humor que pessoas que nos rodeiam andam praticando.





Para ilustrar imaginei uma situação específica no caso dos abusos de milhares de mulheres que são mortas todos os anos nas mãos assassinas de homens covardes que só tem vergonha de procurar ajuda, porém nenhuma de esfolar inocentes.







Escrevi em um pedaço de papel para não esquecer do assunto; “o humor entre o casal é o principal termômetro de uma relação próxima do normal. Atentar-se aos sinais. O motivo primeiro para ligar o sinal de alerta deve se dar ao perceber que o humor da pessoa que amamos não é mais o mesmo”.








Independente da classe social, quando as pessoas estão bem e comungam alguma paz relativa, invariavelmente são bem resolvidas e agradáveis. O humor flui e não é sectário. Eles distribuem simpatias com quem quer que seja. Diferente do sujeito perturbado que só faz humor por conveniência. Era preciso diferenciar estas estações.










Porém as mulheres a partir de agora estão mais seguras graças à justiça dos homens na condição de “senhores do pleno” que penosa e midiaticamente corrigiram uma injustiça; canalhas e covardes recorrentes já não podem matar e se valer facilmente da alegação estapafúrdia de defesa da honra. É certo que faço aqui uma pilhéria ao fechar o exercício de hoje. No entanto é preciso ficar atento à ocorrência aqui anotada - quantas de teor parecido ainda safam bandidos de toda ordem? -, afinal, nós que pouco possuímos corremos riscos diários sob o peso de elementos mal intencionados. E a julgar por nossa condição humana atual que a cada dia mais tende ao individualismo continuar a se pautar por honra terceira para agir... a pasmaceira generalizada dominará de vez a nossa raça.


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