Carta a um cardiologista chato.
Já temos tanto, cultivemos ainda a ânsia então.
A ânsia cultivada com equilíbrio é de uma nocividade salutar superior a qualquer vício desequilibrado e desmoralizante ao mais íntegro dos seres; o vício degradante cega, a ânsia, quando observada de perto por seu dono patológico, está muito mais para fonte de prazer, que para uma disfunção generalizada pura e simplesmente – porém o especialista diagnosticador isto ignora também, e receita as drogas que lhe dispõem viagens.
Quando percebida e caprichosamente cultivada, ela age no mínimo como um balsamo ao débil sadista; um antídoto – radical evidente - contra a tranquilidade da embriaguez cotidiana e sóbria que promove apenas um prazer fugas e nefasto; de camufla; desgraçadamente apreciada por todo aquele que empunha a bandeira da higidez, entre tal entorpecimento abobado, que não se engane aquele que interpreta apenas a simbologia textual crua, carrega em sua azáfama particular a lucidez da realidade de que, sua consciência, qual mordomo eficiente, sempre estará a postos assim que passe o porre.
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