sábado, 11 de abril de 2020

Maus hábitos habituais








Volta e meia ainda me pego pensando sobre se vou ou não me arrepender de alguma atitude besta, uma palavra mais áspera, ou um trocadilho maldoso a respeito de uma ou outra bobeira que me deixou irritado.






Os mestres nada aconselham nessa hora, afinal eles já falaram demais, e, entendendo que aprendemos a lição, apenas não conseguimos concluí-la repetem, para meu desespero; “você já está um passo a frente daqueles que nem mesmo refletem sobre suas atitudes” – na verdade isso me parece mais um discurso de quem está jogando a toalha.




Penso, então: de que isso adianta? A palavra proferida, envolvida em energias pesadas, calou o meu objetivo mesquinho!?!



Voltei a este assunto após o que me enviaram hoje sobre a “nossa viagem ser tão curta”; aí pensei: será que vou me arrepender até o final da vida ou será que vou conseguir me resolver antes – por outro lado imagino sempre aqueles que estão realmente com situações precárias e usam do mesmo expediente. Levemente conscientes do que não deveria ser feito. Em meio a esta desculpa (f)surrada, mais uma vez me acalmo conjecturando por exemplo, a respeito de uma série de indivíduos viciados em suas formas de existir habitual, totalmente acometidos do cotidiano ordinário.


Mas isso me fez ainda mais irritado, afinal estou me valendo de artifícios similares a todos os demais que aponto o dedo, observando que continuam recorrentes também nas minhas desculpas habituais.



048.s cqe