Somos
dados às definições. Até mesmo grandes personagens buscaram deixar as suas
opiniões com relação às definições. Definir os grandes momentos da humanidade
ou do humano e embora elas sejam de muita importância para o entendimento
comum, para a escola que ensina alunos, no sentido genealógico do aprendizado,
entendo que diferentemente tudo o que é, tudo o que adquiriu um estado
conquistado de superioridade de existir, ou seja, já o é; não precisa mais que
especulações de pessoas totalmente formadas existam no sentido de lucubrar
desajuizadamente, digredir, aventar sobre o seu verdadeiro significado, ou
sobre se este opinador concorda ou não ou mesmo o que pensa ou como pensa o
assunto.
Definir
arte, amor, família, sentimento, grandes nomes ou clássicos da humanidade ou da
história humana em geral no mais das vezes não passa de especulação e portanto
perda de tempo, a menos, é claro, que seja para figura em livros de bancos
escolares.
Quanto
mais insistirmos com as definições, – impensadas ou pensadas apenas no fator
vaidade do autor – em encontrar aquele que diga maravilhas sobre o já
estabelecido, estará enclausurando a águia, quanto mais se insistir em
definições baratas mais remetemos o que nasceu livre à clausura.
Enquanto
não entendermos que a mera definição, que a insistência na definição que se
busca acertada não passa de uma forma tola na tentativa de possuí-la, esta
sempre será a mais clara evidência de que não a possui.
De
alguma maneira básica o que se busca com as definições são somente duas
situações, primeiro, tentar com que alguém de grande opinião, ao emitir a sua,
mastigue-a, como a ama-de-leite assim o fazia na infância, para que aquele que
não aprendeu a pensar, cole, uma resposta ao seu pensamento
colcha-de-retalhos-alheios, (não seus) e com isto, enclausure aquilo que é de
natureza livre.
Prova
aí está que, por conta disto, encontramos uma série de nomenclaturas
aprisionando ideias originais aos mal fadados registros que arquivam-nos sob os
mais variados títulos ou a famígeros rótulos.
Já
em um segundo momento e de maneira intrínseca, o que se busca ao “apertar”
alguém – já de natureza fraca por ceder à armadilha, ou à capitular falta
humana de atenção, por exemplo – de opinião impar, para que defina o
indefinível, é a busca de igualá-lo aos demais. Afinal, embora estes que buscam
as definições não saibam, o que se fez indefinível, é superior, e muito, a
qualquer um que ouse o exercício da exatificação objetiva, - não por acaso “exatificar”
encontra-se muito próximo a “fixar” ou mesmo “limitar”, nos dicionários -
porém, devido as razões humanas que nenhuma razão real desconhece, é sabido de
o porque o humano assim age, prostrando-se como opinador, “o definidor” (talvez
porque alguns de nós nos posicionemos superiores a todos os movimentos
possíveis do universo), e com isto este seja mais um a acabar também preso a
armadilha lançada a exaustão por todos àqueles que apenas a isto se prestam ao
longo de toda a história, e assim, onde tínhamos os primeiros que pareciam ser
bons homens, ao fazerem o que os maus buscavam, temos o que decepciona; devido
a este comportar-se, a estes então
também, acabaram se emparelhando.
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