domingo, 18 de novembro de 2012

Companheirismo; amizade; persista com eles




Avaliando algumas ações, particular ou não, ao longo de um cotidiano extenso, ocorreu-me que uma das constatações mais inapropriada, que se transforma em um estado de tristeza ainda mais visceral por chegar tardiamente e que, definitivamente se alojará, - por mais ocupada que esteja nossa cabeça - em nosso cérebro pelo resto dos dias acaso recuperemos a consciência após entendermos o que realmente se deu; está intimamente ligado a um encontro que pode ter ocorrido durante um longo período da vida da gente, e tem a ver com aquele ser mais próximo que por este espaço de tempo conosco esteve: nosso companheiro ou mesmo um ou vários amigos nosso em particular.

 Devemos estender, devemos abranger aqui, um número maior de pessoas amigas; o rol de nossas amizades durante uma vida inteira, porque existirão sempre aqueles indivíduos que necessitam de mais amigos, primos, irmãos e tias para que o suportem ou o auxiliem em sua caminhada.

 O número de amigos que cada um tem durante sua curta existência está relacionado claramente a determinadas fases da vida, e mesmo que um ou outro com uma maior “química” extrapole fases diferente, poderão existir outros em paralelo – amizade e companheirismo nem sempre está ligado a exclusividade.

Além das fases pelas quais nossa vida evolui ou apenas circula em relação às amizades (adolescência, parentes, colégio, trabalho, associação, arte) - afinal pode aparecer um bom companheiro em qualquer esquina - o ato em si da aproximação ou sedimentação também se dá em processos, e então temos os primeiros contatos, o “reconhecimento do terreno”, – embora este se dê automaticamente; está implícito, afinal um companheiro não é escolhido, ele acontece e pronto -  da aceitação mutua devido as poucas divergências ou do aceitar das diferenças, do ficar junto devido a algum fator externo, e o processo vai evoluindo e pode passar até mesmo pelo ciúmes, um bocado de inveja que se não cuidado pode acabar atacando prematuramente ou não o processo, e, mesmo que isto aconteça muitas vezes em detrimento também do fator externo, é certo que uma das partes sempre é mais forte no suportar, no ponderar, no equilíbrio da amizade.

 Devemos admitir que entre nós, existe uma série de casos onde a amizade suplantou todos estes dissabores externos, – talvez este seja mesmo o nosso caso – mas não é sempre que as amizades resistem a este conviver turbulento. A convivência a dois, onde os companheiros dos mais diversos tipos trocam cumplicidade, depende, volto a repetir, mais da força de um deles, geralmente – embora muitos tenham morrido sem ao menos pensar a este respeito e finalmente admitir esta verdade. Ou quando não é o caso de carência afetiva ou necessidade direta daquele que, por ser mais esclarecido, mais sensível, invariavelmente suporta – sempre sem cobrança - os revezes normais ou possíveis de toda a amizade, porém nem sempre sem um custo, o custo do desgaste que pode até levar, com o passar dos anos, ao rompimento, isto quando essa ruptura não se dá prematuramente.

 E para o último capítulo deste episódio que é um dos mais sem sentido entre nós, mesmo que alguns entendam que este “quebrar-se” nunca é um fim definitivo, afinal é certo que para sempre existirá o que houve de especial em uma boa amizade; - isto permanecerá como uma chama eterna - há um último episódio que evidencia ainda mais a tristeza deste avolumar de contas de cumplicidade, pois, geralmente é tarde demais que a parte mais fraca da dupla é esclarecida e levada a entender o quanto ainda mais especial era o seu companheiro - e isto pode se dar não apenas ao constatar o quanto foi ele tolerante em relação a você.
 
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Nunca é demais entender nosso amigo “antes de qualquer julgamento” como um ser especial, e sempre que formos avaliá-lo, usarmos a razão e procurar observar se é ou não importante a ação que está nos levando a apontá-lo como réu, pode que ele o seja, porém, devemos sempre levar em consideração também, que há algo especial ao menos entre aqueles que assim se entendem, e  afinal, como sempre disse um velho amigo – é bom que aqui se acrescente: “devemos falar mais constantemente para nossos amigos: isto não tem importância”.

 

“Vamos prorrogar a existência dos sentimentos”
Bhonachinho

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