domingo, 27 de maio de 2012

Até onde é um erro afirmar o erro dos antigos?

Temos visto estudiosos, mesmo entre aqueles, digamos, de honraria pública, afirmar que Sócrates não estava totalmente certo; que Platão equivocou-se em defender opiniões passadas, diversas ou divergentes ou o que quer que seja; que Schopenhauer não separava sua crítica do que lhe era pessoal ou que Nietzsche deve ser lembrado antes por uma dezena de defeitos até que seja apontado seu fantástico discernimento, sua maravilhosa e invejável, já à época, sensibilidade para com a análise do humano. Até onde estes pesquisadores por mais respeitados que possam ser, têm, possuem, adquiriram, conquistaram o direito ou razão à condenação daqueles que trilharam, ou melhor, que ousaram trilar o difícil e espinhoso caminho do portar-se humano?

É certo que nem todos os pais da evolução humana estiveram sempre certos, e nem todas as críticas são infundadas, mas até onde elas são necessárias ou positivas? Portanto é mais acertado dizer que todos estes que agora podem apontar possíveis divergências, tiveram ou têm a disposição um tempo de dimensões consideráveis a ser observado, e assim, suas análises podem se debruçar sobre um campo infindável se levado em consideração a evolução das pesquisas a partir de então; os recursos técnicos, escassos aos eruditos e que evoluíram enormemente ao longo dos séculos nem sempre são levados em consideração, assim como os aparatos ferramentais a disposição hoje, nada limitados apenas a meros tubos de ensaio ou a observação pura e simples do comportar humano atual, isso por si só autocondena ainda mais os “condenadores” remetendo-os tecnicamente ao campo da covardia.

É muito fácil emitir uma opinião contestadora a respeito de um dos grandes quando se tem o conhecimento de causa tão mínimo quanto à chance de vê-la exposta na mídia alcoviteira. Isto não é ético e não demonstra nada além de sua fraqueza; quando nos parece existir aí apenas a busca de ver cunhado seu maldito nome junto àquele atacado, sim porque em alguns casos até os livro de história carregam, desavisadamente, ou devido a uma obrigação, – tão falha quanto - esta (des)informação.

De posse de uma amplidão holística privilegiadíssima, devemos entender então, ser muito mais errado hoje apontar os erros passados, os equívocos, ou as leituras registradas de forma deficitária há séculos, que a observação - no mais das vezes oportunista - em si. Principalmente se levarmos em consideração que uma série destes que hoje apontam, vivem mais de apontar pesquisas em suntuosas bibliotecas, comodamente sentados, que exercitando buscas diligentes in loco por diversos motivos: praticidade, ou mesmo incompetência ou preguiça, e é claro, entendendo que seu trabalho jamais será verdadeiramente reconhecido, embora, ainda assim, poderá figurar como um parasita incômodo para toda a eternidade ao lado daquele de trabalho incontestável.

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