sábado, 30 de abril de 2011
domingo, 24 de abril de 2011
Que nossa Luz brilhe
Vós sois o sal da terra...
Vós sois a luz do mundo.
Não se pode esconder uma cidade situada sobre uma montanha nem se acende uma luz para colocá-la debaixo do alqueire, mas sim para colocá-la sobre o candeeiro, a fim de que brilhe a todos aqueles que estejam em casa.
Assim, brilhe vossa luz. . .
-0-
Estes são partes de um trecho denominado Sermão na Montanha atribuído a Jesus Cristo.
Independentemente de credo ou qualquer tipo de diferença, esta escrita sempre mereceu destaque para mim, então resolvi aqui colocá-la aproveitando as comemorações da semana associando também ao momento extremamente delicado pelo qual passamos; ao longo dos meu dias sempre me pareceu que as palavras mais simples são ainda mais carregadas de significado.
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Continuidade destrutiva
Auto alimentando-se
Ao passar, o rapaz falava todo animado no ponto do ônibus para o colega. Curioso com os movimentos, fingindo que olhava a vitrine; ouvi:
“. . . O que sobra, o que teremos, na realidade, é uma continuidade destrutiva indestrutível e que não aniquila, como se o sistema fosse um predador consciente, ou seja, destrói mas o faz aos poucos, formando, ou melhor, dando tempo para que novas levas, novos grupos, novos lotes sejam formados, melhores adaptados fisicamente embora cerebralmente pouco tenha se ajustado; uma carcaça nova em uma consciência antiga.
Ajustes adequados as novas dificuldades presentes, ou prováveis, ou seja, trazendo para a nossa realidade atual, atualizando... sabe o que é isso!
Cara isto não é incrível, triste sob um aspecto, mas por outro, totalmente auto sustentável.”
Em tempo:
"Consciência", grafado propositalmente, é palavra do autor do texto.
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Gigantes incômodos
Muito em breve o lixo radioativo – motivo de tanta dor de cabeça para os países ditos desenvolvidos, possuidores da revolucionária energia atômica – será o menor dos problemas a serem administrados pelos governantes, afinal, nunca foi tão urgente imaginar uma forma de a humanidade livrar-se de uma vez por todas da perigosa, revolucionária, e eternamente incômoda geração de energia nuclear – mesmo que ainda não admitam publicamente.
É difícil conceber isto, e ainda mais difícil é aceitar que a humanidade errou, que os comandantes erraram, que os cientistas em sua febre orgulhosa não acertou em esconder a verdade sobre os riscos e a falta de controle que possuem sobre esta, por que não brilhante e até agora, salvadora descoberta.
Como e quando admitir que se estava errado e que todo o pregado até então não passou de balela? É claro que não é bem assim, porém há que se admitir que muita informação: ou não foi passada ou não foi devidamente averiguada até o final. Não foram feitas as pesquisas a exaustão buscando entender até onde teríamos o controle sobre a nova energia.
Onde enfiar o orgulho de que, em se tratando dos seres mais inteligentes do planeta concebemos uma fusão de um tamanho muitíssimo maior que nosso ego e que esta, como um Frankenstein do nosso século, impossível de ser controlada, destruirá não apenas seus senhores até então laureados com oras e vivas, como possivelmente, qual maldição, continuará atingindo futuras gerações de seus rebentos.
Como admitir que um dos maiores orgulhos da humanidade não foi dimensionado suficientemente; e agora, conscientes de que estamos todos com a bunda exposta sobre vulcões, e nossas fendas traseiras não são páreo para as fendas da Terra, toda esta tecnologia não passa de mais um tiro no pé, e que agora está a estorvar a todos como mais um utensílio incômodo, e pior, que não pode ser descartado como uma geladeira velha cujo gás gerado cessará, ou pouco será notado assim que esta se tornar sucata.
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sábado, 16 de abril de 2011
Drops of Diderot
“E como um papel seria desempenhado da mesma maneira por dois atores diferentes, se no escritor mais claro, mais preciso, mais enérgico, as palavras não são e não podem ser senão signos aproximados de um pensamento, de um sentimento, de uma idéia; signos que o movimento, o gesto, o tom, a fisionomia, os olhos, a circunstância dada completam seu valor?”
“Não te expliques nunca se quiseres ser entendido.”
“A lágrima que escapa do homem verdadeiramente homem nos comove mais que todos os prantos de uma mulher.”
“As lágrimas do comediante descem de seu cérebro; aquelas do homem sensível sobem de seu coração.”
