sábado, 26 de novembro de 2011

Capítulo alheio



. . . dessas amenidades esporádicas que nos dão tanto prazer

-0-

O sábio argumenta,


O ignorante briga,


O sábio convive,


O ignorante segrega.


A ignorância ataca enquanto a sabedoria tolera.


Quem é sábio semeia harmonia, quem vive na ignorância alimenta o ódio.


A ignorância ataca por deduzir que está sendo atacada.


A sabedoria silencia, pondera, pacifica.


O ignorante está sempre cego de razão.


O sábio mesmo estando certo, questiona-se, avalia-se e busca com toda a humildade o seu aperfeiçoamento.


A ignorância se envolve na arrogância, no preconceito, no servilismo, e na ganância enquantoa sabedoria lapida-se no amor ao próximo, na compaixão e no respeito.


Não é uma questão de crença, ideologia ou religião...


...o respeito ao próximo é obrigação, um dever de todo o ser humano.


O ignorante sofre...


e o sábio é livre.




(Contribuição da Minha Eterna Bem Amada)


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A ordem é: Não; à leitura


Até quando estes textos serão ainda atuais !?!

O Texto a seguir é de autoria de J.R. Guzzo


Poucos Amigos

"Prega-se, ao longo da trama, todo tipo de causa,
da defesa das geleiras à política de cotas raciais,
da preservação dos mangues
à condenação da gordura trans."


Numa dessas anotações que certamente contribuíram para lhe dar a reputação de grande fotógrafo da existência humana em sua época. Stendhal observou que a Igreja Católica aprendeu bem depressa que o seu pior inimigo eram os livros.

Não os reis, as guerras religiosas ou a competição com outras religiões; isso tudo podia atrapalhar, claro, mas ao final, o que realmente criava problemas sérios eram os livros.

Neles as pessoas ficavam sabendo de coisas que não sabiam, porque os padres não lhes contavam, e descobriam que podiam pensar por conta própria, em vez de aceitar que os padres pensassem por elas.

Abria-se para os indivíduos, nesse mesmo movimento, a possibilidade de discordar: Para quem manda, não pode haver coisa pior – como ficou comprovado no caso da Igreja, que foi perdendo sua força material sobre países e povos, e no caso de todas as ditaduras, de ontem, de hoje e de amanhã.

Stendhal estava falando, na sua França de 200 anos atrás, de algo que viria a evoluir, crescer e acabar recebendo o nome de “opinião pública”.
Os livros, ou, mais exatamente, a possibilidade de reproduzir de forma ilimitada palavras e idéias, foram a sua pedra fundamental.

A leitura de livros, ou de qualquer coisa escrita, não parece estar num bom momento no Brasil de hoje, a opinião pública também não.

Vive-se uma época em que a cada três meses é anunciada alguma “revolução” nisso ou naquilo, depois da qual o mundo nunca mais será o mesmo de antes.

Quando tais portentos envolvem áreas ligadas à comunicação, sempre se insiste de um jeito ou de outro, em prever que a leitura está a caminho de se transformar num hábito do passado.

Cada vez mais, no dia a dia, sua valorização (da leitura) é posta de lado, ou relativizada, como se diz. É comum, por exemplo, ouvir declarações lamentando que árvores sejam cortadas para produzir papel destinado à impressão.

A única forma aceitável de leitura, para muita gente boa, deveria ser a tela de algum artefato digital. Empresas de grande renome não consideram uma virtude, no julgamento de seus executivos, o gosto pela leitura, a não ser que se trate de publicações profissionais.

Não passa pela cabeça de nenhum recrutador perguntar a um candidato a emprego o que ele está lendo, por mais alto e bem pago que seja o posto a ser preenchido.

É claramente desaconselhável ao funcionário, no ambiente de trabalho, deixar sobre a mesa qualquer livro que não seja diretamente ligado à sua atividade.

Arrisca-se, caso contrário, a ser interrogado pelo chefe: ‘”Por que você está lendo isso?”. Nas novelas de televisão, que continuam sendo o principal entretenimento para milhões de brasileiros, jamais se vê um personagem lendo um livro.

Discute-se com muito calor, no momento, quantos beijos entre pessoas do mesmo sexo podem ser dados num capítulo, ou se um casal gay pode aparecer tomando café da manhã na cama.

Prega-se, ao longo da trama, todo tipo de causa, da defesa das geleiras à política de cotas raciais, da preservação dos mangues à condenação da gordura trans.

