sábado, 25 de abril de 2020

Reduto do lucro











O sistema agressivo de produção vem há décadas exercendo um papel nefasto, mas fundamental, exigindo que o homem não ficasse em casa, que fosse produtivo e consumista em seu reduto de lucro e agora, de uma hora para outra, quer que ele se acostume com o que o sistema sempre foi contra.




Aprendemos que o modelo de família de comercial de margarina é o sonho de consumo de todo o humano ocidental, ainda que esta imagem tenha sido apenas implantada subjetivamente e com uniformidade na mente contemporânea. Esta utopia, definitivamente, não pode ser objetivada nos moldes insinuados ao contrário do que seus autores insistem; massificando os atores.






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E se, nestes tempos de obrigações extremamente fascistas de recolhimento forçado, tornássemos útil este castigo e, mais uma vez acostumado, conseguisse ficar em casa e, acordando a benevolência, a caridade e a solidariedade há tanto abandonadas ao letargo; transformasse esta reclusão em um momento auspicioso e igualmente conseguisse guardar uma família extra em casa; adotando-a, trazendo-a para nosso convívio ou, não se envolvendo, mas ainda assim salvando-a monetariamente da fome?





Alguém, destes tantos que estão falando nesta torre de babel, entre especialistas, palanquistas oportunistas, religiosos etc.; ouvi, nesta cacofonia insuportável um excerto útil a este mundo onde tudo é necessário tornar-se prático, que vale a pena registrar: “a solidariedade neste instante se transformou em gesto de estratégia e sobrevivência”.





Não possuímos conhecimento algum, ou suficiente para discernir entre o que devemos ou não fazer neste momento tão crítico – sem falar com a dívida que temos para com o senso crítico -, para tudo dependemos de uma consulta, e ainda assim, há mais de duas décadas temos à mão, instrumentos rápidos de consulta, porém é apenas para isso que os utilizamos: tirar dúvidas. A internet é a repetição do pesadelo que atacou os estudantes com o advento das calculadoras, ninguém mais precisava aprender realmente princípios básicos da aritmética. Hoje temos a internet, e páginas e páginas que nos levam às respostas fáceis, portanto, não precisamos mais aprende os princípios razoáveis de sobrevivência; nossos sensos críticos, de urgência e responsabilidade são nulos.





Se embarcarmos no nosso carro, sempre novo, no sul do país, com facilidade chegaremos a Guiana Francesa, e, uma vez lá, não entendemos nem mesmo, se pensássemos um pouco, por que o fizemos!




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