Em algum espaço ignorado, em uma célula intocável e ainda
não descoberta de um órgão não especificado do nosso corpo deve existir um
lembrete com a frase “Eu Sou Imortal”. Por mais que não acreditemos mentalmente
nisso, nosso espírito parece confiar nessa verdade. Cada um de nós,
inconscientemente, tem contato permanente e inequívoco com esta célula; com
este átomo que nos dá a garantia de que: ainda que ajamos dando frequente
mostra de desconhecimento e destempero; ainda que provoquemos a extinção deste
planeta, todos nós, mesmo que não admitamos entender a nossa imortalidade, e,
por conta disso, executemos os imprevistos mais comprometedores. Cometamos os
crimes mais bárbaros; somos apontados como praticantes de vilanias e
insanidades de torcer olhares. Cuspir em escritas sagradas. Formar irmandades
com os interesses tão sórdidos quanto escusos. Destruir países e raças por
conta de jogos de importâncias comuns aos políticos e autoridades que aos
holofotes pairam acima do que consideramos senhores e sumidades, quando estes
apenas assim se mantém por conta do massacre de centenas de irmãos destes
mesmos que os elegeram intocáveis; por mais descrentes e desconectados da razão
que possamos parecer: há aí um elo, uma ponta solta a nos garantir a eternidade
inquestionável, ainda que baldada ao nosso assumir verbal.
Afora o saldo desta conta auto imposta; devemos entender que
a natureza circula por este meio... participando.
Então, ontem foi uma ressaca, amanhã um vulcão, na próxima
década talvez, um terremoto precedido de um tsunami e ao final, quem sabe, um
meteoro de proporções de uma hecatombe que provocará o colapso final do
planeta, porém, há algo que não poderá ser mudado, o pequeno diamante
fundamental que cada um de nós carrega no mais profundo da alma cuja inscrição
traz; “Eu Sou Imortal”.
Portanto, que continue a bestialidade, o bestial espetáculo;
quem se importa, continuaremos vivos, muito além de nossa insanidade.
Contribuição da Minha
Sempre Bem Amada
011.M cqe