O sistema agressivo de produção vem há décadas exercendo um papel nefasto, mas fundamental, exigindo que o homem não ficasse em casa, que fosse produtivo e consumista em seu reduto de lucro e agora, de uma hora para outra, quer que ele se acostume com o que o sistema sempre foi contra.
Aprendemos
que o modelo de família de comercial de margarina é o sonho de consumo de todo
o humano ocidental, ainda que esta imagem tenha sido apenas implantada
subjetivamente e com uniformidade na mente contemporânea. Esta utopia,
definitivamente, não pode ser objetivada nos moldes insinuados ao contrário do
que seus autores insistem; massificando os atores.
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E
se, nestes tempos de obrigações extremamente fascistas de recolhimento forçado,
tornássemos útil este castigo e, mais uma vez acostumado, conseguisse ficar em
casa e, acordando a benevolência, a caridade e a solidariedade há tanto
abandonadas ao letargo; transformasse esta reclusão em um momento auspicioso e
igualmente conseguisse guardar uma família extra em casa; adotando-a,
trazendo-a para nosso convívio ou, não se envolvendo, mas ainda assim salvando-a
monetariamente da fome?
Alguém,
destes tantos que estão falando nesta torre de babel, entre especialistas,
palanquistas oportunistas, religiosos etc.; ouvi, nesta cacofonia insuportável
um excerto útil a este mundo onde tudo é necessário tornar-se prático, que vale
a pena registrar: “a solidariedade neste instante se transformou em gesto de
estratégia e sobrevivência”.
Não
possuímos conhecimento algum, ou suficiente para discernir entre o que devemos
ou não fazer neste momento tão crítico – sem falar com a dívida que temos para
com o senso crítico -, para tudo dependemos de uma consulta, e ainda assim, há
mais de duas décadas temos à mão, instrumentos rápidos de consulta, porém é
apenas para isso que os utilizamos: tirar dúvidas. A internet é a repetição do pesadelo
que atacou os estudantes com o advento das calculadoras, ninguém mais precisava
aprender realmente princípios básicos da aritmética. Hoje temos a internet, e
páginas e páginas que nos levam às respostas fáceis, portanto, não precisamos mais
aprende os princípios razoáveis de sobrevivência; nossos sensos críticos, de
urgência e responsabilidade são nulos.
Se
embarcarmos no nosso carro, sempre novo, no sul do país, com facilidade
chegaremos a Guiana Francesa, e, uma vez lá, não entendemos nem mesmo, se
pensássemos um pouco, por que o fizemos!
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