Conscientizar-se
de quão difícil é adaptar-se à vida presente, e ainda assim encará-la, de cara
limpa; este talvez seja, verdadeiramente, o maior milagre a ser buscado.
Perceber
conscientemente o seu estar, o seu existir no meio onde coexiste, e adaptar-se
de forma única; observando apenas os seus quereres particular, esta é uma dádiva
dada a poucos e percebida por um número ainda menor destes escolhidos.
Quando
buscamos o diferencial neste plano, - obrigação natural a todo aquele que busca
- aos poucos, como um reptil que perde a pele ou a cauda, vamos nos excluído do
comum ordinário paulatinamente. E o preço dessa escolha, é a excomunhão
arrastada e fugaz por parte destes que aos poucos vão ficando pelo caminho tal
qual as células mortas deixadas naturalmente devido a nossa condição
fisiológica.
Driblar,
solitário, as adversidades de cada dia, requer um jogo de cintura inaudito e
silencioso, porque para aqueles que os tentaram deter, e se foram, não há
resgate possível, ao se tentar vender o novo propósito. E aos poucos que restam,
não é fácil, ou melhor, é árdua a luta de continuar, dia a dia, convencendo-os
de que os dogmas ainda presentes têm data de validade.
O
papel do maldito é escamotear ao máximo, pretensões que soariam ainda
visionárias demais para serem aprovadas, e então cabe apenas escondê-las para
manter amizades caras que se gostaria de apreciar por um tempo ainda maior de
caminhada, porém é certo que não durarão, não persistirão para sempre, afinal
em algumas situações o visionário se iguala, de alguma forma ao comum em não
perder tempo, embora entenda que o faz diferente daquele, por se entender
consciente.
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