A técnica
superou os meios e os fins, mesmo se injustificáveis, métodos, normas e padrões, agora, se sobrepõem a
revelia da ciência. Já o homem fisiológico não aparece mais nos créditos – são
corporações, grupos, equipes; o individual é (auto)incentivado como mera
formalidade ou vaidade patológica -, tornado, obrigatoriamente, um instrumento;
um suporte ordinário - um peso de papel a ser movido entre o que
verdadeiramente interessa ao jogo das generalidades.
Tecnicinismo
- Em um passado recente ainda tínhamos o suporte da família, agora tudo está
colapsado. As gerações ulteriores terão em maior grau a falsa impressão de
decidir por si só apenas entre caminhos pré-estabelecidos, pois no caminho
contrário às explosões demográficas: a educação séria é afunilada a uma casta
mínima de bem nascidos que ainda assim resvalarão obrigatoriamente para a vala
maquinal universal maquiaveliana.
Algumas
religiões incentivaram ou contribuíram para o aumento da população e o
mercantilismo viu neste absurdo uma forma de agregar valores ao bolso dos
escravocratas da industrialização incentivando o colosso populacional com o
método infalível da criação de leis protecionistas e o continuísmo lobista
corrupto somado a vergonha das instituições ao assumirem de imediato a
catástrofe escolhida no dogma natimorto que engendrou um arremedo de porvir, de
vir a ser inominável e impossível de ser destruído no conjunto tecnicista de
coisas, dando origem entre outras, a bem sacada filosofia da Ordem da Coisificação.
Tão
aleatório quanto inusual, uma célula anômala às espécimes; estranha às demais;
raríssima ao “Mundo da Vida” pode aventar, a partir da vontade e de
extraordinárias e aguçadas curiosidades: observar milagrosamente a partir de
uma visão holística o conjunto, o teatro, o organismo tecno-humano pulsando sob
uma trama artística urdida de padrões perfeitamente atrelados... ou seria
invisivelmente, ou ainda; escamoteadamente? E são estas luminescências –
incertas -, astros em formação, que aguçam sentidos estranhos à técnica a
acompanhar conscientemente o arrastar-se entre as engrenagens para à margem
daquilo que ao todo envolvido está perfeitamente normal.
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