Mostre a mim como me
conter? Como não chorar? Ou melhor; não me mostre.
Conto o que sinto e então dirás – mas para isso antes:
precisa sentir algo - a partir do meu e não do teu ponto de vista, se deves ou
não corrigir sua negativa; sua crítica; seu menear de cabeça contra meu
sentimento fraco e consequentemente de meu destempero, meu desequilíbrio frente
ao que comove.
Tome lá então...
Se o Dragão chega até você; - não é um... é O – e
independente se Ele está de bom humor e aparente ser uma iguana doméstica bem
alimentada. Você O tem como o É. A águia não perde sua majestade e deixará de
ser respeitada por parecer uma chama inofensiva enquanto brinca com seu
filhote.
Com sua baforada
benfazeja e secular, totalmente apartada de qualquer humor injusto por carregar
Ele a Sabedoria da diferença. Emite sua rara opinião, porém mais; explico. É
muito provável que não tenhas notado isto antes de atacar-me: que meu
pensamento foi aprovado.
Agora
o ponto. Antes de sê-lo, aconteceu aquele que para um simples mortal é o néctar
de todo um trabalho que vem se processando a mais de uma década: disse-me Ele
que não havia entendido e sugeriu que explicasse... repito, este é o ponto.
A aprovação posterior era inevitável, (ou melhor no meu
entender menos valeria então); e digo que lanço mão aqui de toda a simplicidade
possível que eu possa reunir. O bom pai reconhece o apelo do filho entre
milhares de outras vozes.
Senti-me na obrigação então de explicar a você, - um ser ausente
de coração, e tão presente em olhos. Contrariado. Mesmo sabendo que sou
horrível fazendo isso. E também, não apenas por você e sim por todos aqueles
seus parceiros que por não entender o meu sentimento puro fizeram coro contigo
desrespeitando tanto a mim quanto ao Meu Mestre Inatingível. E agora talvez eu
possa repetir a questão primeira. Entendo que compreendestes e estás pronto
tanto para rever seu ar assoberbado de troça quanto à respondê-la: Mostre a mim
então como conter-me? Como não chorar? Mas lembre também que isto é retórico, é
apenas uma licença poética, o que quero mesmo é que nada fales...
não tente me mostrar nada.
015.g cqe