...sem aspiração alguma à
política.
Disse-me
ele, - contrariando até, sua aura pública de poeta conceituadíssimo e eterno ar
de bom moço - que optou pela poesia porque não corria o risco de ver seu
material interpretado de forma medíocre, e pior, assistir a especialistas
eleitos pela imprensa elogiando tais insanidades, fato que presenciava
invariavelmente ao ouvir clássicos irretocáveis da música, sendo massacrados
por tipos que “nem uma nota de piado saberiam dar se procurados”.
E
completou:
“Por
Deus que a poesia não é lida em público ou nestas famigeradas estações de rádio.
Nos teatros? Sim. Mas ali, não sou obrigado a ir; somente os incultos e esnobes
o fazem.”
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