sábado, 31 de agosto de 2019

Filologia da Vida





Somos ao mesmo tempo uma usina e um aglutinador/concentrador de conhecimento; daí precisamos - dada à rapidez, a dinâmica do cosmos -, nos mover paradoxalmente observando ruídos advindos da desatenção aos ajustes mais finos. É imprescindível que o calibrar dos nossos sentidos se mantenha consonante e preciso; acordado à coexistência dominante. Independentemente do estado frequência momentâneo ao qual estamos inseridos.

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A raiva só incomoda




Não tenho raiva, não alimento o rancor, não por não ter motivos, mas porque não gosto do incomodar pueril; fútil. 

Em contrapartida, lanço mão do que me é razoável. 

Finalmente entendi, através da coerência, que a raiva e o rancor trazem ao indivíduo que alimenta estes humores, um volume gratuito de situações comezinhas.









... isto se aplica também em algumas circunstâncias as mais comuns e surpreendentemente inusitadas... no entanto: como é tinhosa nossa preguiça ao retornar às formas camufladas do escorregar de volta, retroalimentando nossos, a cada dia mais apequenados, orgulhos menores.







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Da série; A Busca não para




Por não saber querer parei com essa de querer.

Bem disse nosso querido Raul

“Foi tão fácil conseguir e agora eu me pergunto ‘e daí’”.

Quem aprende a querer não quer mais.


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sábado, 24 de agosto de 2019

O único remédio





Tenho minha certeza sobre religião, mas preciso admitir; em algumas situações, para muitos indivíduos, ela é o único remédio.

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Apresentações precedentes




Invariavelmente, por conta do vislumbre somado a desatenção do novato, impomos nossa má conduta na apresentação ao veterano quando na antecedência da ação preferimos não dourar a pílula ao antecipar o encontro; antes, optando por contaminar a mente do calouro.


Devido ao nosso ignorar homérico, cultivamos uma tendência mesquinha a rebaixar, a apontar o que negativamos no outro por conta de nossa reles baixa estima; quando deveríamos entender que somos partes separadas paralelas imparciais e não nos cabe o alarde gratuito - em se sendo digno; nem que nos seja solicitado.

*




Transmitir ao próximo uma avaliação insidiosa impregnada ou mesmo insinuada em descortesias evidenciando nosso desrespeito ao alheio; um achaque gratuito, mesmo um comentário bobo depreciativo é inadmissível a qualquer indivíduo que imagine em algum momento deparar-se com o Livro da Vida.

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Desimportância à vida




O único alívio para o dependente químico diz respeito ao fato de que ele atingiu um estágio próprio ao do moribundo que, prestes a fazer a passagem - o medo da morte não mais existe –, não lhe resta coisa alguma, nem mesmo sabe que nada mais possui, consequentemente, nem ao menos este pensar lhe sobrou.

Da série; Formas outras de alienação.
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Arrogância




Em sua gabolice infantil, contou. 

“Meu guia, logo de cara, chegou e me chamou de arrogante; meses depois ele me abandonou. Sou foda; nem ele me aguentou”.

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quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Raul Seixas - hoje





Não sirvo ao mundo

Mas o mundo me serve

É isso

E é por isso


"Eu devia estar feliz
pelo Senhor ter me concedido o domingo
para ir com a família ao jardim zoológico
dar pipoca aos macacos."

Da série; Abre-te sesAmor
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sábado, 17 de agosto de 2019

O xis da questão




Estamos a mil e quinhentos anos do islamismo, a dois mil anos do cristianismo, a cinco mil anos do judaísmo e assim por diante. É de se perguntar; por que nenhuma mudança comportamental extraordinária realmente aconteceu na prática evolutiva humana objetivando à evolução voltada a transformar um número considerável de indivíduos em busca do evoluir coletivo fora da constituição material, independentemente do tempo corrido que o senso comum entende como passado, presente e futuro e, enquanto raros, ao se manifestarem são arrestados ao processo ou inevitavelmente atacados e refreados?

Por que não presenciamos até então uma mudança significativa? E a resposta é; porque ela não acontece no todo e sim, no individual. As instituições vêm, permanecem; se perpetuam; nascem e morrem, mas o único protagonismo que interessa é o humano – ou ao menos, ao que oficialmente assim conhecemos. Tudo o que assistimos tem um único propósito: o despertar do homem. É ele que precisa, através deste portentoso mecanismo em que está inserido buscar se desvencilhar das atenções que nós mesmos criamos para nossa distração e dela devemos nos libertar – por iniciativa e esforços próprios. É justamente o contrário da finitude das corporações. É a sua infinitude o xis da questão.


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Sentir



Não é; certo ou errado, justo ou injusto. Não existe essa de leis e direitos e deveres, o que existe é o amadurecimento do homem até o desentendimento de todas as polarizações, de todos os ensinamentos... apenas quando isso tudo perde o sentido ele se pauta no que lhe diz o coração; o sentir...





