sábado, 28 de fevereiro de 2015

Dependência à liberdade



A Dependência não é e jamais será superior a sua liberdade, porém por não pensar sobre a realidade disso - a ferrugem que corrói nosso existir -, a preferimos à liberdade.

*

Nós nunca questionamos o problema da dependência.

Por que nós dependemos? Psicologicamente, internamente, dependemos de uma crença, de um sistema, de uma filosofia; pedimos ao outro um modo de conduta; buscamos professores que nos darão um modo de vida que nos levará a alguma esperança, alguma felicidade. Assim, estamos sempre, não estamos, buscando algum tipo de dependência, segurança? É possível para a mente libertar-se deste sentido de segurança? O que não significa que a mente deve adquirir independência; isso é apenas reação à dependência. Nós não estamos falando de independência, de liberdade de um estado particular. Se nós pudermos investigar sem a reação de buscar liberdade de um estado particular de dependência, então poderemos entrar muito mais profundamente nisto. Nós admitimos a necessidade de dependência; dizemos que é inevitável. Nunca questionamos o assunto realmente, por que cada um de nós realmente, bem no fundo, demanda segurança, permanência? Estando em estado de confusão, queremos alguém que nos tire dessa confusão. Assim, estamos sempre interessados em como escapar ou evitar o estado em que estamos. No processo de evitar esse estado, somos levados a criar algum tipo de dependência, que se torna nossa autoridade. Se dependemos do outro para nossa segurança, para nosso bem estar interior surgem dessa dependência inumeráveis problemas, e então tentamos resolver esses problemas; os problemas de apego. Mas nós nunca questionamos, nunca investigamos o problema da dependência em si. Talvez se pudermos de fato inteligentemente, com total consciência investigarmos este problema então podemos descobrir que a dependência não é absolutamente a questão. Que ela é apenas um modo de escapar de um fato mais profundo.

The Book of Life


033.i cqe

Ilha inatingível

Enxergando a oportunidade e tentando um viés oportunista para seu acomodado abandono ao que eleva, perguntou ao Mestre sobre como permanecer alheio; como atingir o estado impossível da não manifestação espontânea reles do ordinário, no ambiente que habita, uma vez vencido, - ou perdido – o clima inicial do respeito e também da vergonha quando já não mais está atento à prática aprendida e não assimilada ainda que a mantenha em alta conta?


*

O retornar é sempre mais difícil, iniciou o paciencioso conselheiro, sem demonstrar atenção ao estratagema do aluno, e não sabemos de história alguma, fora da ficção, onde ouve o retorno a partir do degringolar.

 O sábio é uma ilha inatingível de equilíbrio, e para chegar a tanto, é bastante provável que tenha passado por sua questão – numa mesma existência, manter, uma vez desviada, a linha da retidão é tão impossível quanto a ela retornar.

Um homem quando conhece entende principalmente que deve equalizar sua atenção com a prontidão ao que quer que seja que venha enfrentar. Não há espaço para a abstração àquele que carrega mínima vontade.

E essa prontidão deve esquadrinhar todo e qualquer ambiente onde se encontra, caso entenda-se um neófito que prima pela disciplina. Nada passa despercebido. E à medida que as ações ocorrem, ele molda-se a elas jamais esquecendo uma regra sequer.

O aluno somente é em si, quando se trata, já, de um erudito calejado, portanto, ou por conta disso, há incontáveis desistências, porque essa projeção é ampliada à medida que avança.

E, aproveitando o seu corrente julgamento, voltando a sua intenção nada exclusiva, seja aqui ou no oriente, sempre se valendo da manha, essa moeda que somente tem valor cambial entre os iguais mal acostumados. Deves ficar ciente de que é comum que não seja interpretado ao longo de uma caminhada alguns silogismos de significados diversos. Justamente por isso nos foi dotada a paciência, algo ainda muito distante a você.

Era preciso entender que o estulto quando disfarçado e tanto praticado quanto abusadamente embaralhado entre cordiais vênias com o intuito desvelado em ardis amadores, revela-se, primeiramente, um insulto, que ao final, a nada mais serve que revelar a intenção torpe do próprio autor, jogando ou o afundando ainda mais em merecido local.    

Voltando então.

Há uma espécie de “castigo” antecipado, ao qual todo buscador tem acesso: em determinado ponto do caminho ele vislumbra o tempo futuro, mas, somado a essa visão, pode também imaginar o trajeto a percorrer. Tudo pode mudar a partir de então – Ah! Quanta brandura encerra essa última colocação.

E assim é; independentemente de onde se encontra. Porque é sua forma de refutar – se as externa ou internaliza - determinadas manifestações que apontam realmente seu estado de equilíbrio. Tanto mais quanto suas respostas às questões e ações realizadas no habitat escolhido.

E isso tudo está começando e terminando hoje, agora, pior no seu ambiente doméstico, diário. Aí estamos mais acostumados ao estado armado: sempre contra os outros e dificilmente prontos a apontá-lo contra nós mesmos.

