A
minha filosofia tem como princípio, inicialmente, o prestar atenção. Mesmo até
que entenda que externamente tudo ficará para sempre como está, ou seja, não há
nada para se fazer. Não há nada que se possa fazer, porém entendo que podemos
nos orgulhar, - afinal temos o orgulho em tão alta conta - assim então, é
preferível que nos orgulhemos por saber que não há nada que possamos fazer do
que nos orgulharmos de sermos indomáveis e brigões ainda que não possamos fazer
nada a não ser correr o risco de em dia de mau humor cometer algum ato de
desequilíbrio e perceber da pior maneira que não se pode realmente nada.
Gosto
de citar uma cineasta argentina que disse que “vivemos o século da impotência”,
devido ao fato de podermos muito pouco, de conseguirmos muito pouco do que
temos vontade. Quando temos uma vontade de verdade daquelas que realmente nos
orgulharemos dela, ou de uma melhora de vida efetiva, ou de ver alguém que
comete injustiça pagando por seus atos etc., mas infelizmente tenho que
desdizê-la, entendo que esta é, na melhor das hipóteses, a era da impotência.
“Aqui
é a terra das oportunidades”; “para aquele que tem vontade tudo é possível”; “vivemos
no melhor dos mundos”, tudo é somente licença poética. Fato é que antes do fim,
em um exame de consciência bastante crítico, o que se observa é que o preço de
tudo é muitíssimo alto. Deve ser por isso que distribuída entre estas citações ouvimos
constantemente a frase: “a vida é injusta”.
Por
sua vez, a filosofia do prestar atenção tem como princípio: que se busque
observar de verdade todo o universo que circunda o individuo; até que se descubra
que o posto é uma realidade e ao final, ela o manterá tão, ou ainda mais inerte
do que estavas, porém com uma diferença: trata-se agora de um sujeito
consciente.
O
ficar atento, ficar antenado e descobrir ou ao menos iniciar uma desconfiança sobre
o que está acontecendo. Nos mantém em um estado de aceitação; em um estado de
passividade; em um estado de acomodado, de condicionado. Tanto quanto quando se
era apenas um vivente alienado, porém, quando prestamos atenção, começamos a
entender que tudo faz sentido, nós mesmos teremos as respostas, já não
precisaremos mais dos mestres, porém tudo será igual.
Embora
isso não seja para agora, é assim que é.
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