“Quero sentir o que eu sinto mesmo que não seja felicidade”
Toni Morrison


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Plano de purga




No nosso limbo carregado de adereços, embora, analogamente conscientes do estado de coisas e míticos ornamentos artificiosos que materialmente nos cercam; é assim que vivemos neste “Plano de Purga”. É certo que nosso existir se dá polarizado entre crentes na ciência ou em credos, no entanto nossas dúvidas persistem nos dois polos. A ciência não tem todas as respostas e os fiéis insistem cada um a seu modo nas crenças mais cômodas, ao final, todos muito distantes das certezas enquanto vislumbram paraísos e outras quimeras apoiados em paradigmas insustentáveis a qualquer um que observe com um mínimo de sensatez o que pregam todos como o seu certo. 




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domingo, 11 de agosto de 2019

sábado, 10 de agosto de 2019

As três verdades



(...)

Foi então que falamos sobre “As três verdades”.

Argumentamos, inicialmente, sobre as duas mais prementes; de mais fácil abordagem. Em seguida, diante da estranheza do que para ele não passava de uma cogitação bastante original - que penso, pouco estava realmente assimilando -, misturada a curiosidade -; desenvolvemos a terceira.

A primeira, afirmei, é o estado do “Clip da Enia” – mesmo que pouquíssimos a conheçam ou possam ligar esta expressão ao verdadeiro significado. Dentro de uma representação bastante simbólica remete ao todo maior que, envolvido com seus afazeres momentâneos seguem tocando a vida sendo um “doutor, padre ou policial, contribuindo para o belo quadro social” como diria o poeta. Presos as suas convenções obrigatórias, trabalho, sustentos, coexistência e/ou sobrevivência pura e simples.







Em certos casos; uma vez de saco cheio ou injuriado com a pasmaceira corrente, nos envolvemos com a revolta – ou não, necessariamente; existe ainda o limbo do outsider. “Espera aí; c...! Que tipo de otário eles pensam que sou para engolir toda essa M...? Diz; uma vez tomado de uma revolta um pouco mais refletida ao enxergar a falta de bom senso em como a sociedade é formada e, por conta do ignorar o todo a que está inserido decide-se ao combate, à revolta desarrazoada, no entanto, a partir deste quadro; não há alternativa a não ser se associar a incoerência desvelada, pois, ao não se vender, o indivíduo apanha até voltar ao estado anterior ou desistir, ainda contrariado.

Ou não. Alguns se recusam. “C...! Não é possível. Pra trás não volto; o que temos então?”.

A terceira verdade. A Transcendência; o transcender.

E aqui uma fenda abissal é aberta... impossível de ser transposta.







Costumo representa este estado como uma ponte, um portão, e, me ocorre também; a “Corda estendida sobre o abismo” de Nietzsche. Fato é que finalmente entramos no “Limbo da Existência”, e se você chegou aqui meu amigo, vibre, porém o primeiro alerta: a maioria não suporta. Proporcional ao exame de DNA para provar a paternidade; em 99,9% das vezes a corda arrebenta, dá-se meia volta antes de chegar ao meio da ponte. E os portões, quando escancarados, como cartão de visitas: o desavisado é recebido com o hálito jamais provado do desconhecido; do incógnito; do ignorado; em forma de lanças invisíveis arremessadas de todas as partes, dignas de estremecer qualquer um que tente transpô-lo – e esta é a parte fácil.

Porém você já foi inoculado por perdigotos e babas aspergidas do ladrar infernal proferida do acoo sobrenatural das cabeças do Cérbero que, ao contrário do que entendemos, ele se apresenta sempre que precisamos tomar decisões as quais somos prensados e, uma vez ultrapassado ou acessado seus domínios, o que entendemos por dúvida atroz se instala em nosso ser que, ao não avançarmos, o máximo que conseguimos retroceder é ao “Limbo da Existência”. Não será mais possível retornar a monotonia social fingindo que nada aconteceu, você tornou-se um zumbi desperto - atento, desconfiado, inquieto, enjoativo e nauseante – sem nada poder fazer – que sente, vestido de uma paixão que não sabia existir: que não é possível enfrentar o que assiste; ao mesmo tempo em que, ainda ignorando, está praticando, maturando a coragem necessária a abrir outros portões periféricos essenciais.


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Passado para quem precisa




A história precisa ser arquivada. E jamais utilizada caso não acresça nada de realmente útil ao presente – esta máxima adquire peso maior quando o passado é usado para desestabilizar sistemas.


“O homem que se ocupa do passado não merece ter um futuro.”

Oscar Wilde


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Das vontades materialistas e do entendimento





Não faço parte disso disse, e ainda assim meu ânimo de fazer bem feito supera em muito, muitos dos contratados por aqueles que materializaram estes eventos e representações presunçosas se valendo de combinações de vontades atrofiadas.



