Existirão
quem sabe, em algum tempo, disciplinas que didatizem os sentimentos?
Por
mais triste que esta questão possa ser, por maiores que sejam as contradições
que ela possa conter; devemos entender que em tempos de desvaloração do poder
do coração, talvez a única saída seja inaugurarmos uma escola onde iniciemos
uma disciplina que ensine o significado do sentir.
É
certo que a primeira vista isto soe demasiadamente frio, e até agressivo, porém
esta ideia pode ser explicada.
Temos
que nossa convivência é, principalmente, uma somatória de fatos e acontecimento.
De histórias que nasceram e se entrelaçaram, de acertos e convenções que cada
um, cada grupo, cada país, foi desenvolvendo, adequando e aceitando como certa;
possível ou obrigada, mas se bem analisarmos os sentimentos vieram a reboque,
acompanharam a história a margem. É certo também, que participaram.
Temos relatos clássicos, vivos e pulsantes de
ações onde o motor principal: a paixão; foi o que deu o tom. Deu início a uma
avassaladora soma de sentimentos, de energias concentradas que culminaram em
acontecimentos que mudaram resultados, alterando caminhos e histórias. Ok, é
preciso que isto não seja esquecido e mais, seja respeitado; mas, e estes sentimentos
sempre serão assim despertados? - seja em conjunto ou individualmente. Apenas como
um tempero dos acontecimentos que entornam ou equilibram os pratos? Como se
respeita o velho guarda-chuva atrás da porta que se sabe o terá sempre à mão na
precisão?
Estamos
a falar daqueles que não apenas desconhecem os sentimentos existentes encoberto
pela camada espessa do orgulho, ou mesmo daqueles que sabem da sua existência
mas são sempre arredios ao seu toque. Existem outros tantos destes que entendem
os sentimentos apenas como preconceito e outras tantas situações que não precisam
aqui serem lembradas, será que estas criaturas não poderiam ser tocadas sobre a
beleza que é ter sentimentos, sobre a beleza que é ser alguém sensível?
Não
é possível saber o que uma escola para enxertar sentimentos, uma escola para
despertar sentimentos, uma escola para equilibrar sentimentos, uma escola para
desenterrar os sentimentos natos que possuímos e nem mesmo entendemos como
utilizá-los, poderia fazer de útil para a humanidade, mas se fizesse o que
imaginamos ser possível, haveria um segundo big bang neste universo, algo
impossível de ser dimensionado. A ação produzida não apenas corrigiria a rota
da humanidade. Mesmo a da Terra – que não descartamos a possibilidade de ter
sentimentos - teria que se render a ação inversa a que temos provocado hoje.
Quando
então chegaremos à conclusão de que os sentimentos poderão ser estudados e
trabalhados de forma a temperarem as nossas vidas tornando-as mais palatáveis.
Quem
não entende que isto é uma opção, ou mais, que ela seja urgente?
“Vamos
prorrogar a existência dos sentimentos”
Bhonachinho
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