Richard Dawkins conta que durante um programa de entrevistas em uma determinada rádio americana, chamou-lhe a atenção um ouvinte que pareceu o provocar,
dizendo que, se Deus não existe - tese defendida farta e abertamente pelo
escritor - ele pode sair às ruas e cometer qualquer tipo atroz de crime que
nada lhe acontecerá no que diz respeito a “pagamento” ou punição futura. Caso
escape das leis comuns à sociedade; pois entende, a partir da explanação de
Dawkins, que, a inexistência de Deus o exime de qualquer punição.
Devemos
entender que toda esta história é um absurdo, mesmo da parte do autor que
garante que a viveu, quanto a do pobre diabo que telefonou-lhe, pois,
independente das ideias do primeiro – é certo que cada um pode lançar na mídia
o que bem entender, afinal todos tem
seus interesses e formas que encontraram de fazer fama ou gastar seu tempo como
bem lhe aprouver -; Deus jamais nos corrigirá. Será simplesmente, em algum
tempo distante, - em algumas situações é muito distante mesmo – que nós mesmos
enfrentaremos nossas consciências (quando finalmente descobrirmos que a
possuímos e para que servem), quando enfim entendermos com outras perspectivas
que não a limitada mente humana, que então estamos vivos e somos eternos, porém
isto não terá nada a ver com Deus, este momento jamais envolverá Deus como
alguns de nós O temos devido a garantias terceiras, mas sim, esse encontro se
dará, ele será: de nós para nós mesmos. Deveremos chegar a um estado onde Deus
finalmente será assimilado pela nossa consciência, (mesmo que continue sendo
importante para um determinado grupo e não para outro) e então o ser pensante
entenderá finalmente que seus caminhos quando obtusos e egoístas independem do
Ser Magnânimo ou ao invés de continuar trilhando apenas o caminho Dele inicie
um caminhar com Ele.
O que
desagrada mais nesta historieta do ouvinte é sua falta de jeito, afinal devemos
buscar uma posição confortável de existir onde nossas atitudes jamais serão o
reflexo deste ou daquele amigo, parente, pai, ou Mestre Enviado. Teremos que
alcançar um padrão de existência pessoal e único que nem mesmo Deus deverá
ditar nosso comportamento, por que em assim sendo, se o fizermos; se moldarmos
nosso portar-se mesmo em Deus, significa que ele não é singular, não é nosso, é
de alguém outro.
Por
um tempo incontável será louvável que nos espelhemos em grandes nomes e até no
Ser Magnânimo que tudo criou para que tenhamos sempre a Alma que preceda a
nossa chegada onde quer que seja. Este deve ser um objetivo, mas não o
principal. É essencial que ele evidencie o que somos; que façamos com que nosso
espírito puro exale a nossa pureza; demonstre a nossa força de vontade, o nosso
caráter, que pode ter sido adquirido de incontáveis existências, mas jamais
deve ser o que é por estar apenas vinculado a alguém; a um modelo.
Somos
únicos, e como tal, devemos conquistar a unicidade verdadeira, plena e total.
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