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sábado, 3 de agosto de 2019

Linguagem



A linguagem é uma ferramenta, e como tal é limitada, não em si e sim no agente; e acreditar que a linguagem possa equalizar todas as vontades e abrangências para um vir a ser completo é parte de um pensamento incompleto que se dá no oportunizar de pretensão e desconhecimento. A linguagem nasce codificada e alguma coisa dela é tornada objeto e, uma grande parte, talvez a maior, não é deter entendimento, mas codificação que foge aos signos que desenvolvemos para a intelecção comum.

*

Nada que não é pode ser. A fenomenologia empírica não pode ser observada muito além da relacionalidade. O que constrói hoje o que pensamos ser é uma intrincada morfologia de eventos, códigos, algoritmos, signos determinados ou predeterminados que se digladiam entre as mais diversas ciências ocasionando o único em si cabível: o incerto. A única liga que mantém algumas ponderações estabilizadas a ponto de parecerem fundeadas assim estão por conta de suas funções anelares; portanto, não em si.


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Dá série; Linguagens para o desentendimento




A implantação da convenção, do convencer-se que se é um ser democrático – todos a favor de todos contrariando a máxima hobbsiana -, levou o indivíduo a descansar no ser cidadão, singular, um indivíduo único na forma inversa da filosofia séria. A causa desse estrago é o distanciamento do ser pensante, consciente. Sua personalidade se afastou do objetivo que deveria ser: sair do obscurantismo e tornar-se protagonista de si mesmo.

*



O “todos contra todos” é um disparate, mas está implícito no gênero humano atual de forma então, velada; o todos a favor de todos é um absurdo imaginado dentro deste mesmo quadro vigente. Haveria uma solução possível a partir de então, da impossível conscientização de que estamos em meio a isso tudo. Seria a individualização inteligente, na forma rica da coexistência, um caminho, mas, para tanto, ela deveria ser possibilitada no intuito da evolução do ser único para que possa em algum instante reverter o quadro atual promovendo a soma das partes.


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Plano de purga – Instrumento Terra




A maturação é necessária também ao homem; muito mais complexo, porém, é falar sobre o tempo/espaço deste amadurecer. De o porquê a maioria de nós não desperta e desenvolve o ânimo em suas almas e por conta deste hibernar, não percebe a infinidade de realidades outras. Estas observações são algumas poucas juntadas aqui a corroborar com a ciência de que todos têm o incitar particularíssimo de maturação a sua disposição no momento que bem entender que basta. De alguma forma todo indivíduo detentor de algum poder, corporações e as religiões convidam ou corroboram à dedicação alheia ou ao fanatismo e, assim como não é de fácil entendimento como um fanático radical pode explodir bombas, sob a mesma ótica, na outra ponta: vidas podem ser anuladas por conta do insistir incauto de fiéis automatizados sob a pecha de assédios e visitações inoportunas com seus encartes carregados de palavras descontextualizadas disputando números quando, entre eles próprios seguem promovendo seus templo e igrejas comerciais a medida que: todos possuem idade suficiente para um entendimento mínimo da universalização que os cerca.





Parece não ser possível que boa parte de nós não forcemos nosso despertar para algum entendimento outro, conciso e por si só, sobre as escritas verdadeiras – e siga sem vontade de contestar francamente seus decodificadores escolhidos. Ainda que de difícil compreensão e aplicação, estas corporações se mantêm por conta e risco de seus árbitros sob os mesmos paradigmas há séculos.











Mas, afinal, precisamos de doutrinamento, de disciplina? Sim; no entanto isso é praticamente impossível no mundo atual. Portanto, este expediente inventado e amplamente disseminado – que castra o homem inclusive após o período imberbe – não passa de um recurso – muitas vezes escuso. Uma mecânica para que indivíduos não se avolumem dizendo entender a ideia principal; A Mensagem. A partir de então, a vontade é atrofiada conjuntamente ao avassalador ímpeto da conquista que nunca vem ou se mantém desperta. Valendo-me de palavras de um venerável mestre: era preciso entender que o expediente provocado não é um fim em si mesmo quando se entende o propósito.


*


Isto posto, é certo afirmar que no mais das vezes, ou invariavelmente, não contextualizamos ou mais, distorcemos o contexto inicial - antes intencionais, e há milênios por subordinação e conformidade. Não é possível a partir de então navegar em estados de equilíbrio. Afinal, apenas é salvado da escrita matriz o que se convencionou de interesse comum às tendências do comando e são necessários esforços sobre humanos para navegar à margem da circunstância construída.




Tudo o que desvia ou não pode ser utilizado como argumentos de direção ou castração do pensamento foi banido ao esquecimento e mesmo as sobras, são revertidas em benefício do achaque, ainda que escolas versadas esclareçam a necessidade do assim funcionar por conta do estado ainda bastante natural de latência e/ou purga do Instrumento Terra.






“A religião é um produto do nosso tempo”

Carl Sagan




Tudo isso é isso.

Em realidade
ao final
este plano é fantástico
feliz é aquele que descobre o aqui viver...






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Ao olhar a pintura do artista retratando a luminosidade penetrando os vitrais, comentou; 
“a Luz está lá Fora.”

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