Se,
como dizia o filósofo, a comunicação serve apenas para expressar o “médio”,
devemos partir do princípio, assim sendo, obviamente, que somente haverá o
despertar para o superior, uma vez suplantado esse “médio”; e como, e quando,
se nem mesmo o que o filósofo disse entende-se?
Buscamos
despertar, aguçar o sentido, do que pode (se é que há) haver no texto, e, uma
vez descoberto isto, se o leitor, se o buscador conseguir fugir das garras do
tempo possessivo e, por um longo espaço deste, pesquisar no que o filósofo
denominou como necessário para o único entendimento: o entendimento em comum
entre autor e leitor; é possível que uma nova porta exclusivíssima seja
acessada e o médio comum nada loquaz ou da inexistência do loquaz (ou mesmo do
loquaz comum), talvez transformasse o que ele repetia sobre o fato de que “em
toda a fala há um grão de desprezo”. Entendendo a não necessidade da
comunicação fútil ainda que não exagerada, mas totalizada, mesmo em ambientes
que se preze.
Assim, se a nossa busca fosse possível, em um
momento único, um insight, a conexão poderia ser alcançada... tão ou mais
impossível isto, quanto o decifrar deste.
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Texto
criado a partir da leitura do livro As ilusões do eu – Spinoza e Nietzsche, Civilização
Brasileira/RJ; p.216 a 219.
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