Melhora um pouco no ambiente estranho, mas somos ótimos em nos adaptarmos negativamente, e também este, logo estará dominado – através das armadilhas que em si sufocam o próprio armador – quando ao final, retornamos a sua dúvida inicial, por não conseguirmos, não termos a capacidade de dominar nossos ânimos e humores, e consequentemente, prestar atenção ao nosso ímpeto de permanecermos atentos apenas ao externo.


032.i cqe

A contextualização nossa de cada dia



Estava observando uma oração que me foi dada com carinho, onde li, “Nós Vos esperamos com os braços abertos”, e ainda em meio à concentração da leitura escrevi que:

Já não O espero mais, estou correndo por aí em busca do que entendo ser bom para mim, e, se Ele não tiver um bom GPS, não irá me encontrar.


031.i cqe

sábado, 21 de fevereiro de 2015

A riqueza do espírito



De onde vêm os gênios que em tenra idade; precocemente apresentam sinais de sapiência mui diversa aos seus iguais em idade?

É claro que a ciência, parcialmente, explica; porém há mais.

Chegaremos a um consenso sobre o não aprender por já o saber de outra existência? Ou seja, não tornarmos em vão nosso escasso e precioso agora tempo... aprendendo o que de longe já o sabemos, contando ainda mais; sobre o que as leis ou as obrigações sociais e protocolares obrigam e insistem em exigir! 

Até quando continuaremos - a maioria – escravos do enfado argumentativo de explicações apenas conseguidas por técnicos senhores das exatas?

Quando nos folgaremos na crença da sensibilidade espontânea de homens que nascem, nos parece, entendendo o curto espaço de tempo de uma vida para desenvolver técnicas e aptidões mais apuradas, com um apanhado delas incorporadas a seus espíritos, de outros tempos, para então, não apenas beneficiar a si próprios, mas a humanidade; mais para que o entendimento geral descubra aí possibilidades outras, do que assisti-los como sumidades especiais!?!

Todos o temos... todos podemos... porém seguimos trancados por diretrizes de um corpo fechado de peritos especialistas no comando, que rejeitam o que não compreendem, quando mais o fazem por inépcia, por ignorar, por não possuir a humildade de assumir, muitas vezes tarde demais, que foram egoístas.
     

030.i cqe

“Jus Zelotarum”



A leitura continuada molda o leitor, porém, como tudo neste plano, sofre a interferência peculiar daquele que se instrui; seus equívocos, e más intenções. Desta feita, não é possível que a obra seja, jamais, a culpada dos desmandos advindos das interpretações particularíssimas de cada um; isso significa que o autor somente pode ser atacado quando provada a intenção das ações que decorrem de suas idéias projetadas se observadas e executada ipsis litteris.

Por exemplo, existia uma lei mosaica, onde o acusador poderia; antes mesmo do julgamento, ainda que não matasse; atirar a primeira pedra no acusado. Vivemos um tempo de novas injustiças, e ainda que as leis se adéquem ao estado novo que se forma a cada comando instalado, mais nos esquecemos das leis antigas bem como de comportamentos a elas adequados ou mesmo a um proceder justo, concomitante ao homem que domina a cultura e se assume refém do conhecimento; de posse destes pontos poderíamos imaginar uma situação onde nossa resposta nos situaria em uma determinada escala de revolta com os agravos que nos atingiram, assolando, afetando patologicamente ou não nosso eu psicológico. Digamos então que; se importassem para nossos dias a lei do apedrejamento, a aceitaríamos? E qual seria a força e o tamanho da pedra escolhida para aplicar a justiça; nossa vingança; ou simplesmente a lei?

Devemos entender que somos nós, com nossos interesses, atribulações e pendências diárias que nos deixamos contaminar com o meio que está se formando, auxiliando assim, também, no desenvolvimento de todo o estado novo, por isso, em um momento de lembrar velhas leis: que não esqueçamos também da lenda que ao final, quando o sábio inquirido sobre se o pássaro* que o menino segurava às escondidas estava vivo ou morto, este respondeu: “a resposta está em suas mãos”.

*


*Certa feita, um menino quis desafiar um sábio que passava pela aldeia. Com um passarinho preso às mãos; aproximou-se dele e perguntou:
— Tenho um pássaro entre as mãos.
O senhor sabe se ele está vivo ou está morto?
Obviamente a pergunta era maldosa,
pois se o sábio respondesse que o pássaro
estava vivo, o menino pretendia esmagá-lo;
se respondesse “morto”, abriria suas
mãos e o deixaria voar.
Contudo, a esperteza do menino sequer desconfiou da
extensão dos horizontes da sabedoria;
ficando perplexo ante a resposta do venerável homem.
— A resposta está em suas mãos.

029.i cqe

Da série; Distraídos venceremos*



Foi meio que sem querer
Não apostando nas pequenas vitórias
Que as verdadeiras foram se desenhando,
Mesmo que sem imaginá-las
Somente não acreditei
Ou foi inacreditável
Quando me dei conta do resultado
Desse “exercício” de paciência.