O que não aparece, de jeito nenhum, é alguém lendo alguma coisa. O ato de ler também está banido da publicidade de consumo. Há uma clara preferência, aí, por algo que se parece muito com um culto intensivo à boçalidade.
Da atitude geral do governo diante da leitura, então, é melhor nem falar; registre-se, em todo caso, sua profunda satisfação em anunciar, sempre que é incomodado pelo noticiário de escândalos publicados na imprensa, que o brasileiro não lê nada.

Naturalmente, ninguém se coloca hoje como inimigo dos livros; mas é certo que muitos se beneficiam com o fato de que a leitura, nestes dias, tem poucos amigos na praça.

Quando menos se lê, menos idéias são mantidas em circulação. Quanto menos idéias, menos espaço sobra para a discordância, a procura de alternativas e a fiscalização dos atos do governo.

O resultado, na prática, é uma indiferença generalizada em relação ao comportamento de quem governo. Não há muito a fazer quanto a isso. A opinião pública não tem nenhuma obrigação de pensar assim ou assado, muito menos estar certa, ela é o que é, e parece perfeitamente inútil esperar que sinta o que não sente, ou que queira o que não quer.

Essas realidades, entretanto, têm o seu preço. No caso do Brasil atual, o desinteresse pelo que acontecesse na vida pública é pago com a multiplicação, em ritmo cada vez mais rápido, de todo tipo de parasitas dedicados a prosperar com o dinheiro do erário público.

É certo que eles não irão embora por sua livre e espontânea vontade.

J.R.Guzzo

“Compre livro, ele não se vende”,
ou seja, todo livro é incorruptível,
ele é o que é, e talvez seja por isso
que aos grandes impérios inseguros,
incentivar a leitura não é uma prioridade.

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Só consigo mesmo


Provavelmente como é seu pensar quando só, assim é você.

Você condena seu pensar íntimo, ou o que pensas não difere em nada de teu estado social!?!

Nossos pensamentos mais íntimos e secretos nos auto denunciam ou conferem, reafirmam, se somos ou não honrados, qual nosso tipo de caráter ou nossos valores – não é possível escapar de nós mesmos.

Conseguimos algum tipo de policiamento conciso com relação ao nosso vagar, independentemente de quais sejam suas tendências, ou seja, observamos, analisamos ou avaliamos se pertencem eles a uma classificação devotada e independente, baseada em princípios nobres, ou estamos tão contaminados com um meio nem sempre exemplar, onde nos fartamos com palavrões, jargões, pré julgamentos e vícios normais a um convívio de amizades, estudos, trabalho ou todo o tipo de investimento social dispostos a nós hoje, porém que nos cobra uma igualdade insana para circular por entre seus escolhidos?

Penso que só podemos julgar de forma segura nosso existir particular, se participarmos de um grupo de pessoas voltadas para um discernimento altruísta e de crescimento espiritual elevado, dadas ao recolhimento e voltadas a um estado de contrição íntima, entendo também, que se misturamos estes dois estados – o particular e o social -provavelmente estaremos nos equivocando, afinal devemos entender que o estado social nos obriga a mantermos políticas e atitudes que nem sempre entendemos como as mais acertadas, embora necessárias para um conviver razoável e que não combina em nada com um pensar recluso onde devemos ser nós mesmos buscando um auto policiamento austero e enérgico até para compensar a energia desperdiçada durante os infindáveis momentos onde estivemos vestindo um sem número de máscaras necessárias aos mais diversos compromissos diários.

Não notar, não constatar ou mesmo não se atentar para esta diferença, quando se tem discernimento para tanto; que em seu pensar não existe distinção entre um tempo, um momento e outro, é bastante perigoso, afinal é possível que se esteja vivenciando uma continuidade com o todo ordinário, existindo em uma constante comum arrefecida, sem que exista uma diferenciação precisa e elevada, condição sine qua non do pensamento quando só.

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domingo, 20 de novembro de 2011

Recados


Da série:


Dos recados despretensiosos nada


despretensiosos que nos dá o dia.


Em algum lugar, e . . .

. . . pela enésima vez:


“Existe enquanto você acredita que existe”

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terça-feira, 15 de novembro de 2011

Foco



A riqueza propicia-nos muitas coisas, entre elas...

...a distração.

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..., ou seja, em tempos difíceis.



“E daí?”

Esta deve ser a frase símbolo do niilismo.


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Razão X Originalidade


Amo a originalidade, mas não sei o ser, sou alguém que busca constantemente arrazoar seus atos, e a razão é assim, a princípio, um triste castigo contra toda ação inédita.


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“Chato de galocha”



O crítico

suporta o que não gosta

para fazer o que gosta.