“Aqui é o lugar de te falar da pérfida influência de um parceiro medíocre sobre um excelente comediante. Este concebeu com grandeza, mas será forçado a renunciar a seu modelo ideal para se colocar ao nível do pobre diabo com quem contracena.”
“Será no momento em que acabas de perder teu amigo ou tua amante que vais compor um poema sobre sua morte?”
“Se as lágrimas correm, a caneta cai das mãos, a gente se entrega ao sentimento e cessa de compor.”
“Já foi dito que o amor, que tirava o espírito aos que o possuíam, concedia-o äqueles que não o possuíam; isto é, em outros termos, que tornava uns sensíveis e tolos, e os outros, frios e empreendedores.”
“O grande comediante observa os fenômenos; o homem sensível lhe serve de modelo, ele o medita e encontra, por reflexão, o que se deve acrescentar ou subtrair para o melhor.”
“Seria singular abuso das palavras chamar sensibilidade essa facilidade de reproduzir todas as naturezas, mesmo as naturezas ferozes. A sensibilidade, segundo a única acepção que foi conferida até agora ao termo, é, parece-me, essa disposição companheira da fraqueza dos órgãos, conseqüência da mobilidade do diafragma, da vivacidade da imaginação, da delicadeza dos nervos, que inclina alguém a compadecer-se, a tremer, a admirar, a temer, a perturbar-se, a chorar, a desmaiar, a socorrer, a fugir, a gritar, a perder a razão, a exagerar, a desprezar, a não ter nenhuma idéia precisa do verdadeiro, do bom e do belo, a ser injusto, a ser louco. Multiplica as almas sensíveis e multiplicarás na mesma proporção as boas e más ações de todo gênero, os elogios e as recriminações exageradas.”
Textos retirado do livro
Diderot – Paradoxo Sobre o Comediante
Editora Escala
Coleção Grandes Obras do Pensamento universal – 54
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Ondas inodoras
Na natureza poucas ações são comparáveis, em geração de energia, como força indomável, quanto às geradas de uma onda, assim também o somos, devemos ser, ou em determinado momento agimos. Sempre que possível, que a oportunidade aparece, provocamos uma onda.
Portanto, em condições propícias e favoráveis teremos o volume de energia contínua ou crescente atuando naturalmente, e enquanto na natureza selvagem como já posto: incontrolável, mas por sua vez tudo é nada quando contido em sua gamela lava-pés, ou seja: uma montanha d’água não gera mais energia que um bom roçado quando espremida entre muros indestrutíveis de pedra já presente no local a milhões de anos.
Por sua vez nós, dotados de mobilidade, portanto, ingovernáveis e detentores de uma petulância impar, iniciamos há milênios nossa caminhada rumo ao desenvolvimento, ao conhecer, ao descobrimento. Que espécies de caminhos, que formas, quais humores foram mais ou menos despertados, quais vontades tiveram suas chances premiadas, à que força de leis construídas, burladas e destruídas fomos expostos e finalmente, quais as ondas artificialmente criadas serviram, foram modificadas, desapareceram, perpetuaram-se, continuam auxiliando, ou permanecem ainda nocivas à nossa busca por sentidos que dão sentidos ao existir humano na terra ou ao menos despertam nossa atenção para algo mais, ou algo maior.
Sobrevivência, acasalamento, sociedade, desenvolvimento, perpetuação, conquista, evolução e em algum meio destes, arte. Em cada degrau, automaticamente, inicialmente imperceptíveis, porém em um ponto qualquer totalmente manipuláveis, - antes de sua formação – ou, diria melhor, totalmente premeditadas embora sem previsão alguma sobre onde (se é que) estaria depositada sua muralha natural que em um tempo sem definição a conteria: ondas e mais ondas foram sendo construídas e conseqüentemente trabalhando, alterando, burilando formas humanas totalmente distintas e jamais imaginadas.
Talvez deva-se apenas a uma onda (benfazeja) formada pela consciência cientista que tivemos a visita – e um pequeno vislumbre do que podemos ter se formos bonzinhos – de Einstein, mas as perguntas que explodem logo que esta porta é aberta fazem referência tanto a nomes pares com o Albert, como a outros tantos que emparelham sua força, suas ondas energéticas particulares, para seus interesses particulares ou restritos, a princípio, a um pequeno estado (modismos, bandeiras, confrarias, sociedades, etc), mesmo que tendo convencido uma série de membros externos a tomarem partido também.
Tomemos apenas como exemplo a onda nazista, que anunciada com uma data de validade de mil anos perdurou pouco mais que uma década.
