Vilão; um trapo com vontades
Aqui agora, após mais de dois mil anos do que acertadamente anunciou há mais de uma centena deles, podemos concluir que a jornada do vilão, sempre patológica, tende ao egoísmo e a auto realização inquieta e orgulhosamente agressiva e esfoladora a esfalfar por vidas tal desavisado.
Ao
contrário, o ser que nada quer já o é, sem muito, ou com muito menos esforço.
Assumido o enclausuramento, a jornada do herói é a quietude, o deixar estar, a doação; quando este passa as horas sem nada fazer dado a afeição do não incômodo mútuo, procura não atrapalhar o viver terceiro; aí se está sendo herói também, frente a um mundo tremendamente complicado e invasivo – aqui é herói aquele que está apenas pronto a agir em benefício próprio ou de terceiros, porém sem intenções de notabilidades. Se é herói apenas se o agir não condiz com quem não concorda com este estar apenas; muito menos com o que anseia o vilão.
Para ter o direito a ser um paladino não
precisa fazer algo que o marque como herói; precisa apenas ser um ser vivo
inerte, porém honrado. O herói é passivo. O vilão é ativo. Este vive às turras
com ações e representações que o marque como tal. Ele precisa mostrar-se.
Portanto nada para o herói é por si só um ato heroico, ao contrário do vilão
que precisa constantemente agir a qualquer preço, que leva as costas as
necessidades impacientes de ser notado.
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