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domingo, 6 de novembro de 2011

¿Qué se busca?



"Sus amigos alaban, ensalzan los enemigos."
anónimo

-0-

O que buscas tu?


“Os amigos elogiam, os inimigos enaltecem.”

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Intelectualismo inato



Citamos uma citação externa em duas situações; ou porque a deciframos ou porque queremos que pensem que a entendemos, é só conhecendo intimamente a intenção daquele que a reproduz que podemos decifrar a qual grupo este pertence.

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Ainda sobre o homem ativo


       É certo que todo aquele que combate com todas as suas forças o padrão cotidiano estabelecido e é contrário a qualquer lei, qualquer acerto, qualquer contrato, convenção ou entendimento que direcione um; um grupo ou um povo inteiro ao processo de manada, ao processo de cegueira fanática ou mesmo algum tipo de dependência; precisa mostrar energia suficientemente superior mesmo a que aparentemente é desperdiçada por todos aqueles que permanecem inertes ao estado vigente heroicamente combatido por este. Uma tarefa praticamente impossível, pois este será visto como estranho, diferente, esquisito, um maldito que estará sempre em evidência tendo seus interesses que paradoxalmente e de forma espetacular, aparecem aos demais como exclusivos e egoístas, não raro é posto a prova, contrariando toda a escrita; uma vez que sua ânsia está totalmente voltada a liberdade de todo o grupo que constantemente o condena. Este é o castigo de todo o tolo que enxerga além das assas protetoras, além da porta pretensamente segura da caverna, além das palavras majestosamente manipuladas de uma história passada que pouco ou nada tem a ver com o palmilhar de tempos outros.

     Coloca-se assim, inadvertido, ou como se calçasse uma missão que independe do querer, quase como se diante de um ente querido que esteja a correr sério risco de vida, afogando-se, por exemplo, em águas hostis, atira-se então, de súbito, de forma instintiva, porém consciente, como se parecesse entender, mesmo num interstício de tempo, que antes correr o risco de também fazer-lhe companhia numa possível morte prematura, a assistir incólume, vendo que ficará apartado e só, carregando para sempre a dúvida de nada ter feito.

    Contra a parede intransponível de um histórico providencialmente rearranjado; sem levar em consideração, por não ser o caso aqui, a dependência mórbida tão prejudicial quanto à coletiva de um único elemento por outro, o homem ativo é contrário a qualquer menção que leve para uma opinião impensada, por menor que seja. Tudo, todas; precisam ser arduamente estudadas e planejadas, e quando a impossibilidade do meio o joga em uma profunda fossa fétida junto com os demais, o homem ativo jamais age como o demagogo, hipócrita que ali vive a reclamar imaginando que a culpa é daqueles que o circundam, mesmo que siga enxovalhando também os possíveis provocadores, - mais por parecer minimamente, ou provavelmente, com a intenção de mimetizar-se ao meio - de sua desdita. Nada, este se aquieta na razão amiga; companheira silenciosa e infatigável – principalmente porque esta lhe dá força suficiente para tudo suportar. Primeiramente buscando os motivos, quando já não os entende, (geralmente próprios, talvez por terem sido julgados impróprios aos seus algozes, um pequeno custo que o seguirá sempre enquanto envolvido com tantas diferenças) que o jogaram ali, porém, jamais gastará seu tempo reclamando, ao contrário, usa este, que continua a lhe ser precioso, apenas para imaginar uma forma de sair desta condição de maneira honrada, e, quando possível, liberta um que outro mais próximo, porém vive qual Sócrates que sabe estar sendo assassinado por aqueles que não conseguem verdadeiramente atingi-lo e, enquanto toma o fel venenoso põem-se a explicar, geralmente ao léu, que podem lhe tirar a vida, mas de sua razão, de suas idéias, jamais se apossarão.

      Assim geralmente vive e destoa aquele que quer; aquele que busca ainda mais fundo, mesmo que se trate ele, apenas de um erudito; em meio a todo um conjunto de pessoas que não imaginam que motivo possa haver em conservar uma razão destoante, fora dos padrões culturais e convencionais estabelecidos ao longo da história. Concordamos então quando Nietzsche registra que esta vida apenas está valendo a pena quando seu histórico o conduz a um louco maldito e não digno de crédito por ser contrário ao contrato estabelecido, uma vez é claro que este esteja de posse de todas as suas faculdades mentais, embora estas não devam ser postas a prova ou depender do aval daqueles que redigiram o contrato.

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"É muito simples"



Eles não dormem para que você não acorde”

wake up, wake up

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