* “Distraídos venceremos”
peguei emprestado do
Sempre Preferido Paulo Leminski.

028.i cqe

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Incrível, a perfeição pode ser crível




Se posso pensar possível o que penso, ainda que agora entenda as impossibilidades que me cercam, posso entender possível também
que cheguemos a um tempo/espaço onde todos agiremos dentro da harmonia pensada, ou que agora
apenas imagino crível.


027.i cqe

Com o aval do filósofo



Cícero, eu e meus absurdos

No livro Leviatã, de Thomas Hobbes: “Não pode haver nada mais absurdo do que aquilo que está contido nos livros dos filósofos”, isso foi dito por Marcus Tullius Cicero.

*

Com esta declaração o sábio Cícero nos autorizou, nos deu salvo conduto de, se no caso de todos os absurdos ainda não terem sido dito, tentarmos aqui fazê-lo. Capricharemos para dar a nossa contribuição para não deixar que contestem a verdade contida na afirmação do gênio.


026.i cqe

Eterno retorno





Ou seria, ciclo reencarnatório?!?

Se um Xamã empolgou-o com boas notícias, não se vanglorie de ter sido um grande homem em outros tempos; faça com que esse grande homem vanglorie-se de ser você (agora).


025.i cqe

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Quem sabe?





Qual direção seguir quando não entende a utilidade de saber que não sabe, 
ainda que saiba da impossibilidade de 
mudar ou da distância 
que pode separar 
o hoje da solução?

024.i cqe

Má excelência



Burilar a obra a exaustão com o olhar externo, sem o fazer consigo; pode supervalorizar todo o pequeno erro que passaria como normal no trabalho daquele que pratica o autoconhecimento; sem suplantá-lo na sua.

E a questão é: por que a diferença?

Em suma:

O foco, sem a companhia da visão periférica, deixa brechas que pode inutilizar parte ou toda a atenção dispensada.


023.i cqe

Tudo para a catarse, nada para a ira



Então continuou;

. . . “com uma boa dose de canalhice e muito de baixa auto-estima, por exemplo, é que a história vai se formando; e daí?”

“Você primeiramente se pergunta, e depois externa; valeu a pena? É claro que essa é uma pergunta retórica, ou capciosa apenas para o pseudo entendido, e, é claro também que a resposta é SIM. E por quê? Por que aqui é o Planeta Terra, ou seja, ainda que trate-se ele de um infinitésimo, um átimo de segundo em um conglomerado estelar ainda menor que essa medida, ainda que consideremos somente a criação como alguns loucos imaginam com todas as suas possibilidades superlativas; SIM ele é importantíssimo e continuará existindo.”

 “Existem propósitos que decifrados não caminharam tão somente para os objetivos pretendidos e acabaram gerando essa miscelânea indizível a que chamamos de existência terrena. E para se ter uma idéia, poderia sua vaidade megalômana sondar a que medida se dá esta importância, imaginando você como um desses bilhões de seres que se sentem especiais por nada; digo, por desconhecerem que o são por razões que nada tem a ver com o que imaginam ser, e a resposta é: nada superior, ou nada especial a todo o inimaginável complexo.”

“Nossas perspectivas são diametralmente opostas e fazem par de maneiras ainda mais precárias ao nosso pretenso conhecimento quando se trata de imaginarmos, acreditarmos no Possível Verdadeiramente Insondável. E não há o que ser feito.”

“Então, sendo você um psicopata terminal, poderia supor a sua descontinuação, ou seja: por que continuarem com isso; mantendo-o, dada a imensidão imaginada, ainda que com suas mentes tacanhas e de pouca criatividade, lesadas de sapiência e imaginação? Ou isso ou outras questões ainda menores que essa em significância.”

Então foi sarcástico como jamais o tinha pensado ao arrematar e ir-se:

 “Porque uma Comissão Maior de Seres Superiores, ou mesmo Deus iria destruir este imenso laboratório agora que ele caminha para o que aprendemos ou descobrimos ser parte de sua existência, ou seja, agora que ele esta se transformando no que podemos imaginar seja, um Plano Expiação devido aos nossos desmandos? É claro que o universo é inundado dos verdadeiros umbrais pustulentos, mas o tempo é senhor do destino e sua inexistência resulta em nadas eternos, - ou lembrando as palavras de um Amigo de distas plagas:a Monotonia do Caos -  assim, dependendo de nossas experiências poderemos todos termos a eternidade para queimar num inferno ainda pior... nada; sobreviveremos. E por hora, o pior que pode nos acontecer é o mundo não acabar... Como homens que costumeiramente abandonam a sorte, nem sequer sonhamos que em algum momento, amaldiçoaremos, inclusive, a eternidade.”


022.i cqe

“Uma preocupação a menos”















Jesus pregou o Amor; 
nós o despregamos.




Feliz 16 aniversários de nós dois juntos


021.i cqe