Com o sentimento de um sortudo tão raro quanto incomum, personagem de uma guerra que parece jamais terminar, orbito como um sobrevivente, a exemplo de alguém habitando um campo de concentração ou mesmo um refugiado em algum lugar bastante perigoso e minado de alcagüetes, que corre riscos diários como em “O Pianista”, onde pode ser apanhado a qualquer instante. Inocente, sobrevivo da incurável esperança de que finalmente seus comandantes envergonhados ou, também cansados, encontrem um termo as barbáries, e, com ele, acabe o meu pesadelo, sonhando que, com isso, possa novamente por em prática ou dar continuidade a uma vida normal, no mínimo, parecida com aquela vivida na adolescência, na qual, mesmo resistindo com pouco mais que a ração do dia, ainda assim era mais suportável; melhor que aturar tantos abutres sanguessugas mordiscando meus calcanhares.
Algo surgido após ter assistindo "Charlotte Gray – Paixão sem Fronteira"
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