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A primeira
questão colocada observando o comprometimento, a consciência e a sensatez com o
que entendemos sobre nossas obrigações, aborda um tomo paradoxal com respeito
ao aumento da responsabilidade do indivíduo diligente em meio a um ambiente
cujos associados, a cada dia mais, agem evidenciando quão irresponsável
tornaram o comportar-se como um todo.
À medida
que a evolução traz comodismos, inexoravelmente, nossas responsabilidades são
exigidas e elevadas a outros graus de atenção, obrigatórios na equalização do
senso crítico comum; mas, contrariamente a esta realidade o que se vê é o
descaso trivializado por conta de ferramentas, artifícios e afrouxamento na
educação didática e, principalmente, onde a ausência de comprometimento causa
mais estragos: nas práticas familiares; por ser aí que se principia a
vinculação com esta cultura.
Volume =
barato; no entanto... - Os comodismos que obrigatoriamente avançam em maior
proporção que a conscientização ou a contextualização somados portanto as
gestões arvoradamente amadoras têm construído ambientes propício à delinquência
da idoneidade garantindo e consequentemente aumentando exponencialmente grupos,
associações e maltas de maus intencionados que, com o salvo conduto da
desorganização, controles falhos, burocracias (inoperantes), a utilização do
expediente “massa de manobra”: atores baratos que, pensando misturar-se ao jogo
– espúrio -, acintosamente se deixam comprar; contribuem a, a partir deste
quadro, se deitar sobre as mais inauditas zonas de conforto e, nestes palcos
provisórios, o conformismo encontra terra fértil para relaxar sobre vontades
tão abastadas quanto veladas; tornados agora, membros de um organismo que
baldado, subjetivamente objetiva; sob regras absurdas do funcionar puro e
simples, por meio de pessoas/ferramentas que ao não pensar apenas atuam sem ser
atuantes; só executam.
Infiéis
também aos seus - Apontado nestes termos é possível entender porque a
engenhosidade da classe dominante trabalha com um coeficiente de cagaço
elástico, - superestimado por conta de uma infidelidade mútua; rescaldo,
rebarba, uma espécie de escória não reciclável do negócio - prevendo,
justamente, a falibilidade de suas ferramentas orgânicas. Ao menos no nosso
entorno sócio/político os donos do mercado entendem que não é possível exigir
mais comprometimento da massa humana que aí está; então são eles obrigados a
tomar medidas para que o descompromisso das classes não venha colapsar a
corporação – o sistema por eles planejado.
Se o movimento das galeras é trabalhado para uma mecânica obtusa cabe aos
engenheiros encontrar soluções elásticas, porém cercando, delimitando o senso
inapropriado das ferramentas orgânicas que se movimentam aleatoriamente sob
vontades; as mais inexplicáveis. No entanto cabe aqui a pergunta “como?”; se a
final a própria engenhosidade se deteriorou ao ser também infectada por uma
espécie de osmose atávica com o vírus do amadorismo.
E é ai,
solitário, esquecido, fadigado, sempre calado, mas consciente do seu
comprometimento – no entanto devidamente lesado por suas necessidades prementes
-, que entra o burro-de-carga e escasso agente responsável; por sê-lo, este não
consegue circular alheio ao amadorismo generalizado que assiste e então sua
responsabilidade torna-se um fardo por seu tino de obrigatoriedade e prática do
bom companheirismo cobrar-lhe atitudes que suplantam suas cotas de afazeres.
*
Defesa -
...não caberá prescrições de pena, afinal, pode ser considerado responsável de
mesmo peso aquele que se mantém obrigado, alheio a irresponsabilidade alheia,
pois, ético, obriga-se com o todo que orbita e a carga de culpabilidade com
respeito as falibilidades naturais ao construto da obra é portanto passível de
atenuantes por conta de abnegados esforços uma vez que persistiu junto aos
demais prevendo o que nenhum deles fora capaz, principalmente se observarmos que
sempre o mantiveram “amordaçado”?
Homenagem a Hans Jonas
“(...) o modo peculiar da transitoriedade de toda a
vida é que faz dela unicamente um objeto próprio do cuidado”.
Hans Jonas
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