"Nosso
inseparável Dragão"
Conversar
com o “Véio” é como estar diante de uma montanha pela primeira vez antes da escalada. Um paredão vertical cujo topo “inalcançável” desaparece entre as
nuvens a sol ameno. Um majestoso escarpado que a primeira vista se mostra
impassível, jamais arredio.
Há que se
ter paciência, as fendas estão lá, o granito colossal se deixa; se mostra; ao
deixar algumas ranhuras visíveis ao que percebe e sabe respeitar.
Aceitar; esquecer
o tempo, a pressa e mesmo o agora, é o segredo; e observar atento os pontos de
ancoragem deixados, todos, que vão se mostrando aos poucos até se tornar tão
possíveis quanto infinitos.
São tantos caminhos.
Conversar
com o “Véio” é como observar as estrelas ainda nas paixões da adolescência. Entregar-se,
impressionado e curioso; de repente é só um maravilhoso céu estrelado, e então,
se se demorar um pouquinho, é mais. Não há como definir pequenas conquistas
pessoais observadas ao que não observa o céu. Se continuar, as nuances começam
a se mostrar e então ao insistir, entendo que toda a via láctea não passa da
espiral que rodopia na xícara de chá que a Ele sirvo.
Ele não se repete
Conversar
com o “Véio” é como brincar com um gato, faz-se rodeios, ambos nos espreitamos;
inicialmente um querer ser enquanto o outro É. Há o disfarçar ingênuo,
inconsciente ou quase puro; e a luta de desfazer-se da pureza artificial. Há o
jogo, e ao final tudo é divertimento. E quando me deito ao seu lado, acordado, como
se não prestasse atenção, tudo ouço.
Ele é divertido.
Conversar
com o “Véio”, é como desbravar densa mata sem experiência alguma enquanto abre
uma picada sob a pressão da necessidade medrosa que propõe incomparável
experiência. A selva não age sob nosso pensar; nossos anseios sim.
Todo o
passo vencido remete às dificuldades vividas antes do histórico instante sem
que se possa com isso ali se demorar; invariavelmente me dou conta de que ando
em círculos e estou constantemente cercado pela inexperiência e a crença vã do
que já entendia conquistado.
De repente
uma clareira; orgulhoso, entendo antecipadamente que consegui, quando outra de Suas visitas me faz entender que nem
de longe possuo a ciência do ponto invisível que sou em meio à imensidão
hostil. A paz, quando se está ao Seu lado, é o que busco para os outros instantes,
quando “ainda” penso que não está.
Quando me
dou conta estou novamente por minha conta. Mas Sua lembrança não permite que qualquer
pensamento de abandono se demore.
Ele jamais me esquece.
Amor e
humor são suas características; dança e sorriso fácil seus credos favoritos;
conversar com o Tardo é inflar a vaidade boa e murchar a orgulhosa. É equilibrar-se.
Praticar com Ele é também: a chave para entender o que alguns dos Seus nos
falaram sobre o Amor. É iniciar a busca para o único caminho que desperta e
corrige todos os sentimentos de volta à simplicidade.
"Vamos prorrogar a existência do sentimento"
Bhonachinho
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