Não é admissível que vivamos por mais de uma década defendendo determinada tese,
hermeticamente falando, também no sentido literal, quando a obrigatoriedade
deste plano insiste no seu e no nosso desenvolvimento. É fato que podemos justificar
uma ideia momentânea excelente até por um bom par de anos, mas então – se boa -
devemos soltá-la, doando-a para o mundo. Como a um filho que foi concebido no
calor de razoáveis paixões. As paixões se vão, os filhos crescem, o mundo
mimetiza-se em matizes que não colaboram em nada ou muito pouco com o passado
estanque. Até onde é inteligente que o pai se agarre ao filho privando-o de todas as
aberturas que o universo farto e abundante premia à humanidade a todo instante
apenas por orgulho ou medo! Talvez ao comodismo obsequioso, por ter desistido de ariscar-se ao deliciar das novas paixões que
o inesgotável universo das ideias dispõe tão somente ao homem verdadeiramente
livre.
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