Muito em breve o lixo radioativo – motivo de tanta dor de cabeça para os países ditos desenvolvidos, possuidores da revolucionária energia atômica – será o menor dos problemas a serem administrados pelos governantes, afinal, nunca foi tão urgente imaginar uma forma de a humanidade livrar-se de uma vez por todas da perigosa, revolucionária, e eternamente incômoda geração de energia nuclear – mesmo que ainda não admitam publicamente.
É difícil conceber isto, e ainda mais difícil é aceitar que a humanidade errou, que os comandantes erraram, que os cientistas em sua febre orgulhosa não acertou em esconder a verdade sobre os riscos e a falta de controle que possuem sobre esta, por que não brilhante e até agora, salvadora descoberta.
Como e quando admitir que se estava errado e que todo o pregado até então não passou de balela? É claro que não é bem assim, porém há que se admitir que muita informação: ou não foi passada ou não foi devidamente averiguada até o final. Não foram feitas as pesquisas a exaustão buscando entender até onde teríamos o controle sobre a nova energia.
Onde enfiar o orgulho de que, em se tratando dos seres mais inteligentes do planeta concebemos uma fusão de um tamanho muitíssimo maior que nosso ego e que esta, como um Frankenstein do nosso século, impossível de ser controlada, destruirá não apenas seus senhores até então laureados com oras e vivas, como possivelmente, qual maldição, continuará atingindo futuras gerações de seus rebentos.
Como admitir que um dos maiores orgulhos da humanidade não foi dimensionado suficientemente; e agora, conscientes de que estamos todos com a bunda exposta sobre vulcões, e nossas fendas traseiras não são páreo para as fendas da Terra, toda esta tecnologia não passa de mais um tiro no pé, e que agora está a estorvar a todos como mais um utensílio incômodo, e pior, que não pode ser descartado como uma geladeira velha cujo gás gerado cessará, ou pouco será notado assim que esta se tornar sucata.
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