Ainda é uma incógnita (estou a referir-me a um gênero que se diz evoluído da humanidade) de o porquê as organizações evoluem para picos jamais alcançados, seja através de uma única mente ou amealhando sumidades e simpatizantes, tornando a idéia inicial uma idéia “vencedora” e digna de apostas por muitos mais, agora não mais apenas simpatizantes, - o conceito vingou – abrem-se as portas a outros tantos oportunistas com seus interesses escusos ou não e então tudo foge ao controle.
Se esta nova moda é boa ou ruim para o todo já não é mais possível averiguar, tem-se apenas um fato gerador de polêmicas, afinal as dimensões extrapolaram qualquer medida de contenção, e portanto, se atingir a massa de maneira convincente, tanto, repito, não será possível contê-la quanto não é possível qualificá-la em boa ou má independente de saber ou não, de encontrar uma razão de o porque a espécie humana tem a necessidade de construir alguma idéia e perpetuá-la a qualquer custo, e minha tese vem daí, afinal este é o gene primordial da onda indestrutível, - cria-se, sem que exista uma preocupação, sem que a informação de como isto tudo irá terminar seja avaliada – precisamos no mínimo estarmos cientes – nem irei usar o termo consciente – de que preços terão que ser pago, a conta virá, e tão certo quanto a isto, porém menos catastrófico: é fato que nem sempre a energia gerada resultará apenas em estrago, em algumas situações encontraremos soluções para o problema, mesmo que sejam os famigerados e repetidíssimos – inclusive por mim – paliativos, e, o mais importante, algumas pessoas, - neste ínterim - aos poucos, irão perceber que entraram em um redemoinho que parece não está dando condições firmes de evolução, não os está conduzindo a um porto seguro, resta apenas entender a que tempo isto será feito; quando se chegará a esta percepção.
-0-
Ao final é-se o pai da idéia; só.
Se isto é motivo de glória ou honra não cabe mais ao seu progenitor avaliar, esta atenção deve ser considerada ao iniciar-se a empreitada, por agora, ou ao final, resta regozijar-se ou lamentar a criação - não raro jacta-se de qualquer forma o criador.
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Inversão de saber
Quem sabe
não sabe
o quanto mais sabe
do que o que não sabe
ou pouco sabe,
ao contrário,
este,
sabe exatamente o quanto menos sabe
que aquele que sabe,
por outro lado,
sabe também,
ao menos esconder a medida de o quanto não sabe
daquele que sabe
demonstrando,
porém,
apenas esperteza,
não sabedoria.
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domingo, 10 de abril de 2011
Quem é o culpado?
Dentro de mim existe um governar independente e – talvez – patológico, impossível de ser desgovernado por meu sentido de razão, tão rápido e tão forte, com tanto significado e personalidade que ao mesmo tempo em que o percebo forte o vejo sutil. Discreto o suficiente para mim que somente hoje consegui realmente por um momento, de uma forma única e minha, apontá-lo, pregando-o no papel.
De forma simbólica é claro, este já é um direito inalienável adquirido, não digo que jamais o perderei, digo isso por parecer ele constituir um tipo de consciência própria, e se estará eternamente comigo não apenas devido ao fato de considerá-lo independente de meu ser, não posso afirmar, o percebo assim quase adquirido; como um vício crônico ou uma barda, um tique nervoso, ou qualquer sentimento puro, nato, quando estes são impossíveis de ser tocado, porém há que entender que existe a nossa falta de vontade ou conivência com estes apêndices ou penduricalhos que formam o perfil único de cada um, ou que estão formando definitivamente o nosso caráter, isto então corrobora em alguns destes pontos, - os nocivos – para que tenham sua força de permanência ainda mais aumentada, fazendo parte definitivamente na nossa personalidade.
Não por isso considero forte aqueles que não apenas os mantém como entendem a distinção em possuí-los, quando não fazem disso um estilo forçado.
Estou então a lembrar-me do raio do julgar interno e crítico que (não) possuo, ou seria ele que me possui (!?!), porém não falo do meu senso comum da crítica, este ser crítico por natureza, observador, avaliador e conseqüentemente um aglutinador de idéias é somente a parte perceptível. Como de alguma forma destaquei acima, existe algo ainda mais forte e indomável que se manifesta próximo a uma velocidade de tele-transporte, sempre que estou diante de algum fato novo, e a crítica; observações com respeito à culpa, – quem é o culpado desta vez - podem se apresentar.
