sábado, 6 de junho de 2020

Articulação peculiar





 

A articulação que pretendo é abortada

A que pratico é canhestra.

Tolhida por se obrigar a tabulação sovada sem um mínimo de contextualização aberta e plena - proibitiva.

Travado pareço, sou; e venho a cada dia mais amofinando meus exercícios

Reduzi minhas vontades a cordas atrofiadas




Jamais atingirão a altura herdada de sua gênese

Estagiária

Aqui tão somente estancia

Neste universo de escravidões veladas

Preso aos grilhões de margens brutas

Ainda selvagens e intransponíveis



Quando os objetivos não são o adular

A lambeção asquerosa do especular

A despertar a atenção daqueles que nada entendem

Enquanto palmilham o cadafalso artificial da corte

Um que outro instante arisco

Uma que outra pérola



Sob as ordens da articulação presa

Tornada agora nada além de um grasnir infante

Não em um lapso de esquecimento

A vontade presa salta contra as paredes limítrofes

barro entendendo-se Granito

Traduzindo o grito, a ânsia, em combustível para efusivos e razoáveis risos debochados à audiência a que me confinei


Aprisionado amofino em divagações e cismas gratuitas

Dando crédito a sofismas inventados para distrair

Aqui não estou só

Porém não me folgo na burla alheia a qual entendo a que se destina

É necessário o engodo

Ainda que algum malandro perceba



E seu julgar minguado foque somente este observar descontextualizado

Sou de impossível contextualizar

Esforço-me ao menos aqui

Mesmo sob uma vontade maior promoverei este deslindar

Em quais universos se esclarecerá o que foi dito

E que outros entenderão útil


Sigo à margem

A periferia tem valor

Sob cada árvore construo meus domínios

Esta é minha forma de tombá-las

Aí sobreviverei

Suas folhas substituirão o papel

Através do vento sua linguagem irá desmistificar o que não articulei






 ...quando então cortarei relações com esta dialética viciada e sempre aqui necessária à compreensão?



...quando então cortarei relações com esta dialética viciada e sempre aqui necessária à compreensão.


 


Néctar


A comunicação local se perde na falta de elos que conectem o bê-á-bá oficializado ao Todo Insondável. Se mesmo aranhasse as margens exíguas de qualquer transcendência de possível acesso; a transformação das linguagens, dos és e das vontades sofreriam uma revolução tão necessária quanto à urgência de aplacar os ânimos que antecederiam um caos qualquer indizível por todo o vale. A cata, portanto, é singular. Nas negras fendas onde jazem os umbrais de toda ordem. Nestas úmidas grotas esquecidas; um que outro entre legiões de desamparados e enterrados no lodo eterno; em raro instante, num insight ínfimo de lucidez desconfia que há mais, quando então emite uma matiz levemente acinzentada. Guias especialmente enviados para captar o instante, percebem e localizam o ponto em meio as cavas escuras, um padrão que destoa... e o resgatam. Coexistimos sobre uma série destas camadas – usando uma retórica sociável. Com um mínimo de privilégios, erramos em nosso umbral chamado Terra cuja superfície também é uma camada onde equilíbrios particulares possibilitam químicas distintas de moléculas; facultando conexões outras a permitir a abertura de sentidos impensáveis, portanto impossíveis nas fossas inferiores. E também aqui um que outro emite uma filigrana de matiz seguro, em um entendimento raríssimo de que este não pode ser o supra sumo do existir, portanto, há mais. Este e apenas este... entenderá.




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