sábado, 16 de abril de 2011

Drops of Diderot


“E como um papel seria desempenhado da mesma maneira por dois atores diferentes, se no escritor mais claro, mais preciso, mais enérgico, as palavras não são e não podem ser senão signos aproximados de um pensamento, de um sentimento, de uma idéia; signos que o movimento, o gesto, o tom, a fisionomia, os olhos, a circunstância dada completam seu valor?”


“Não te expliques nunca se quiseres ser entendido.”


“A lágrima que escapa do homem verdadeiramente homem nos comove mais que todos os prantos de uma mulher.”

“As lágrimas do comediante descem de seu cérebro; aquelas do homem sensível sobem de seu coração.”

“Aqui é o lugar de te falar da pérfida influência de um parceiro medíocre sobre um excelente comediante. Este concebeu com grandeza, mas será forçado a renunciar a seu modelo ideal para se colocar ao nível do pobre diabo com quem contracena.”


“Será no momento em que acabas de perder teu amigo ou tua amante que vais compor um poema sobre sua morte?”


“Se as lágrimas correm, a caneta cai das mãos, a gente se entrega ao sentimento e cessa de compor.”


“Já foi dito que o amor, que tirava o espírito aos que o possuíam, concedia-o äqueles que não o possuíam; isto é, em outros termos, que tornava uns sensíveis e tolos, e os outros, frios e empreendedores.”


“O grande comediante observa os fenômenos; o homem sensível lhe serve de modelo, ele o medita e encontra, por reflexão, o que se deve acrescentar ou subtrair para o melhor.”

“Seria singular abuso das palavras chamar sensibilidade essa facilidade de reproduzir todas as naturezas, mesmo as naturezas ferozes. A sensibilidade, segundo a única acepção que foi conferida até agora ao termo, é, parece-me, essa disposição companheira da fraqueza dos órgãos, conseqüência da mobilidade do diafragma, da vivacidade da imaginação, da delicadeza dos nervos, que inclina alguém a compadecer-se, a tremer, a admirar, a temer, a perturbar-se, a chorar, a desmaiar, a socorrer, a fugir, a gritar, a perder a razão, a exagerar, a desprezar, a não ter nenhuma idéia precisa do verdadeiro, do bom e do belo, a ser injusto, a ser louco. Multiplica as almas sensíveis e multiplicarás na mesma proporção as boas e más ações de todo gênero, os elogios e as recriminações exageradas.”


Textos retirado do livro
Diderot – Paradoxo Sobre o Comediante
Editora Escala
Coleção Grandes Obras do Pensamento universal – 54

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