As notícias da semana são ainda mais estarrecedoras que as dadas na semana anterior, mesmo que tenham sido apresentadas também, por nossos melhores investigadores – os repórteres – ou seja, tudo foi muito bem esquadrejado – pelo menos é nisso que eles acreditam que todos acreditam, mas alguns já sabem como a imprensa trabalha, e pelo sim pelo não pode também ser usada.
Pra variar este não é o ponto, afinal este ponto é tão sinistro quanto o ponto do texto, ou seja, tem vontade própria e comando algum existe que o desconecte de algo, simplesmente porque a nada está conectado ou coisa que o valha.
A ele então; independente do que esteja em jogo, ou para acontecer, se estou ou não envolvido, automaticamente, de pronto, como uma visão, antes mesmo de perceber o acontecido, antes de avaliá-lo, a questão da culpa ataca minha mente; instala-se, como aquele sentimento incomodo que nos acomete de quando em vez sem que nada pareça ter acontecido, ou como um sentimento retardado de alguma ação que – anteriormente - não o fez por estarmos - na ocasião - presos a compromissos mais densos, ou também, quando em meio a uma conversa ou uma explicação que nos exige atenção, alguma palavra ou um pensar desperta em nosso cérebro, de maneira quase gratuita uma lembrança estranha, arremetendo-nos à algum imbróglio, acordando alguma ação incômoda, escondida, mas ainda pendente, e então ficamos neste estado de anestesia vivendo o que está a acontecer, incomodado, tentando lembrar da velha nova questão que boiou em meio a tantas já tidas como urgente.
Não vou aqui entrar no mérito da culpa em si, pois não estou a falar de uma única ação, e sim destas todas que se repetem continuamente num desfilar incômodo no dia-a-dia de qualquer um.
A diferença é que, comigo, este governar paralelo fica a exigir uma resposta, um pensar, um questionar, e, claro, uma análise muito mais detalhada e íntima do acontecido, e digo que não entendo por que; se a resposta sempre, invariavelmente, é a mesma.
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sábado, 2 de abril de 2011
Mordillo
Guillermo Mordillo, mais popularmente conhecido por Mordillo, nasceu em Buenos Aires em 1932, é um cartunista ilustrador conhecido internacionalmente por suas ilustrações humorísticas caracterizadas pelo uso abundante da cor e ausência de texto.
Seus temas preferidos estão diretamente ligados ao esporte, mais precisamente o futebol e o Golfe porém constantemente brinca com o romance e os animais.
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Em tempos de lixo cultural
Coleta (nada) seletiva
Qual insignificante saco descartável
que vaga sob o vento da existência
em meio à matéria animada
embora
gastante inerte,
conhecida como humanos,
coleto dejetos e porcarias descartáveis
que serão triturados na ponta da minha
Nobre e miserável Mont Blanc.
Coletado aleatoriamente de um site
– underground -
que preferiu permanecer anônimo.
Quem é que precisa de energia nuclear,
vou de energia alternativa
e “eternamente” renovável.
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Do orgulho que cega
Na savana até das hienas se tornam alvos fáceis, os mais diferentes animais quando não gozam de uma constituição física perfeita; como poderia imaginar ser possível safar-se, o homem medíocre, quando a mente o denuncia em meio ao canibalismo que se mostra tão astuto quanto carregado da compaixão hipócrita e regido tão convenientemente?
Se uma simples fratura pode condenar um leão na selva que mal pode acometer o homem ao qual falta um mínimo de pensar consciente no seu habitat?
076.c cqe
Poesia e paz
A paz somente virá da poesia se esta for consciente.
A poesia pela poesia não passa de licença poética.
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Refrãos grudentos, como se diz por aí: a parte chiclete da música, não raro aponta para um amor sofrido e o que foi feito de errado ou como seria diferente se ela ou ele voltasse. É claro que estamos falando de uma ficção das mais chinfrins, porém há que se entender que um número bastante significativo se deleita com este tipo de cantoria e não apenas se identifica como vive o clima, entendendo – trazendo para a vida real - que em muitas situações é assim que deveria acontecer, ou, mesmo um sofrimento é perdoado devido ao amor sofrido, porém bonito, repetido a exaustão. No entanto, isso além de não ser factível acaba piorando ainda mais a auto-estima do “alugado”, sem enumerar uma seqüência de atrocidades que são engolidas a seco e em silêncio porque sua cultura vem apenas de refrães gritados, e assimilados, por ser esta cultura, paupérrima, somado também, a carência generalizada destes ouvintes.
077c.cqe
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