sábado, 16 de março de 2019

Preciso, mas não quero*




Chegou-se ao tempo onde a maioria de nós não possui, por carência total de conhecimento de causa, poder de argumentação para sustentar uma opinião própria – este sempre foi um expediente mais apropriado aos puros e iletrados.






Agora, “o internauta”, adianta-se em avaliações. Avalizando o expert da vez; a primeira de suas referências eleita - aliando o comodismo ao descomprometimento - tão somente por volume de acesso. Afinal este é o norte balizador de conhecimento da era digital. Destarte, o primeiro destes vendedores de margarina a que se está por ora devotado, tanto quanto éramos aos deuses e santos em outra época, que mover-se, muito por conta de ideologias providenciais para esta ou aquela polarização, assim também o faz. Seguindo somente aqueles polemistas que batem com sua veia calcada na indolência – acurada no calor dos “comentários” observando sempre e somente a plástica externa -, parcial polêmica, lutadora, aguerrida à poltrona – dignidade e empoderamento “meirmão”: então, de posse deste embasamento ordinário: grito e vou as redes divulgar “minha” opinião.





Nunca
o que querem as pessoas
esteve tão distante
de o que elas precisam. 







*Detalhe do exercício de 03/03/2019
“O que é o que?”


Formadores de opinião – Alguém em sã consciência poderia imaginar que as futuras gerações, nascidas em aguardados tempos de prosperidade; um futuro de esperança que imaginamos sempre como o estado sine-qua-non da evolução do homem; topasse com a dura realidade de que a tão propalada técnica trouxe o sujeito ordinário a depender de marqueteiros formadores de opinião!!! Posto isto; como um lutador pretérito razoável se aqui acordasse reagiria ao observar que uma gama assustadora de habitantes em todo o planeta se pauta em influenciadores digitais dos quais nem ao menos sabem a real procedência e mais: os têm como seus gurus digitais midiáticos em graus de dependência em escolhas que definirão o próprio amanhã? Que futuro ainda mais sinistro esperar daí? Analisando a dependência do estado social impositivo lastimável a que nossos ancestrais se obrigaram sem opção alguma de opinar, podemos afirmar que a liberdade de escolha está presente nos mais variados campos sociais ao homem contemporâneo, no entanto ele insiste na dependência indolente do primeiro próximo que assim o mantenha, isto é, continua ainda preso, porém, agora, tendo inúmeras janelas de oportunidades para aproveitar minimamente o pouco de liberdade conquistada.


O marketing após lobotomizar seus adeptos, evoluiu do convencimento dos indivíduos por determinada marca de embutido a um patamar ainda mais perigoso: à manipulação para direcionar estes agora fanatizados às pessoas tidas como seus iguais totalmente despreparados a induzir-nos às escolhas de toda a sorte de opções: de comportamento, de vontades, políticas etc.

Em algum lugar li:
“Quando um cego se deixa guiar por outro, ambos caem no fosso.”


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