domingo, 4 de novembro de 2012

Desabafo de um bom poeta puro...


 
...sem aspiração alguma à política.

Disse-me ele, - contrariando até, sua aura pública de poeta conceituadíssimo e eterno ar de bom moço - que optou pela poesia porque não corria o risco de ver seu material interpretado de forma medíocre, e pior, assistir a especialistas eleitos pela imprensa elogiando tais insanidades, fato que presenciava invariavelmente ao ouvir clássicos irretocáveis da música, sendo massacrados por tipos que “nem uma nota de piado saberiam dar se procurados”.

E completou:

“Por Deus que a poesia não é lida em público ou nestas famigeradas estações de rádio. Nos teatros? Sim. Mas ali, não sou obrigado a ir; somente os incultos e esnobes o fazem.”
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