Sou mais a pureza do velho circo, o
teatro me enoja, é muito difícil assistir a uma peça onde o ator se quer
superior, ou sobressair-se ao personagem. Ainda que entenda a complexidade de
desvestir-se de si mesmo, essa dificuldade é potencializada quando no palco.
No cotidiano somos obrigados a
assistir a representações amadoras, mentirosas ou não, ou melhor, puras ou nocivas,
do que se convencionou sociedade aceitável, quando temos então - se, ou quando
atentos; à espinhosa tarefa de suportar o que nos impõe, portanto, toda uma
série de personagens bem ou mal intencionadas.
Já nas artes oficiais, onde as
máscaras, onde a mentira é o mote de sua existência, envolto em magias e
truques a nós ocultos, está à trupe de representantes oficiais em uma espécie
de pleitear servil, aos quais, deliberadamente pagamos para escutar anedotas e
toda espécie de idiotices que possa fazer-nos esquecer, mesmo que um pouco, da
trupe real que nos cerca, porém, para completar o quadro, ao final das contas, seria
bastante interessante compreender todas as peças ou minimamente ater-se apenas
a pureza do que foi proposto, e então, quando disposto a pagar para ser
enganado, o fazer com um mínimo de conhecimento de causa.
Quando isso não ocorre, não se
cumpre também a oficialização desse ofício quando sério, que é qualificado como
entretenimento cultural, pois, a falta de entendimento miscigena os grupos numa
espécie de patacoada geral que, observada de fora dá a entender que tudo é
parte de uma peça única. (“é? Ou não é?”)
091.h
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