Ontem em um dos meus raros passeios obrigatórios, ao transitar pelas ruas de uma cidade que daqui a um século talvez torne-se cosmopolita, percebo, ao olhar o formigueiro que insiste em circular nas sextas a tarde esbarrando-se uns nos outros, que nossos olhos normalmente acostumam-se, de alguma forma análoga; como pessoas distintas podem aprender a apreciar a arte, também é possível vergar-se à modismos e estranhezas que, assim como seus adeptos desnorteados, num migrar contínuo, qual rebanho perdido, que debanda por caminhos diversos ao perceber que algum objeto estranho sobrevoa seus restritos espaços de confinamento, mudam, mostrando toda a fugacidade, natural àqueles que ainda não se encontraram.
Por algum motivo, talvez por não ser dado a sair muito, não me acostumo, não consigo hospedar em meu cérebro tacanho, talvez carreta que já ultrapassou os quarenta, o que entendo não passar de mera extravagância vaidosa, caprichosamente chamado por todos estes corajosos de moda.
Observado o fato mais uma vez, comento coma minha inseparável e amada companheira. “O mais incrível desta observação dá-se pelo fato de que todos eles devem ter se olhado no espelho pelo menos uma meia dúzia de vezes mais ou menos, o que significa que, cada um a seu gosto, fez o melhor que pôde, se emperiquitando até formar está caricatura plástica que faria muito sucesso na minha época de infância se aparecessem no picadeiro do pequeno circo que a duras penas podíamos ir, de vez em quando na infância”.
Por outro lado; assim como alguns insistem em compreender a verdadeira arte em vão, outros de forma alguma conseguem entender os propósitos que fazem com que uma massa de força descomunal insista em seguir as observações tendenciosas e horríveis de uma dezena de cabeças que provavelmente nunca se portarão como seus corajosos seguidores.
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