Depois
de alguns comentários sobre o que escrevo decidi que nem tudo pode aqui ser
exposto porque antes preciso pensar no que alguns pensam sobre o que (eu) não
penso na hora em que escrevo.
O que quero dizer é que em algumas situações que pensamos uma
frase, uma ideia, um aforismo, nem sempre eles estão direcionados a uma ou
outra pessoa, embora em seu íntimo, (é certo que pouco ou nada sabemos a
respeito dos segredos de nossos próximos) ora ou outra uma determinada
construção verbal, uma oração pode que se encaixe ipsis litteris com
algum destes bem guardados segredos que não são nem mesmo pensado muito menos
dividido com quem quer que seja. Porém, é certo que nem de longe pensamos em
fazê-lo ou buscamos atacar um ou outro, por questões óbvias: simplesmente por
não conhecemos os desvão da mente de quem quer que seja. Assim devo entender
que nem sempre aquilo que pensei pode ser expressado porque de alguma maneira
atinge alguém próximo sem que eu tenha sequer imaginado. E também, por entender
que todo aquele que alimenta o medo tende a acreditar que qualquer ruído que
ameace seu lado escuro é perigoso.
O que existe de verdade da parte de quem pensa é uma enorme
dificuldade de cercar seus pensamentos em relação ao meio em que vive, afinal é
certo que todas as pessoas pouco esclarecidas se sentem atingidas devido ao
fato de que nem sempre pensamos a respeito de que mais somos culpados do que
atacados, ou seja, se estamos carregados de culpa, é certo que elas nem sempre
são fáceis de serem assumidas. É muito mais prático nos revoltar com alguém
outro do que assumirmos que precisamos mudar.
Ao final é uma frustração de duas vias; do que pensa a frase
e a trabalha para seu deleite pessoal imaginando-se apenas um artista que
escolheu a palavra como forma de construção; no mais das vezes de maneira pura,
e do leitor, em algumas situações até bastante próximo, que se entende um
perseguido sem compreender verdadeiramente o sentimento amplo e até mesmo belo
do aforismo apurado.
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